réplica do ateliê |
Há umas duas semanas atrás, fui a uma exposição incrível e só agora tive tempo pra vir aqui contar um tiquinho dessa experiência tão bacana e mostrar algumas fotos. Elas foram tiradas com o celular, as roupas estavam atrás de vidros e havia muita gente no local, portanto, por favor, relevem a qualidade! Fiz o melhor que pude!
os vestidos da esquerda são meus favoritos da coleção |
Vou começar do começo, porque eu acho que muita gente não sabe quem foi Zuzu Angel. Brasileira, costureira, começou fazendo roupas para si e para sua família, no final dos anos 50, início dos anos 60. Após, passou a ser reconhecida por seu trabalho aqui e lá fora, conheceu e produziu peças para atrizes nacionais, internacionais e muita gente importante em sua época.
Fazia peças femininas, masculinas, vestidos de noiva, criava estampas, bordados, enfim, era completa. O bacana é que sua inspiração sempre foi a cultura brasileira e isso era levado lá fora, para pessoas influentes. Foi aclamada pela imprensa e colocou o nome do Brasil no cenário da moda no mundo todo.
Fazia peças femininas, masculinas, vestidos de noiva, criava estampas, bordados, enfim, era completa. O bacana é que sua inspiração sempre foi a cultura brasileira e isso era levado lá fora, para pessoas influentes. Foi aclamada pela imprensa e colocou o nome do Brasil no cenário da moda no mundo todo.
fase do luto - chiquéééérrima |
Daí, acho que depois, todo mundo sabe da história. Na época da Ditadura Militar aqui no Brasil, no início dos anos 70, seu filho Stuart Angel, aos 26 anos foi morto e seu corpo nunca foi encontrado. Zuzu passou a dedicar sua vida numa luta pela verdade, recorrendo ao governo, a pessoas influentes, nacionais e internacionais. E essa fase triste ficou marcada também no seu trabalho, porque a Zuzu passou a usar exclusivamente preto, representando o luto, e a produzir peças mais sóbrias.
estampas maravilhosas |
Finalmente, e sem encontrar o corpo do filho ou qualquer tipo de explicação por parte dos responsáveis, Zuzu Angel foi morta na madrugada de 14/04/1976, num acidente de carro escandalosamente forjado. O que ficou foi um legado maravilhoso, com muita história e trabalhos lindos. Na exposição, que infelizmente já acabou, há uma linha do tempo, mostrando um paralelo entre as criações e vitórias alcançadas profissionalmente pela Zuzu e os fatos que vinham acontecendo por aqui.
o vestido da direita é um dos meus favoritos |
Depois da linha do tempo, há dois andares, todos contendo várias peças de roupa, principalmente vestidos, produzidos pela Zuzu. No primeiro andar, você encontra uma fase mais alegre, com muitas estampas, cores e babados. Depois, a fase do luto, com vestidos escuros, mas nem por isso menos lindos. Aliás, acho a fase do luto simplesmente chiquérrima! E vocês podem ver que as roupas têm muita alegria e babados e rendas, bem típicos brasileiros. O bacana é que muitas de suas criações são super atuais e a gente usaria tranquilamente nos dias de hoje.
rendas e babados |
A exposição termina com uma réplica do ateliê da Zuzu e uma parede enorme contendo várias cartas e documentos de súplicas - o número é realmente impressionante - endereçado a toda sorte de gente, pedindo por ajuda e contando o que estava acontecendo. E no entanto, ninguém a ouviu, ou ouviu, mas tinham medo de ajudar. Enfim, muito tocante, muito linda e uma das minhas exposições favoritas do ano.
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