O conto dessa semana é do russo Anton Tchekhov, médico
e dramaturgo que nasceu em meados do século XIX e, de acordo com a nossa amiga
Wikipédia, é considerado um dos melhores contistas (nem sabia que essa palavra
existia) de todos os tempos. Nunca havia lido nada do autor, mas hoje – sim,
esse post é quase que “ao vivo” -, estou quebrando esse jejum com um conto
curtinho chamado “O Bilhete Premiado”, cujo título é bem próprio para essa
época do ano em que todos estão de olho na Mega da Virada!
Um belo dia, na mesa no jantar e na presença de sua
esposa, Ivan Dmítritch resolve conferir no jornal o resultado da loteria e ...
adivinhem? Sim, ele acertou o resultado! E antes de qualquer coisa, ele e Macha
começam a sonhar com o que fazer com a grana, viagens, imóveis, uma vida
inteira nova à disposição do casal. E ficam horas divagando, pensando em uma
vida sem necessidade de trabalhar, curtindo o tempo livre, o ócio... Ah, que
maravilha!
Só que nesse mesmo momento, Ivan começa a imaginar se
sua esposa se encaixa nessa nova vida perfeita que ele imagina para si. E
começou a reparar melhor em Macha e analisar que ela ficara velha e descuidada,
enquanto ele ainda se via jovem e muito saudável, pronto para uma vida nova ao
lado de alguém mais sofisticada. E pensou também na família aparecendo em sua
casa para pedir favores e dinheiro emprestado... ora, seria um grande tormento!
Até que ele apurou que o número do jornal conferia apenas parcialmente com o do seu bilhete e todo aquele sentimento, aquele sonho, esperança, ódio da esposa e dos parentes, na mesma hora se dissiparam. Mas tais questões deram lugar à repulsa de suas vidas e do lugar onde moravam. Aquele lugar e aquela vida que pareciam tão perfeitos e tão bem arejados antes da nota do bilhete no jornal, de repente passaram a não ser mais toleráveis.
Até que ele apurou que o número do jornal conferia apenas parcialmente com o do seu bilhete e todo aquele sentimento, aquele sonho, esperança, ódio da esposa e dos parentes, na mesma hora se dissiparam. Mas tais questões deram lugar à repulsa de suas vidas e do lugar onde moravam. Aquele lugar e aquela vida que pareciam tão perfeitos e tão bem arejados antes da nota do bilhete no jornal, de repente passaram a não ser mais toleráveis.
Moral da história: não se mexe em time que está ganhando!
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