Eu sei que disse que não iria
assistir ao filme depois de ter lido e amado o livro No Coração do Mar – post aqui. Para quem não se lembra da resenha, foi um dos livros mais incríveis que
já li na vida e eu tinha muito medo de que o filme meio que estragasse essa
emoção que o livro me proporcionou. Digo isso porque eu custo a gostar de um
filme inspirado em livros, e o problema nem está na ausência de informações
importantes ou no corte de cenas, porque já são coisas esperadas, em razão da
própria fluidez da película, mas sim, pela adaptação e escolha de atores, que
acabam fugindo da essência da história.
Só que depois de ter lido No Coração
do Mar e de ter lido duas edições diferentes de Moby Dick – post em breve – eu
acabei ficando com saudades da história, rs! Fiquei carente do pessoal de
Nantucket e achei que ver o Thor (a.k.a Chris Hemsworth), não me faria mal, rs!!
Foi então que num domingo à noite, eu me rendi ao filme que tem 2 horas de
duração, imagens muito bonitas, maquiagem impecável e, porque não... é
divertido!!! Não vou dizer que amei ou que foi o melhor filme da minha vida,
mas ele não decepcionou e não apagou a linda imagem que eu tenho do livro
dentro de mim, que está absolutamente imaculada!
Na primeira hora do filme, somos
apresentados aos personagens principais, que são basicamente três: o primeiro
imediato Owen Chase (Chris Hemsworth), meu personagem favorito do livro e
protagonista do filme. Assim como no livro, ele é retratado como um cara forte,
muito experiente e que tem a plena confiança de toda tripulação. George Pollard (Benjamin Walker) é o capitão, com personalidade absolutamente distinta daquela que
nos é apresentada no livro e com relacionamento igualmente diferente para com a
tripulação. No filme, ele é um cara prepotente, inexperiente e é praticamente
por sua culpa que o navio afunda. Por fim, Thomas Nickerson (Tom Holland e Brendan Gleeson), que é o narrador da
história e possuía apenas 14 anos quando do episódio que culminou com o
naufrágio do Essex.
Já na metade do filme, quem surge
para dar o ar da graça é a baleia cachalote maluca. E o que eu achei muito
legal é que o filme planta no expectador a mesma dúvida colocada no livro: a
baleia era de fato muito inteligente e atacou o navio num ato de
vingança/proteção ou as marteladas de Chase para reparos do barco chamaram a
atenção do animal e passaram uma mensagem diversa da pretendida? Gostei muito
dessa cena!
Daí para frente, vamos nos deparar com a luta dos náufragos pela sobrevivência. Infelizmente, essa parte não é muito explorada no filme e eu acho que é justamente a mais interessante do livro, porque vai nos apresentando aos estágios da inanição e do desespero pela salvação, o racionamento de comida e água, as decisões tomadas pelos comandantes de cada bote e o mais temido, que é a morte dos companheiros e a consequente ingestão de sua carne, num ato de canibalismo para sobrevivência.
Daí para frente, vamos nos deparar com a luta dos náufragos pela sobrevivência. Infelizmente, essa parte não é muito explorada no filme e eu acho que é justamente a mais interessante do livro, porque vai nos apresentando aos estágios da inanição e do desespero pela salvação, o racionamento de comida e água, as decisões tomadas pelos comandantes de cada bote e o mais temido, que é a morte dos companheiros e a consequente ingestão de sua carne, num ato de canibalismo para sobrevivência.
Numa cristalina influência de Moby
Dick, para deixar tudo mais emocionante, temos uma baleia enfurecida que não só
derruba o navio, como persegue os náufragos durante o período de resgate e
causa muitos outros estragos. Da mesma forma, Owen Chase encarna o Capitão Ahab
em alguns momentos e fica obcecado pela baleia, por sua caça e sua relação
termina com um certo respeito mútuo. Por fim, Herman Melville, o autor de Moby
Dick é um dos personagens do filme, ele está ouvindo a história que está sendo
contata por Nickerson, e tomando notas para o seu romance.
Eu
recomendo o filme, mas acho legal ler antes o livro e até mesmo Moby Dick,
porque vão lhe ajudar com informações e também com uma melhor visualização dos
fatos. O que eu acho que mais divergiu do livro, se eu tiver que dar a minha
opinião, é a aflição que eu senti, a tensão de ver aqueles náufragos sofrendo
dia após dia durante a leitura do livro, situação que eu acho que poderia ter
sido melhor explorada no filme, com o acréscimo de que, quem sabe, uns 30
minutos a mais.
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