sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

UM CONTO POR SEMANA - A ATRIZ

Conto gracinha de Oscar Wilde, no qual eu tenho certeza de que muitas pessoas vão se identificar. O nome do conto poderia ser “O amor é cego” e é mesmo. É engraçado isso porque eu namorei durante 8 anos (dois caras diferentes, mas praticamente emendei uma namoro no outro) e na época eu era realmente feliz. Mas hoje, quando olho para traz, vejo que eu abri mão completamente de quem eu sou para me tornar uma namorada e eu acho isso extremamente imprudente. Acho realmente que quando se está em uma relação, temos que abrir mão de algumas coisas e sermos até mesmo mais indulgentes em prol de um bem maior, mas sem nunca abrirmos mão de quem realmente somos, daquilo que queremos, que sentimos... enfim, nunca deixar de sermos nós mesmos. 

E nesse conto, Oscar Wilde vai nos apresentar a uma atriz, muito famosa, conhecida e que realmente ama os palcos, ama o que faz. Só que um dia, ela conhece o amor de sua vida e tudo aquilo que a consagrou, que a fez tão feliz, se torna absolutamente pequeno diante de tamanha paixão. E o homem por quem ela se apaixona lhe faz o derradeiro pedido: pede que ela escolha entre ele e os palcos, pois o ciúme não permite que ele a deixe exercer a atividade de atriz. Cega de amor, de pronto ela atende ao pedido de seu amante.
Só que aquele amor avassalador que eles experimentaram naquele momento, com o passar do tempo vai diminuindo e a atriz vai percebendo que ele não é mais suficiente a preencher a sua vida. E justo nesse momento, ela recebe um convite de um diretor de teatro para encenar uma peça, cuja temática é exatamente a história de sua vida. E com a encenação, ela novamente se consagra diante de seu público, e percebe que apenas ela é dona de sua própria vida. Esse conto poderia ser um manifesto feminista!!! 

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