Rob é
um cara de 36 anos que está absolutamente perdido na vida. Já viram essa
história? Completamente acomodado numa vida que não planejou, ele passa a
questionar o que deu errado e a pensar no que poderia fazer para resolver isso.
E a maior questão aventada no livro é a parte amorosa. Laura acabou de lhe dar
um grande pé na bunda e ele se vê absolutamente sem chão. E o livro começa
justamente com ele se lembrando de algumas de suas ex-namoradas/casos, os mais
emblemáticos, e é tudo tão clichê, tão patético, que o leitor acaba se
divertindo justamente por se identificar com muitas dessas cenas e se lembrar
que, assim como Rob, damos muita importância para coisas pequenas.
E ele
vai apenas vivendo a sua vidinha monótona enquanto todas essas questões vão
atulhando sua cabeça. Ele é dono de uma loja de discos completamente falida,
que praticamente não vê clientes e quando vê, eles são afugentados pelos dois
vendedores, Barry e Dick, que são duas figuras. Assim como Rob, eles são
completamente viciados em música e se o cliente não tem o mesmo gosto que o
deles ou está a procura de um disco “ruim”, ele é enxotado da loja. E a parte
mais legal do livro é que, o tempo todo, eles fazem listas. Listas das melhores
músicas para funerais, das melhores músicas para fossa, e aí vai. Acho super
divertido. E tem uns trechos muito bons, que valem a pena serem reproduzidos:
Sabem qual é a pior coisa de ser rejeitado? A falta de controle. Se ao menos eu pudesse controlar quando e como seria chutado por alguém, aí não pareceria uma coisa tão ruim. Mas aí, claro, não se trataria de rejeição, certo? O fim seria por consenso mútuo. Por diferenças artísticas. Eu estaria deixando a parceria pra seguir carreira solo. Sei o quanto pressionar, e pressionar por alguma medida de probabilidade é inacreditável e pateticamente infantil, mas é a única coisa que se pode fazer pra tentar recuperar uma parte do controle que está com ela.
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Não falei que estava feliz com a minha vida. Falei que estava bem, tipo quando a gente quer dizer que não está gripado, nem vivendo em liberdade condicional, e que não sofreu nenhum acidente de carro recentemente, mas deixa pra lá.
E sou
completamente apaixonada pelo filme homônimo, com John Cussack no papel de Rob,
já assisti umas 100 vezes e não me canso. Achei o livro divertidinho, mas pela
primeira vez na vida, preferi o filme. O legal da leitura é que a linguagem é
super coloquial, é como se o narrador tivesse conversando com a gente. E o que eu
acho mais divertido é quando está rolando um diálogo entre Rob e mais alguém e
ele fica “pensando” o que queria dizer – frases extremamente engraçadas – e
acaba dizendo outra completamente diferente. É um livro gostosinho, mas não
espere grandes emoções!
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