Esse livro já foi indicado pela TAG
antes de eu ser associada e eu sempre vejo o pessoal falando dele nos grupos de
discussão. Em diversos questionamentos realizados sobre qual seria o melhor
livro de todos os tempos da TAG, a maioria das respostas aponta para Stonner.
Isso tudo para dizer o seguinte: estava com altíssima expectativa e isso talvez
tenha influenciado na minha opinião sobre o livro.
|
|
O protagonista, William Stonner, é um
garoto comum, quieto, que vive com seus pais numa fazenda no interior dos EUA.
Eles são bastante pobres e vivem do que produzem. Certo dia, o pai chega para
William e propõe que ele vá estudar agronomia numa universidade para que,
quando formado, possa ajudar a família e fazer a fazenda prosperar. Os anos
passam, Stonner de fato estuda na tal universidade mas, ele acaba se
apaixonando por literatura e, sem que seus pais saibam, ele acaba seguindo esse
caminho, desviando-se da agronomia. Para que vocês tenham uma idéia, ele só
conta aos pais essa escolha em sua formatura e, como era de se esperar, a
notícia acaba com eles.
Só que Stonner fez uma escolha, que foi
meio que abandonar os pais e seguir com sua própria vida. Ele se forma e vai
trabalhar na própria universidade onde se formou, primeiro como assistente e
depois como professor. Ele não tem muitos amigos, apenas David Masters e Gordon
Finch, é um cara quieto, reservado e que curte uma rotina. A Primeira Guerra
acontece e, ao contrário da escolha de muitos colegas, ele opta por permanecer
na universidade. Nesse ponto, não sei se o autor quer demonstrar que Stonner
meio que pensa só nele mesmo (a exemplo da escolha que fez na universidade) ou
se quer mostrar que ele é incapaz de fazer escolhas difíceis na vida, que mais
ou menos vai acontecendo por inércia.
Logo após, ele conhece Edith, uma moça
bastante fria e que nunca demonstrou qualquer amor ou mesmo empatia por
Stonner, mas eles resolvem se casar mesmo assim. Não sei se eles imaginavam que
com a vida de casados as coisas melhorariam, mas o negócio é só ladeira abaixo.
A verdade é que Edith é a vilã mais horrível que eu já vi na vida porque ela
tem uma personalidade ruim por si só. Ela faz maldades cruéis, como se o objetivo
da vida dela fosse trazer a infelicidade para o marido. E ela vai fazendo isso
de um jeito tão incrível que você vai querendo entrar o livro e cortar a cabeça
dela fora. E o pior é que o Stonner meio que vai deixando isso acontecer.
Vou confessar que eu passei o livro
todo achando que ele ia surtar em algum momento, mas isso não acontece!
Paralelamente, tem um fulano na faculdade, o Professor Lomax, que é a versão de
calças da Edith. O cara é esquisitíssimo e simplesmente colocou como prioridade
em sua vida “ferrar com o Stonner” por puro divertimento, uma vez que sua
derrota não traria qualquer benefício ao colega. E vou falar que Lomax e Edith
não desistirão nunca, eles serão malvados com o pobre Stonner até o final. Mas
sabe o que é pior? Eu meio que tive mais raiva do Stonner do que desses dois,
simplesmente por ele não fazer nada a respeito!
Daí, quando já estamos num momento
avançado da história, finalmente Stonner acorda para a vida e passa a ter um
caso amoroso com uma professora, a Katerine. E a coisa é avassaladora, até meio
adolescente. Creio que o pobre Stonner tenha descontado todos os anos em que
passou ao lado daquele monstro de mulher, no qual não teve qualquer papel de
marido e passou a vivê-lo intensamente. Mas a felicidade do moço incomoda e, é
claro que alguém vai querer atrapalhar...
Não vou contar o final, mas a questão é
que não é que o livro seja ruim, ao contrário, ele é bem bom, muito bem
escrito. Mas, a verdade é que ele narra a história de uma pessoa absolutamente
comum. Aliás, comum não, uma pessoa absolutamente chata e sem sal, sem vida,
sem ânimo... Resumindo, eu gostei do livro, mas eu jamais vou considera-lo como
uma leitura incrível ou coloca-lo na minha lista dos melhores da TAG!