quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

LOBÃO

Nossa, esse livro meio que demorou uma eternidade inteira para ser lido. Mas isso aconteceu porque eu decidi que fosse assim. Ele é um livro bastante extenso, com mais de 600 páginas, traz uma série de fatos não só sobre o autor, mas também históricos e ele não é exatamente um romance delicinha de ser lido. Então, eu meio que deixava para lê-lo em momentos que “tivesse tempo”.

Trata-se de uma autobiografia do Lobão, com trechos de entrevistas e acontecimentos históricos e ainda alguns dados/recortes da mídia da época. Vamos combinar que ele é um artista bastante controvertido, muito criticado por tudo e por todos, mas ele é uma riquíssima enciclopédia viva e também um cara inteligentíssimo. Portanto, eu achei que o livro poderia ser bastante interessante e estava certa.
Lobão nasceu no Rio de Janeiro e nunca teve uma vida normal. Seu pai era um cara esquisitíssimo, sua mãe era absurdamente depressiva (ambos de mataram, apenas para dar um toque no relato!), e desde pequeno, ele mostrou inclinações para a música e para confusões. Ele é autodidata em bateria e violão, tem um ouvido excelente para tudo e também é um compositor talentosíssimo. Por isso, com 16 anos ele já era baterista da Banda Vímana, que contava com Ritchie e Lulu Santos.
De lá ele seguiu para a Blitz com Evandro Mesquita, tornou-se amigo e compositor de Marina Lima e Cazuza, passou a ser conhecidíssimo no meio como um cara de muito talento. Ele entrava e saia de bandas o tempo todo e estava se dando muito bem. Mas, com essa rápida ascensão, ele também passou a se embrenhar cada vez mais e mais no mundo das drogas. Ele ficava chapado o tempo todo e chegou a ir ao hospital em coma algumas vezes.
Isso deu o tom da personalidade do Lobão. Ele era um cara muito talentoso, mas também era um cara difícil de lidar. Era uma espécie de Tim Mais, rs. Ele conta uns episódios bastante engraçados e divertidos, como se a vida fosse uma eterna festa. Namorou com todo mundo, frequentava casa de traficantes, provocava a polícia e tudo o mais que quiser. Ele brigou com uma porção de produtoras, arranjou confusão com o governo da ditadura e era mais conhecido por esse lado do que pelo lado de músico em si.
Chegou a ficar um tempo preso – quando compôs Vida Bandida – e tornou-se uma espécie de ícone da marginalidade. Mas ele é aquele cara que ou você ama ou você odeia. Ele ajudou muita gente e também foi muito ajudado. Mas, se ele não gostava de você, ele ia falar na sua cara e fazer o possível para que você se ferrasse. E assim é Lobão.
Achei o livro bem verdadeiro e gostei muito de saber um pouco mais sobre Cazuza, Evandro Mesquita, Herbert Viana, Elaza Soares, Marina Lima, Liminha, Ritchie e tantos outros daquela época que foi tão rica para o rock nacional. Eu recomendo bastante o livro como uma espécie de enciclopédia.

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