segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

STONNER

Esse livro já foi indicado pela TAG antes de eu ser associada e eu sempre vejo o pessoal falando dele nos grupos de discussão. Em diversos questionamentos realizados sobre qual seria o melhor livro de todos os tempos da TAG, a maioria das respostas aponta para Stonner. Isso tudo para dizer o seguinte: estava com altíssima expectativa e isso talvez tenha influenciado na minha opinião sobre o livro.

O protagonista, William Stonner, é um garoto comum, quieto, que vive com seus pais numa fazenda no interior dos EUA. Eles são bastante pobres e vivem do que produzem. Certo dia, o pai chega para William e propõe que ele vá estudar agronomia numa universidade para que, quando formado, possa ajudar a família e fazer a fazenda prosperar. Os anos passam, Stonner de fato estuda na tal universidade mas, ele acaba se apaixonando por literatura e, sem que seus pais saibam, ele acaba seguindo esse caminho, desviando-se da agronomia. Para que vocês tenham uma idéia, ele só conta aos pais essa escolha em sua formatura e, como era de se esperar, a notícia acaba com eles.
Só que Stonner fez uma escolha, que foi meio que abandonar os pais e seguir com sua própria vida. Ele se forma e vai trabalhar na própria universidade onde se formou, primeiro como assistente e depois como professor. Ele não tem muitos amigos, apenas David Masters e Gordon Finch, é um cara quieto, reservado e que curte uma rotina. A Primeira Guerra acontece e, ao contrário da escolha de muitos colegas, ele opta por permanecer na universidade. Nesse ponto, não sei se o autor quer demonstrar que Stonner meio que pensa só nele mesmo (a exemplo da escolha que fez na universidade) ou se quer mostrar que ele é incapaz de fazer escolhas difíceis na vida, que mais ou menos vai acontecendo por inércia.
Logo após, ele conhece Edith, uma moça bastante fria e que nunca demonstrou qualquer amor ou mesmo empatia por Stonner, mas eles resolvem se casar mesmo assim. Não sei se eles imaginavam que com a vida de casados as coisas melhorariam, mas o negócio é só ladeira abaixo. A verdade é que Edith é a vilã mais horrível que eu já vi na vida porque ela tem uma personalidade ruim por si só. Ela faz maldades cruéis, como se o objetivo da vida dela fosse trazer a infelicidade para o marido. E ela vai fazendo isso de um jeito tão incrível que você vai querendo entrar o livro e cortar a cabeça dela fora. E o pior é que o Stonner meio que vai deixando isso acontecer.
Vou confessar que eu passei o livro todo achando que ele ia surtar em algum momento, mas isso não acontece! Paralelamente, tem um fulano na faculdade, o Professor Lomax, que é a versão de calças da Edith. O cara é esquisitíssimo e simplesmente colocou como prioridade em sua vida “ferrar com o Stonner” por puro divertimento, uma vez que sua derrota não traria qualquer benefício ao colega. E vou falar que Lomax e Edith não desistirão nunca, eles serão malvados com o pobre Stonner até o final. Mas sabe o que é pior? Eu meio que tive mais raiva do Stonner do que desses dois, simplesmente por ele não fazer nada a respeito!
Daí, quando já estamos num momento avançado da história, finalmente Stonner acorda para a vida e passa a ter um caso amoroso com uma professora, a Katerine. E a coisa é avassaladora, até meio adolescente. Creio que o pobre Stonner tenha descontado todos os anos em que passou ao lado daquele monstro de mulher, no qual não teve qualquer papel de marido e passou a vivê-lo intensamente. Mas a felicidade do moço incomoda e, é claro que alguém vai querer atrapalhar...
Não vou contar o final, mas a questão é que não é que o livro seja ruim, ao contrário, ele é bem bom, muito bem escrito. Mas, a verdade é que ele narra a história de uma pessoa absolutamente comum. Aliás, comum não, uma pessoa absolutamente chata e sem sal, sem vida, sem ânimo... Resumindo, eu gostei do livro, mas eu jamais vou considera-lo como uma leitura incrível ou coloca-lo na minha lista dos melhores da TAG!

Nenhum comentário:

Postar um comentário