sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

LIVRO SÓ GAROTOS

Há tempos eu estava para ler esse livro, me foi extremamente recomendado e eu finalmente consegui colocá-lo entre as leituras do mês. Só que eu vou dizer que eu acho que tenho algum tipo de problema com expectativas, porque tal qual Stonner, que também foi um livro bastante falado por aí, eu acho que esperava um pouco mais de Só Garotos, acreditava que fosse o tipo de livro que eu não ia querer largar, mas não foi o que aconteceu.

Apesar de a própria Patti dizer que o livro é uma espécie de homenagem a Robert Mapplethorpe, espécie de alma gêmea da artista, a verdade é que Só Garotos é mais uma autobiografia da autora do início de sua carreira. Algo como: veja como eu me tornei Patti Smith, a artista. E isso é bastante interessante porque ela experimentou uma vida completamente hippie antes de se tornar a pessoa que conhecemos hoje. Saiu de casa com seus 18 anos, salvo engano, logo após ter dado a luz e ter entregue o bebê para adoção. Foi para NY sem eira nem beira e lá tornou-se mendiga. Sim, ela dormia nas ruas, comia sobras, etc...
Acabou conhecendo algumas pessoas desse jeito, arrumando alguns trabalhos pequenos e temporários, vivendo alguns maus bocados, mas também aprendendo bastante. E numa de suas confusões, foi salva por Robert, de quem nunca mais largou. Eles se identificaram demais logo de cara, se completavam, dependiam um do outro. Era uma relação de parasitagem, deslumbramento, irmandade... uma coisa linda de se ver. Tudo era feito e vivido em conjunto, as alegrias e as tristezas eram literalmente compartilhadas. E juntos, um incentivando o trabalho do outro, Robert tornou-se um grande fotógrafo e Patti uma grande poetisa e cantora.
E o que eu achei mais legal nesse livro é que esse período contado pela Patti se dá entre os anos 1960 e 1980, ou seja, época em que o cenário artista estava literalmente fervendo! Então, ela vai nos contar de encontros com Janis Joplin, Jimmy Hendrix, pessoas morrendo a rodo em razão de drogas, AIDS e tudo o que realmente acontecia naquele meio. É muito incrível porque ela descreve a coisa de uma forma que parece que o povo passou as décadas de 1960 e 1970 em branco porque estavam chapadas demais para prestarem atenção ao que acontecia ao seu redor!

Então, a verdade foi essa: não me apaixonei pelo livro, não achei incrível ou imperdível. Mas, para quem gosta de música – principalmente rock clássico/antigo - , eu acho que é um livro muito enriquecedor e eu fiquei bem contente de tê-lo lido, no final das contas.

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