Há tempos eu estava para ler
esse livro, me foi extremamente recomendado e eu finalmente consegui colocá-lo
entre as leituras do mês. Só que eu vou dizer que eu acho que tenho algum tipo
de problema com expectativas, porque tal qual Stonner, que também foi um livro
bastante falado por aí, eu acho que esperava um pouco mais de Só Garotos,
acreditava que fosse o tipo de livro que eu não ia querer largar, mas não foi o
que aconteceu.
Apesar de a própria Patti dizer
que o livro é uma espécie de homenagem a Robert Mapplethorpe, espécie de
alma gêmea da artista, a verdade é que Só Garotos é mais uma autobiografia da
autora do início de sua carreira. Algo como: veja como eu me tornei Patti Smith,
a artista. E isso é bastante interessante porque ela experimentou uma vida
completamente hippie antes de se tornar a pessoa que conhecemos hoje. Saiu de
casa com seus 18 anos, salvo engano, logo após ter dado a luz e ter entregue o
bebê para adoção. Foi para NY sem eira nem beira e lá tornou-se mendiga. Sim,
ela dormia nas ruas, comia sobras, etc...
Acabou conhecendo algumas
pessoas desse jeito, arrumando alguns trabalhos pequenos e temporários, vivendo
alguns maus bocados, mas também aprendendo bastante. E numa de suas confusões,
foi salva por Robert, de quem nunca mais largou. Eles se identificaram demais
logo de cara, se completavam, dependiam um do outro. Era uma relação de
parasitagem, deslumbramento, irmandade... uma coisa linda de se ver. Tudo era
feito e vivido em conjunto, as alegrias e as tristezas eram literalmente
compartilhadas. E juntos, um incentivando o trabalho do outro, Robert tornou-se
um grande fotógrafo e Patti uma grande poetisa e cantora.
E o que eu achei mais legal
nesse livro é que esse período contado pela Patti se dá entre os anos 1960 e
1980, ou seja, época em que o cenário artista estava literalmente fervendo!
Então, ela vai nos contar de encontros com Janis Joplin, Jimmy Hendrix, pessoas
morrendo a rodo em razão de drogas, AIDS e tudo o que realmente acontecia
naquele meio. É muito incrível porque ela descreve a coisa de uma forma que
parece que o povo passou as décadas de 1960 e 1970 em branco porque estavam
chapadas demais para prestarem atenção ao que acontecia ao seu redor!
Então, a verdade foi essa: não
me apaixonei pelo livro, não achei incrível ou imperdível. Mas, para quem gosta
de música – principalmente rock clássico/antigo - , eu acho que é um livro
muito enriquecedor e eu fiquei bem contente de tê-lo lido, no final das contas.
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