vestido Dedé Bevilacqua, echarpe comprada no Chile e sapatilha de Óbidos. |
O meu 12° dia de viagem tinha como
objetivo um dos meus maiores desejos da vida: conhecer o local onde viveram as cortes de Luis XIV e Maria Antonieta. Eu sou absolutamente
enlouquecida por aquele lugar, sempre fui, sempre assistir a diversos documentários,
filmes, séries, li livros a respeito... enfim, estava preparadíssima para tudo
aquilo.
E foi muito fácil chegar a Versalhes.
Saí do hotel, fui até a estação Invalides, paguei € 3,65 e comprei uma passagem
de trem RER C direto para a Estação Versalhes River Gauche. Alguns quarteirões
depois e eu estava à beira dos portões imponentes do palácio e de cara com uma
big estátua do idealizador daquela maravilha: Luis XIV. Tudo parecia ótimo e
fácil, não havia filas – eu já havia comprado o bilhete previamente pela
internet -, mas a impressão que eu tive a princípio, foi de que o local era
menor do que eu imaginava.
Resolvi começar a explorar pelo
palácio em si, para depois seguir para os jardins e, por fim, ao Trianon, nos
domínios da minha querida Maria Antonieta. Pois bem, entrei no palácio, peguei
um áudio guide em português, que já estava incluído no ticket e, portanto, não
paguei nada a mais por ele, e segui explorando o local. E claro, a minha
primeira impressão foi: é tudo muito bonito. Mas, vou dizer que eu tive duas
decepções.
Veja que não foi meu primeiro palácio,
já havia visitado alguns na própria França e também em Portugal e na Alemanha,
de modo que eu sabia exatamente o que esperar quando entrei. Só que, para o meu
desgosto, verifiquei que muitas das salas não contavam mais com a sua
característica original, e elas haviam sido transformadas em “locais para serem
visitados por turistas”. Isso foi uma pequena decepção que eu tive com o começo
do passeio. Obs: depois vim a saber que, como o palácio foi invadido durante a
Revolução Francesa, muita coisa foi destruída.
A segunda decepção foi: é tanta, mas
tanta gente lá dentro, que se forma uma fila e você não consegue se locomover
de um cômodo ao outro sem que aquele mar de gente ande. Eu juro que me deu até
um pouco de claustrofobia ficar por ali e teve uma hora que eu simplesmente
desisti e passei para o próximo local. São turistas de todos os lugares, mas a
quantidade de chineses que estava por lá era uma coisa absolutamente insana! E
como eles gostam de tirar fotos em todos os lugares (milhões de fotos), a coisa
empaca e ninguém se mexe!
Saindo do palácio, que não é muito grande
porque não podemos visitar todas as alas, segui para os jardins, que são
imensos e hiper bem cuidados. É nesse momento, de lá de cima, que
você olha no horizonte e vê aquela imensidão de terras e não consegue enxergar
até onde vai aquele palácio... Eu fico imaginando o quão impactante aquilo
deveria ser para um nobre estrangeiro ou para o próprio povo. Eu deveria ter
alugado uma bicicleta para percorrer todo aquele lugar, porque é imenso, cheio
de bosques e coisas lindas escondidas, mas, para a minha sorte, estava
chovendo, e bastante.
Mas, claro que o palácio tem seus
encantos, e não são poucos. O que eu mais gostei foi do domínio das princesas.
Fiquei sabendo que muitas mulheres reais ficavam sozinhas porque não havia
príncipes católicos suficientes como pretendentes. Daí, elas ficavam por lá, em
Versalhes e tinham seus próprios mini apartamentos. E claro, a sala dos
espelhos é algo de outro planeta!!! Esses corredores imensos que eram feitos
nos palácios – no Residenz em Munique tem um lindíssimo e em Fontainebleau
também – são algo de outro universo! Mas acho que dá para ver pelas fotos que a
quantidade de gente por lá estraga um pouco a paisagem.
E eu vou dizer que do palácio até o
Grand e o Petit Trianon é longe pra caramba!!! Dá para ir de carro, porque é
realmente muito longe!!! Mas, eu fui andando e debaixo de chuva, feliz porque
os chineses se contentaram com a primeira parte do passeio e não se dispuseram
a seguir em frente. O Grand Trianon, meu primeiro destino, foi a residência de
verão de muitos reis franceses. Ele tem o interior muito mais bem conservado do
que o do próprio palácio principal. São muitas coisas e muitos detalhes para
serem vistos e eu passei um tempão lá dentro porque, além da chuva, estava
fazendo frio e eu estava de vestido!
Depois, segui para o Petit Trianon e os
aposentos/terras da Maria Antonieta. Por incrível que pareça, apesar de ser a
parte mais simples dos domínios de Versalhes, foi onde eu passei mais tempo e
foi a parte que eu mais gostei. O lugar é bem grande e a residência em si é bem
pequena e simples. Mas, nos arredores há o belvedere, uma gruta, o teatro, a
capela e o mais legal de tudo é a mini cidade e fazendinha construída no
entorno. Amei o local, parece uma vila de brinquedos, cheia de bichinhos e
hortas e plantações... achei uma delícia!
Tentei abranger o máximo possível e
visitar todos os locais, e confesso que no final do dia já estava bastante
cansada e também bem de saco cheio da chuva e o frio. Já na saída do palácio,
em direção ao trem, quando achava que tudo havia terminado, entrei nos
estábulos do castelo, onde estão guardados os coches. A maioria deles pertenceu
à família do Napoleão, mas vale muito a visita. Ainda no caminho, passei numa
farmácia e no Monoprix, para comprar algumas coisinha faltantes e confesso que
esse foi o meu maior erro!!
A chuva que antes estava simplesmente
“OK”, piorou muito, a ponto de, mesmo de capa, parecer que eu havia mergulhado num
rio! Eu estava simplesmente ensopada. E esse não foi o pior! Eu me perdi e não
conseguia encontrar a estação de trem. Acho que a empolgação para chegar ao
palácio foi tão grande, que na volta eu não encontrava a estação. Mas, no final
deu tudo certo, às 18hs peguei o trem e segui para o hotel.
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