Eu me interessei por esse livro quando ouvi esse podcast do blog que eu amo chamado O Nome Disso é Mundo. No áudio, o André que é um dos idealizadores do programa homônimo do Multishow - Não Conta lá em Casa -, fala um pouquinho das viagens pouco convencionais que ele fez com sua equipe, composta por mais três rapazes, ao redor do mundo. Na primeira temporada, eles viajam por países conhecidos como o Eixo do Mal, tais como Coréia do Norte, Afeganistão, Sudão, dentre outros lugares que um turista normal jamais pensaria em pisar. E a ideia do programa era tentar desmistificar esse conceito ou apenas comprová-lo.
"Os seres humanos são parte de um todo,
Na criação de uma única essência e alma.
Se um membro sofre dor,
Outros membros permanecerão
inquietos.
Se você não tiver respeito
pela dor humana,
Você não pode ser considerado
humano." (poeta persa Saadi e está gravado no
saguão de entrada do prédio das Nações Unidas, em Nova York.)
“Não se trata de conhecer lugares, mas de conhecer pessoas.”
E ao final dessas viagens incríveis, o André acabou escrevendo um livro de memórias, cheio de fotos interessantes, contando como foi essa experiência. E o que me chamou a atenção é que o livro é extremamente bem escrito e detalhado. Ele é imenso, contém diversos capítulos, cada qual contando sobre a viagem a um país diferente e dentro desses capítulos, eles também são divididos por experiências, dias, pessoas que conheceram, etc. A leitura é simplesmente deliciosa, porque ao mesmo tempo que a matéria é muito instrutiva, contando um pouco mais afundo sobre o que realmente rola dentro desses países, alguns dos quais sequer ouvimos falar como Mianmar, também mostra um pouco dos perrengues, das experiências gratificantes que tiveram,
E ao final dessas viagens incríveis, o André acabou escrevendo um livro de memórias, cheio de fotos interessantes, contando como foi essa experiência. E o que me chamou a atenção é que o livro é extremamente bem escrito e detalhado. Ele é imenso, contém diversos capítulos, cada qual contando sobre a viagem a um país diferente e dentro desses capítulos, eles também são divididos por experiências, dias, pessoas que conheceram, etc. A leitura é simplesmente deliciosa, porque ao mesmo tempo que a matéria é muito instrutiva, contando um pouco mais afundo sobre o que realmente rola dentro desses países, alguns dos quais sequer ouvimos falar como Mianmar, também mostra um pouco dos perrengues, das experiências gratificantes que tiveram,
E há passagens muito divertidas. Vou colocar abaixo algumas delas:
"Segurando a
mochila com os dentes, o papel higiênico
com a mão esquerda e escorando a porta com a direita, me vi em um esquete de filme do Jerry Lewis por alguns tensos minutos. Entre mortos e feridos, salvaram-se todos. Na saída, fiz
questão de passar no templo muçulmano que ficava logo ao lado. Agradeci o sucesso em minha primeira experiência
multicultural no Oriente Médio, onde ir ao banheiro ou um simples pedido
no Burger King pode reservar as surpresas mais inesperadas."
"Texano de meia-idade, que apesar da barriguinha saliente era forte como um touro, Jim discursava para a classe como se fosse um misto de herói de guerra,super-homem e
líder espiritual. E a impressão que
dava era que a turma toda o via mesmo dessa maneira. A cada frase de impacto ele
fazia uma pausadramática para a inserção dos “ooohhhsss” de admiração de sua
plateia, que sempre correspondia
com timing perfeito. Auxiliado por um tradutor, ele apresentava para a turma temas do
tipo: “Como se portar em uma briga de facas”, “Fugindo de um
tiroteio”, “Voando com terroristas” e por aí vai. Esse conteúdo programático era sempre precedido de um episódio ilustrativo em que o próprio Jim era o personagem principal. No qual,
invariavelmente, era o herói que salvava a todos com seu instinto de sobrevivência e bravura. A turma ouvia embevecida, como se tratasse dos relatos reais da vida de Chuck Norris."
"Até que nossos algozes de quatro patas começaram a surgir perfilados de
dentro de seu estábulo de pau a pique. Como em uma passarela de moda,eles
iam dando o ar da graça um a um. Cada qual mais pangaré que
o outro! Eram versões decrépitas do que a gente tinha
imaginado. Os bichinhos eram verdadeiros anciãos de duas corcovas! Devidamente ornamentados para a
ocasião, eles pareciam árvores de Natal decoradas por uma versão persa
da Lady Gaga sob efeito de
ácido. Vinham se arrastando lenta
e preguiçosamente, como quem bate ponto em uma repartição pública contando os dias paraa aposentadoria. Pareciam quatro senhores de terceira idade que tiveram seu soninho
da tarde interrompido.
"Ainda no salão de embarque, percebíamos que nossos companheiros de voo eram compostos em sua totalidade pelo que poderíamos classificar como dublês do Rambo. Ex- mariners ou fuzileiros
totalmente focados em sua missão. Durante o voo, os
trogloditas de cabelo raspado,
mochilas militares e olhar sisudo espalhados pelas poltronas da classe econômica contrastavam com quatro jovens desavisados no estilo mezzo
neo-hippie-despojado mezzo nerd- aventureiro-ouvindo-iPod,
autênticos peixes fora d’água.
Entre uma nervosa ida ao banheiro e outra, Pesca finalmente conseguiu estabelecer contato com um de
nossos “colegas”. Ao indagar
qual seria a melhor forma de sair do aeroporto em Bagdá, recebeu de
volta a pergunta: “O seu
‘comboio’ está de helicóptero ou veículo blindado?”
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