Esse livro foi indicação de uma amiga
e eu fiquei completamente apaixonada. Ele é fininho, tem infinitos capítulos, o
que torna a leitura mais fluida, e foi escrito por Antoine Laurain, que é
francês e roteirista. Então, você vai lendo o livro e já vai visualizando uma
comédia romântica bem bonitinha, estrelando Jennifer Aniston e Hugh Grant,
rs!!! Acabei lendo em dois dias, mas se você estiver com tempo, dá para dar
cabo num único dia de domingo chuvoso, porque é impossível parar de ler.
A trama gira em torno de um
acontecimento até que recorrente, infelizmente: a protagonista, Laure, tem sua
bolsa roubada na porta de sua casa, de madrugada. Além do susto, vem a
revelação, sua vida inteira estava lá dentro, porque é assim que é a bolsa de
uma mulher. Não só bens materiais, como documentos e o celular, mas a própria
chave de sua casa, que a impede de entrar, e uma caderneta vermelha, onde anota
absolutamente tudo e é essa parte que dá o tom de comédia ao livro. Só que os
bandidos roubam o que precisam e abandonam a bolsa num lugar, onde é encontrada
por Laurent, um bom samaritano que deseja devolvê-la. Só que ele não sabe nada
sobre a dona do objeto e é aí que ele passa a fuçar seu conteúdo misterioso e
se envolver cada vez mais na vida da protagonista, apaixonando-se por ela sem
sequer conhecê-la.
E o livro, além de gostosinho, porque
a história é bonitinha e previsível, como qualquer comédia romântica, faz você
pensar um pouco e refletir sobre o que a sua bolsa diz sobre você e o que
significaria a sua perda. Confesso que após a leitura, tirei uma quantidade
grande de tranqueiras de lá de dentro, com medo de perdê-las, rs. Mas o que
mais me deixou apegada à leitura é que eu também tenho uma caderneta vermelha –
a minha é preta – onde eu anoto absolutamente tudo! Desde listas de coisas que
eu tenho que fazer – que, pensando bem, também são engraçadas e patéticas -,
até meus gastos, pagamentos, contas, informações, dicas de filmes e de livros,
pensamentos... enfim, acho que uma pessoa que pegasse essa caderneta não só
daria muita risada como ia me conhecer um bocado!!!!
O livro é fofo e eu espero que um dia
façam um filme dele! Ah, eu tirei alguns trechos que eu curti:
Trecho da caderneta:“Tenho medo de
formigas vermelhas.
Tenho medo quando consulto minha conta bancária e clico em “Saldo
disponível”.
Tenho medo quando o telefone toca lá em casa de manhã bem cedo. Tenho
medo de entrar no metrô quando ele está muito lotado.
Tenho medo do tempo que passa.
Tenho medo de ventiladores, mas isso
eu sei por quê.”
“Mas não, a bolsa já não
estava ali. Estava longe, nas ruas, arrancada, voava
no braço do homem que corria, ele iria abri-la
eencontrar suas chaves, seus documentos de identidade,
suas lembranças. Toda a sua vida.”
“Laurent se encontrava num dos
purgatórios da vida, aqueles lugares
onde esperamos nunca precisar entrar: urgências médicas,
alfândegas de aeroporto, centros de reeducação… diante
de cujas fachadas passamos pensando que estamos
melhor do lado de fora, mesmo quando chove.”
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