Vamos a um post inusitado. Eu não costumo falar muito de
roupas por aqui, mas eu falo bastante sobre as minhas finanças e sobre a minha
eterna busca por economizar dinheiro sem deixar de fazer comprinhas. Porque,
convenhamos, é ótimo viajar, é ótimo empregar o din din em cursos, mas também é
ótima a sensação de uma roupa nova no armário. Não sejamos hipócritas! Eu
costumo conciliar essas duas atividades (economia e comprinhas) através da ida
a brechós – falei disso nesse post aqui. Com essa prática, além de economizar,
eu adquiro peças únicas, diferentes e, muitas vezes, de marcas que nem sonharia
pisar na loja (sim, tenho itens Chanel, Marc Jacobs, Prada, Serpui Marie,
dentre outros e foram todos comprados em brechó!).
Muito bem. O
que eu acho que nunca falei muito por aqui é que eu me preocupo bastante com a
questão da sustentabilidade e também da coisa da produção consciente. Falei um
pouco, talvez, nesse post aqui. Mas Cami, o que isso significa? Significa que
de uns tempos pra cá eu comecei a buscar saber de onde vem o produto que eu
estou consumindo. Por exemplo, eu sei que é difícil deixar de comprar roupas em
fast fashion, mas o sistema de produção deles é tão carente de escrúpulos, que
eu simplesmente sinto asco dessas marcas. Não consigo comprar uma roupa na
H&M, na Zara, na F21 ou em qualquer outra marca desse tipo, sabendo que por
trás da produção de tal blusinha, há uma pessoa em condições precárias de
trabalho, sobrevivendo a base de exploração. E não são só as fast fashion que
fazem isso, vamos ficar de olho!!!!
Tá, só que não
dá para viver só de brechó! Às vezes, queremos uma roupa nova, alguma coisa
específica, diferente, que só é comercializada em uma loja. E foi aí que eu me deparei com
uma enorme dificuldade em encontrar marcas que praticam o bem em sua linha de
produção, que se utilizam de mão de obra adequada e devidamente remunerada, com
boas condições de atuação, que se utilizam de matéria prima sustentável e que
empregam uma pegada artesanal, com um resultado satisfatório ao consumidor e
sem que o produto final custe um rim. Sim, porque as empresas que se utilizam
de trabalhos escravos ou análogos à escravidão, obtém daí a viabilidade de
vender um produto a custo baixo – gente, não há milagre!!!
E resolvi
pesquisar. Queria marcas brasileiras de roupas, sapatos e acessórios que
pudessem me fornecer essas condições, que eu pudesse adquirir produtos sem me
preocupar em estar agredindo ao meio ambiente, outras pessoas ou a mim mesma. E
foi aí que eu descobri algumas lojas e nesse post, compartilharei meus achados
com vocês. Vamos dar uma olhada?
- Loja Prosa - marca que amo, da blogueira Carol Burgo. Eu acho a modelagem das peças muito bonitas, mas o que realmente me chama atenção na marca são as estampas, sempre lindas e alegres e desenhadas pela própria própria Carol. Ela se utiliza de mão de obra local, tem um cuidado absurdo com as roupas e com o envio - já comprei e amei.
- Svetlana - outra loja que curto muito e que oferece peças super diferentes. Já é uma loja maior do que a Prosa e a dona fez estágio com vááários designs incríveis, incluindo Stella McCartney. E, provavelmente por causa dela, a marca Svetlana possui uma pegada vegana e não se utiliza de nenhum material proveniente de animais. Ela também usa a técnica de aproveitamento de tudo, sem desperdício.
- Insecta - loja que vende os sapatos mais lindinhos do planeta. As estampas são apenas incríveis e a modelagem idem. A produção é inteiramente vegana, artesanal e sustentável - todas as peças são feitas com tecidos de roupas antigas reaproveitados.
- Studio Drê Magalhães - ela faz os acessórios mais lindos da vida!!!! Cintos, colares e pulseiras feitos a partir de corda, todos muito elaborados e que dão aquela super vista no look. O trabalho é inteirinho manual e sustentável.
- Benta Studio - loja com roupas bem fresquinhas e estampas muito vivas e diferentonas. São eles mesmos quem produzem as roupas, produção 100% brazuka e sem agredir o meio ambiente.
- Comas - tá a fim de uma roupa mais clean, mas com um design super diferente? Achou. Eles fazem uso de matéria prima orgânica e não poluente, além do reaproveitamento de tecidos e roupas que teriam outras funções (uma camisa vira saia, por exemplo). "Produz suas peças através da técnica de “upcycling”, processo pelo qual produtos descartados são recuperados, transformados e recolocados no mercado."
- Molett - como o próprio nome já diz (mais ou menos, rs), a marca usa muito o moletom em suas produções. As roupas são bem confortáveis e a qualidade promete ser excelente. Eles têm a preocupação de produzir uma roupa que vai durar por muitos anos, evitando que você consuma o tempo todo, e também em não desperdiçar nenhum tecido.
- Ada - eles trabalham com os vestidos mais bonitinhos e confortáveis do planeta, além de acessórios e alguns itens de decoração. O conceito da marca é não agredir o planeta. Eles se utilizam apenas de material vegano. "Acreditamos na produção em pequena escala, no processo artesanal, nos produtos exclusivos e no preço justo. Por isso gostaríamos de compartilhar que não terceirizamos a confecção e nós mesmas confeccionamos os produtos que levam um tempo médio de sete horas para ficarem prontos! Questionem as marcas que vocês compram: quem faz as minhas roupas?"
- A Fine Mess - amo o nome dessa loja!!! De todas que eu apresentei até agora, ela é a mais baratinha e que tem ótimas opções para o dia a dia e para viagens. A produção é inteirinha nacional. "Nossas peças possuem processos manuais de serigrafia com estampas exclusivas. Pensamos em cada etapa desde a criação, produção até a embalagem. Acreditamos que dessa forma as peças vão agregando valores tornando-se únicas e especiais."
- Flávia Aranha - essa já é uma loja bem mais cara, mas a pegada é de uma roupa classuda, daquelas que você vai continuar usando daqui há muitos anos. A dona da marca é uma estilista de renome e ela costuma fazer diversas parcerias com artesãos brazukas, comunidades e famílias que produzem a própria matéria prima utilizada. Gosto muito das roupas dela e nas liquis os preços costumam ficar bacanudos.
Aí vocês vão e
falar: “Mas Cami, os preços praticados por lojas são altos.” Foi o meu
pensamento no início. R$ 200,00 e poucos num moletom não é barato, R$ 100 e
tanto numa saia também não, e assim vai. Só que, logo após esse meu raciocínio,
eu comecei a reparar que nas fast fashion acima mencionadas – dentre outras
lojas do mesmo tipo -, não pagamos valores muito diferentes desses, lembrando
que a qualidade do produto disponível é MUITO inferior. Uma camisa de
poliéster, com a costura mais mal feita do mundo é comercializada na F21 por
mais de R$ 100,00. Um vestido na Zara não sai por menos de R$ 250,00. E assim
vai...
Daí que, eu
prefiro me virar nos brechós, como sempre fiz – compro muito no Enjoei, no
Repassa e também em brechós físicos, que têm coisas excelentes, como já mostrei
a vocês – e, de repente, juntar um pouco mais de din din para adquirir alguma
coisa mais legalzuda ou mais especial em um desses sites sustentáveis que eu
mostrei a vocês nesse post. Entre gastar R$ 150,00 numa saia na Zara e gastar o
mesmo numa saia maravilhosa que eu sei que foi produzida com carinho e sem
agressão ao ambiente, eu vou, sem a menor dúvida, optar pelo último.
Quero deixar
claro que esse post não é uma crítica a pessoas que compram em fast fashion ou
que compram em lojas cuja produção é, de certa forma, duvidosa. Veja bem, cada
um faz o que quer!!!! Quem sou eu para julgar as pessoas??? Ninguém,
absolutamente! Eu mesma já comprei muito em fast fashion. Estou apenas dizendo como eu faço, como eu funciono e deixando à
disposição, para quem quiser e estiver interessado, o link de algumas lojas
online das quais eu gosto muito e que têm uma pegada consciente.
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