terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

COMPRAS DE MAKE NA 25 DE MARÇO

Atenção: post giga e polêmico!

Fui na 25 de Março esses dias e voltei com alguns produtinhos de make baratex (todos serão devidamente experimentados e resenhados em posts próprios nos próximos dias/semanas). Eu sei que esse será um post meio controverso porque muita gente torce o nariz para esse tipo de compra – me incluo nesse grupo – mas o que eu quero tentar trazer aqui é um sentido para que ela esteja cada vez mais frequente no dia a dia das pessoas.
Fui à 25 de Março para outra função, mas – quem não é de São Paulo talvez não saiba -, o lugar está lotado de lojas de bijuteria e a maioria delas conta com um setor de maquiagem no fundão. São marcas conhecidas, como Ruby Rose, Fenzza, Luisance e marcas que nunca ouvi falar, como Playboy, Yuisa, dentre outras. E essas lojas estavam absolutamente apinhadas de mulheres se matando para comprar essas makes. Veja que havia produtos por R$ 2,00 e também havia produtos de mais de R$ 40,00. Vi muitas palettas e lápis bonitos, mas também vi muita coisa que parecia bem ruinzinha só de olhar.
Uma coisa que me chamou muito a atenção é que muitos dos produtos que estavam em exposição estavam quebrados – isso os que conseguíamos ver – e outros estavam com a embalagem violada e tal. Digo isso porque esse é o tipo de coisa que me “brocha” na hora de comprar maquiagem. Vocês bem sabem que eu prezo muito por uma boa embalagem. E muito produto tinha cheiro forte de química – medo!! No mais, eu acabei trazendo comigo pra casa alguns produtos para testar e ver qual é. Eu realmente queria entender o porquê aquela mulherada estava tão enlouquecida.
Antes de mais nada, eu dei uma checada na internet e no Youtube e sabia que alguns produtos estavam bombando – principalmente o corretivo e a base da Ruby Rose. Trouxe ambos comigo e eles serão devidamente resenhados em posts próprios, sendo que o do corretivo já chega nessa semana. O que eu notei, primeiramente, é que dos produtos que eu comprei, os da Ruby Rose, apesar de virem da China, têm uma marca brasileira por trás, a Nelida do Brasil, que garante sua qualidade e nos traz uma série de informações. Vocês vão ver melhor nos posts resenha, mas tanto o blush quanto a base e os corretivos têm validade, composição, quantidade e todas as demais exigências que a Anvisa e o CDC pleiteiam.
Já os lápis da Luisance e da Yusa não trazem esse cuidado todo. O da Luisance, por exemplo, traz em sua embalagem apenas a quantidade e a validade. Os lápis da Yusa trazem o peso e a composição. Eu acho que o fato de ter uma marca brazuka por traz, pode não significar muita coisa, mas me traz uma segurança maior na hora de aplicar esse produto no meu rosto. Me sinto muito mais segura com o uso dos produtos Ruby Rose do que com os outros. Mas, se eu for considerar a quantidade de gente se apinhando na loja naquele dia e levando de tudo um pouco, concluo que o brasileiro sequer lê a embalagem do produto e, portanto, não deve levar em consideração esse tipo de coisa antes de comprar uma maquiagem baratex.
O segundo ponto é que, vou dizer, achei a qualidade de todos esses produtos adquiridos muito boa, em especial os da Ruby Rose. Não sei a longo prazo, não sei se minha pele vai ficar horrorosa, se vou ter uma alergia ou algo do tipo, mas posso dizer que a princípio, estou muito satisfeita. Eu vou dizer que havia sombras por lá que deixam a Urban Decay no chinelo! Não vou dizer que a partir de hoje comprarei apenas produtos de make na 25 de Março e dane-se a origem, a composição, etc... mas o que eu quero dizer é que SIM, temos um produto de qualidade no mercado competindo com produtos nacionais e com outros produtos estrangeiros mais conhecidos (MAC, Chanel, etc).
O terceiro ponto, pelo menos pra mim, é o que mais pega. Gente, esses produtos que eu estou mostrando nesse post – foto lá em cima – são muuuuito baratos. Vejam que com pouco mais de R$ 40,00 eu comprei 7 produtos, sendo que alguns deles eram base e corretivos, que costumam ser bem caros por aqui. Pensem numa base nacional, da Tracta, por exemplo. Você não acha para vender por menos de R$ 30,00! Ou seja, os preços são absurdamente competitivos. Já vi meninas na Internet que compraram make completa na 25 de março por R$ 30,00!
Sabemos que matéria prima não é barata e sabemos que os impostos praticados aqui no Brasil também não são suaves. E essas makes, pelo menos as que têm uma empresa brasileira por traz, têm incidência de impostos. Daí que, é obvio que não existe milagre e nessa conta toda, quem sai perdendo é o trabalhador lá na China. Não posso afirmar com toda certeza porque estou do outro lado do mundo e não fiz uma pesquisa sobre isso, mas eu tenho certeza quase absoluta que a pessoa que produziu essa base maravilhosa que está no meu organizador e no de tanta gente por aí, não recebeu uma remuneração justa.
E a conclusão que eu tiro disso tudo é que o povo, em geral, não se preocupa com a origem do que está comprando e nem com a “qualidade” (eu quero dizer composição) do produto, o que importa verdadeiramente é o preço. Se funciona e se cabe no bolso, ok! E aí, a gente tem com julgar essas pessoas? Eu acho difícil.
Entramos na balança dos escrúpulos x economia. Muito difícil essa equação, não é mesmo? Acho que no final das contas, o povo quer mesmo é consumir sem se sentir lesado, nem que isso venha a lesar o próximo, que está lááá na China. A questão é que para muita gente – e eu estou dando o exemplo da make, mas poderia ser um item mais essencial -, esse tipo de produto é a única opção, é uma espécie de salvação para a sua condição financeira. É fácil para uma pessoa como eu, que é privilegiada, julgar aquele que está lá na 25 de Março se acabando nas makes de R$ 2,00!
A grana tá curta e ninguém está podendo consumir Chanel, Dior... essa realidade não existe por aqui. E maquiagem nacional, ainda que seja do tipo mais em conta como Vult, Avon, Tracta, dentre outras, não é tão barata assim. E claro que dentro desse contexto, aliado ao fato de os produtos baratex estarem apresentando cada vez melhor qualidade – a pigmentação das sombras é assustadora!!! -, o povo está se direcionando para esse caminho. E, honestamente, eu acho que tal situação deveria servir para advertir os produtores nacionais e o próprio governo. É uma situação vigente!
E qual é a moral da história? Não sei. Eu tenho coisas demais no meu organizador, muito mais do que eu preciso e, com a minha situação financeira, não teria problemas em montar uma nécessaire só com o essencial, contendo produtos realmente bons. Mas, a realidade brasileira é outra. Muita gente não tem condições de comprar nada diferente do que está sendo vendido na 25 de Março, e aí? Vale julgar o próximo? Não sei. Não sei mesmo!!! Só sei que esses produtos adquiridos são realmente incríveis e não deixam nada a desejar para os produtos de marcas bacanudas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário