O meu
terceiro dia de viagem tinha como destino a cidade de Giverny, precisamente a casa
e jardins do pintor Monet que lá viveu. Essa vontade surgiu depois que vi uns
posts de blogs de viagem com fotos do lugar e me apaixonei perdidamente. A
coisa era tão linda que eu simplesmente comecei a achar que Monet nem era tão
talentoso assim, porque naquele cenário, até eu me inspiraria a pintar lindas
paisagens!! Brincadeira!
rango do dia |
Trata-se de uma “atração” de meio período e a minha idéia era
voltar na hora do almoço e aproveitar o restante do dia em Paris. Só que na
hora de comprar passagem de trem, eu tinha a única opção de adquirir às 6:11hs
da manhã com retorno às 16:57hs. Ou seja, eu não teria escolha e “perderia” meu
dia todo por lá.
Detalhe que já no final da viagem eu descobri e que tratam-se de sugestões de horários e, em verdade, eu poderia ter pego o trem em qualquer horário naquele dia – fail! E para esclarecer o trajeto, o trem vai de Paris até Vernon, uma cidade na região da Normandia que, até então, nunca tinha ouvido falar, e de lá eu teria de pegar um ônibus shuttle a 10,00 Euros ida e volta. Ou seja, teria de me arranjar em Vernon o resto do dia e procurar atrações por lá.
Detalhe que já no final da viagem eu descobri e que tratam-se de sugestões de horários e, em verdade, eu poderia ter pego o trem em qualquer horário naquele dia – fail! E para esclarecer o trajeto, o trem vai de Paris até Vernon, uma cidade na região da Normandia que, até então, nunca tinha ouvido falar, e de lá eu teria de pegar um ônibus shuttle a 10,00 Euros ida e volta. Ou seja, teria de me arranjar em Vernon o resto do dia e procurar atrações por lá.
cidade de Giverny |
Chegando na cidade – num horário assustadoramente cedo -, o
tempo estava feio, chuvoso e frio e eu descobri que o primeiro horário do
shuttle era a partir das 9:20hs – tudo parecia conspirar para um dia horrível.
Daí, mesmo debaixo de garoa, resolvi explorar Vernon. E foi amor a primeira
vista!!!! Não me espalhei muito porque queria explorar “real” a tarde, quando
voltasse de Giverny e quando os museus e igrejas estivessem abertos. Mas eu
queria dizer que fui à Giverny já querendo voltar à Vernon!
Mas, vamos começar por
Giverny! Trata-se de uma cidadezinha bem pequetita, muito fofa, com casinhas
charmosíssimas e jardins arrumadinhos. A cidade toda estende-se por apenas
6,45km², segundo a Wikipedia. Lá há restaurantes caros e bonitinhos e um comércio
fofo, mas igualmente caro. Acaba sendo uma cidade turística mesmo por conta da
Fundação Claude Monet. O meu ingresso já estava comprado e após uma
caminhadinha, cheguei à casa do pintor. O tempo já tinha aberto, estava fazendo
um solzinho gostoso – ainda que continuasse frio – e eu resolvi começar o
passeio pelos jardins.
Tal qual muitos passeios feitos em Paris, o excesso de turistas
e de grupos de excursões atrapalha um pouco a visita e a gente as vezes tem que ver
as coisas com pressa porque tem uma multidão atrás de você querendo fazer o
mesmo. No mais, queria dizer que ele tinha uma mini florestinha em sua casa,
com lagos, árvores e flores de todos os tipos e cores. Cuidar daquilo deve dar
um trabalhão. É realmente um passeio delicioso e super recomendado, apesar dos
turistas!
O tour pelos jardins leva em torno de 1 hora e depois disso,
você pode entrar na casa que pertencia ao pintor e que parece de boneca! São
tantos detalhes e tudo tão bem pensado e cuidado... E claro, lotado de obras de
arte lindíssimas nas paredes. A casa toda é uma gracinha e sua visita não pode
ser prescindida do passeio. Após, segui para a lojinha do local, que é uma
graça e dei um passeio pela cidade, que como eu disse é realmente muito
bonitinha e que conta também com uma capela, onde está enterrado Monet.
Às 12hs peguei o shuttle de volta para Vernon e, apesar de a
minha manhã ter sido incrível, eu ansiava por voltar à cidade e explorar
aqueles lugares em que tinha estado quando cheguei. Sem saber muito, principalmente
porque não é muito conhecida e foge do circuito turístico – o que significa que
teria menos problemas com o enxame de pessoas - descobri que Vernon é uma
cidade importante porque é banhada pelo Rio Sena, porque tem muuuuuita
história, inclusive relacionada a invasão e estabelecimento Viking e também
porque foi palco da chegada dos Aliados durante a Segunda Guerra. E ainda que
não contasse com tanta história, a cidade por si só é bonitinha demais e muito
arrumadinha.
E como ela é super pequenininha, dá para fazer tudo a pé e com
calma. A primeira dica é ir até o Escritório de Informações Turísticas, que
fica apenas localizado na casa mais antiga da cidade e ao lado da igreja que
quase fez o meu coração parar!! Lá você poderá pegar um mapa do local e
conversar um pouco sobre as atrações e história de Vernon.
Infelizmente, como era uma segunda-feira, os museus estavam fechados, mas juro que isso não atrapalhou o meu dia tão feliz – um dos mais da viagem! Essa casa, apenas voltando um pouco, é em estilo Normando, com aquelas toras gigantes de madeira e preenchimento em terra, e data do século XV!!!!!! Não é incrível? Meus olhos brilhavam!
Infelizmente, como era uma segunda-feira, os museus estavam fechados, mas juro que isso não atrapalhou o meu dia tão feliz – um dos mais da viagem! Essa casa, apenas voltando um pouco, é em estilo Normando, com aquelas toras gigantes de madeira e preenchimento em terra, e data do século XV!!!!!! Não é incrível? Meus olhos brilhavam!
Saindo de lá, eu acabei seguindo a sugestão de roteiro do
próprio mapa. Visitei a igreja cuja fachada nunca mais vai sair da minha
cabeça, e que teve a construção iniciada no século XI e concluída no XVI. Ela é
inteirinha em estilo gótico, como a maioria das igrejas francesas, e por dentro
ela é beeem medieval, naquela vibe pedra em cima de pedra, sem frufrus. O
charme fica realmente na parte externa, com os vitrais e as gárgulas dando o
show.
Do lado oposto da rua há uma construção mais recente, datada do
século XIX, que faz um contraste muito legal com a igreja e o conjunto de
casinhas normandas. Trata-se da prefeitura da cidade, que também é um prédio
muito bonito, apesar de ter características muito diferentes.
E caminhando, você vai se deparando com diversas casas super
antigas, as quais hoje são lojas, residências, consultórios e você tem vontade
de tirar mil fotos e de ficar por ali admirando. Almocei um sanduíche super
gostoso em uma das praças da cidade, a qual tem um comércio bacana, com lojas
locais e também com grandes empresas, além de um supermercado Monoprix, onde
pela manhã comprei uma echarpe para me abrigar contra o frio. A essa hora, eu
já estava de regata e me abanando, porque a temperatura havia mudado
bruscamente.
Segui em direção ao Rio Sena, que tem uma vista e um aspecto
super diferentes daquele que a gente está acostumado em Paris. Muito verde,
muito interiorano! A orla de Vernon é uma graça e há muitos bancos para se
admirar a paisagem e ficar simplesmente esperando a vida passar! Mas como
queria conhecer tudo, atravessei a ponte e logo me deparei com o Antigo Moinho,
que é o único que foi conservado da época medieval, quanto tantos ficavam
espalhados pela cidade. Mas mesmo assim, ele está meio capenga, porque foi
bombardeado durante a Segunda Guerra Mundial e, por isso, só conseguimos vê-lo
de longe.
Saint Nicolas
|
Mais adiante, ainda há um chateau super bonitinho, chamado Le
Chateau des Tourelles, que também não pôde ser visitado, mas que rendeu muitas
fotos e adicionou algumas estrelinhas à cidade. E ainda mais adiante, uma
igrejinha minúscula – Saint Nicolas de Vernonnet -, mas super gracinha com um
cemitério atrás, praticamente dedicado a combatentes de guerra. Para quem
estava chateada de ter que “matar o tempo” em Vernon, a cidade se revelou
lotada de atrações e de muito charme e ganhou o meu coração como uma das mais
incríveis que visitei.
moinho |
Na volta, ainda passei pela torre de um antigo castelo que havia
por lá e onde foram mantidos os arquivos da cidade durante o século XIX. Ela
está super bem conservada e ao redor, construíram uma praça super bonita e
modernosa – Jardin des Arts -, onde, mais uma vez, é possível se sentar e ficar
apenas admirando a paisagem e agradecendo pela oportunidade de ter conhecido um
lugar tão bonito.
No horário marcado, segui para a estação de trem e de lá, de
volta a Paris, que fica a apenas 70km de Vernon. Próxima parada, Montmatre e
Cemitério Père Lachese!
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