quarta-feira, 11 de outubro de 2017

VIAGEM FRANÇA - DIA 03 - GIVERNY E VERNON

Look: blusa F21, calça que era da minha mãe, alpargata comprada no Enjoei, acessórios em prata e turquesa. O cardigã que ficou em Paris porque estava no fim da picada é H&M e a echarpe foi comprada em Sintra
O meu terceiro dia de viagem tinha como destino a cidade de Giverny, precisamente a casa e jardins do pintor Monet que lá viveu. Essa vontade surgiu depois que vi uns posts de blogs de viagem com fotos do lugar e me apaixonei perdidamente. A coisa era tão linda que eu simplesmente comecei a achar que Monet nem era tão talentoso assim, porque naquele cenário, até eu me inspiraria a pintar lindas paisagens!! Brincadeira!
rango do dia
Trata-se de uma “atração” de meio período e a minha idéia era voltar na hora do almoço e aproveitar o restante do dia em Paris. Só que na hora de comprar passagem de trem, eu tinha a única opção de adquirir às 6:11hs da manhã com retorno às 16:57hs. Ou seja, eu não teria escolha e “perderia” meu dia todo por lá. 

Detalhe que já no final da viagem eu descobri e que tratam-se de sugestões de horários e, em verdade, eu poderia ter pego o trem em qualquer horário naquele dia – fail! E para esclarecer o trajeto, o trem vai de Paris até Vernon, uma cidade na região da Normandia que, até então, nunca tinha ouvido falar, e de lá eu teria de pegar um ônibus shuttle a 10,00 Euros ida e volta. Ou seja, teria de me arranjar em Vernon o resto do dia e procurar atrações por lá.
cidade de Giverny
Chegando na cidade – num horário assustadoramente cedo -, o tempo estava feio, chuvoso e frio e eu descobri que o primeiro horário do shuttle era a partir das 9:20hs – tudo parecia conspirar para um dia horrível. Daí, mesmo debaixo de garoa, resolvi explorar Vernon. E foi amor a primeira vista!!!! Não me espalhei muito porque queria explorar “real” a tarde, quando voltasse de Giverny e quando os museus e igrejas estivessem abertos. Mas eu queria dizer que fui à Giverny já querendo voltar à Vernon!
Mas, vamos começar por Giverny! Trata-se de uma cidadezinha bem pequetita, muito fofa, com casinhas charmosíssimas e jardins arrumadinhos. A cidade toda estende-se por apenas 6,45km², segundo a Wikipedia. Lá há restaurantes caros e bonitinhos e um comércio fofo, mas igualmente caro. Acaba sendo uma cidade turística mesmo por conta da Fundação Claude Monet. O meu ingresso já estava comprado e após uma caminhadinha, cheguei à casa do pintor. O tempo já tinha aberto, estava fazendo um solzinho gostoso – ainda que continuasse frio – e eu resolvi começar o passeio pelos jardins.

Tal qual muitos passeios feitos em Paris, o excesso de turistas e de grupos de excursões atrapalha um pouco a visita e a gente as vezes tem que ver as coisas com pressa porque tem uma multidão atrás de você querendo fazer o mesmo. No mais, queria dizer que ele tinha uma mini florestinha em sua casa, com lagos, árvores e flores de todos os tipos e cores. Cuidar daquilo deve dar um trabalhão. É realmente um passeio delicioso e super recomendado, apesar dos turistas!

O tour pelos jardins leva em torno de 1 hora e depois disso, você pode entrar na casa que pertencia ao pintor e que parece de boneca! São tantos detalhes e tudo tão bem pensado e cuidado... E claro, lotado de obras de arte lindíssimas nas paredes. A casa toda é uma gracinha e sua visita não pode ser prescindida do passeio. Após, segui para a lojinha do local, que é uma graça e dei um passeio pela cidade, que como eu disse é realmente muito bonitinha e que conta também com uma capela, onde está enterrado Monet.
Às 12hs peguei o shuttle de volta para Vernon e, apesar de a minha manhã ter sido incrível, eu ansiava por voltar à cidade e explorar aqueles lugares em que tinha estado quando cheguei. Sem saber muito, principalmente porque não é muito conhecida e foge do circuito turístico – o que significa que teria menos problemas com o enxame de pessoas - descobri que Vernon é uma cidade importante porque é banhada pelo Rio Sena, porque tem muuuuuita história, inclusive relacionada a invasão e estabelecimento Viking e também porque foi palco da chegada dos Aliados durante a Segunda Guerra. E ainda que não contasse com tanta história, a cidade por si só é bonitinha demais e muito arrumadinha.

E como ela é super pequenininha, dá para fazer tudo a pé e com calma. A primeira dica é ir até o Escritório de Informações Turísticas, que fica apenas localizado na casa mais antiga da cidade e ao lado da igreja que quase fez o meu coração parar!! Lá você poderá pegar um mapa do local e conversar um pouco sobre as atrações e história de Vernon. 

Infelizmente, como era uma segunda-feira, os museus estavam fechados, mas juro que isso não atrapalhou o meu dia tão feliz – um dos mais da viagem! Essa casa, apenas voltando um pouco, é em estilo Normando, com aquelas toras gigantes de madeira e preenchimento em terra, e data do século XV!!!!!! Não é incrível? Meus olhos brilhavam!

Saindo de lá, eu acabei seguindo a sugestão de roteiro do próprio mapa. Visitei a igreja cuja fachada nunca mais vai sair da minha cabeça, e que teve a construção iniciada no século XI e concluída no XVI. Ela é inteirinha em estilo gótico, como a maioria das igrejas francesas, e por dentro ela é beeem medieval, naquela vibe pedra em cima de pedra, sem frufrus. O charme fica realmente na parte externa, com os vitrais e as gárgulas dando o show.

Do lado oposto da rua há uma construção mais recente, datada do século XIX, que faz um contraste muito legal com a igreja e o conjunto de casinhas normandas. Trata-se da prefeitura da cidade, que também é um prédio muito bonito, apesar de ter características muito diferentes.  

E caminhando, você vai se deparando com diversas casas super antigas, as quais hoje são lojas, residências, consultórios e você tem vontade de tirar mil fotos e de ficar por ali admirando. Almocei um sanduíche super gostoso em uma das praças da cidade, a qual tem um comércio bacana, com lojas locais e também com grandes empresas, além de um supermercado Monoprix, onde pela manhã comprei uma echarpe para me abrigar contra o frio. A essa hora, eu já estava de regata e me abanando, porque a temperatura havia mudado bruscamente.

Segui em direção ao Rio Sena, que tem uma vista e um aspecto super diferentes daquele que a gente está acostumado em Paris. Muito verde, muito interiorano! A orla de Vernon é uma graça e há muitos bancos para se admirar a paisagem e ficar simplesmente esperando a vida passar! Mas como queria conhecer tudo, atravessei a ponte e logo me deparei com o Antigo Moinho, que é o único que foi conservado da época medieval, quanto tantos ficavam espalhados pela cidade. Mas mesmo assim, ele está meio capenga, porque foi bombardeado durante a Segunda Guerra Mundial e, por isso, só conseguimos vê-lo de longe.
Saint Nicolas
cemitério
Mais adiante, ainda há um chateau super bonitinho, chamado Le Chateau des Tourelles, que também não pôde ser visitado, mas que rendeu muitas fotos e adicionou algumas estrelinhas à cidade. E ainda mais adiante, uma igrejinha minúscula – Saint Nicolas de Vernonnet -, mas super gracinha com um cemitério atrás, praticamente dedicado a combatentes de guerra. Para quem estava chateada de ter que “matar o tempo” em Vernon, a cidade se revelou lotada de atrações e de muito charme e ganhou o meu coração como uma das mais incríveis que visitei.
moinho
Na volta, ainda passei pela torre de um antigo castelo que havia por lá e onde foram mantidos os arquivos da cidade durante o século XIX. Ela está super bem conservada e ao redor, construíram uma praça super bonita e modernosa – Jardin des Arts -, onde, mais uma vez, é possível se sentar e ficar apenas admirando a paisagem e agradecendo pela oportunidade de ter conhecido um lugar tão bonito.

No horário marcado, segui para a estação de trem e de lá, de volta a Paris, que fica a apenas 70km de Vernon. Próxima parada, Montmatre e Cemitério Père Lachese!

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