sexta-feira, 6 de outubro de 2017

LIVRO - MANSFIELD PARK

Sou completamente apaixonada pelos livros da Jane Austen. Qualquer coisa que ela escreve vira amor instantâneo e a acho infinitamente melhor na escrita, nas tramas e dona de um comportamento/estilo muito mais avançado/contemporâneo do que os das irmãs Brontë. Já li 4 dos 6 romances da autora e a cada final de leitura me apaixono ainda mais. Mansfield Park não é seu romance mais famoso, mas confesso que foi um dos meus favoritos, ao lado de Emma. São quase 600 páginas que foram devoradas por mim num único feriado prolongado.
Através dele, conheceremos a Família Bertram, composta por Sir Thomas, um nobre muito influente, firme em suas convicções e chefe de uma família composta por 4 filhos, Maria, Julia, Thomas e Edmund. Sua esposa, Lady Bertram é uma senhora distinta e recatada, mas tem duas irmãs mais ou menos problemáticas. A Sra. Norris, sua vizinha, é a típica irmã mexeriqueira, crítica, que quer se meter em todos os assuntos da família e influenciar os sobrinhos. Já a Sra. Price mora muito longe, casou-se mal e possui inúmeros filhos, os quais tem dificuldades de criar.

Por isso, e num ato de bondade, Sir Thomas convida a primogênita, Fanny, a morar com eles, o que ocorre quando a menina tem 10 anos. Ela cresce, então, em meio a essa nova família, recebendo boa instrução, educação, tendo do bom e do melhor, apesar de ter a consciência de que jamais se igualaria às suas primas. Ela, no entanto, sendo uma pessoa absolutamente meiga, racional e submissa, logo cai nas graças de todos, principalmente de seu primo Edmund e da tia, a quem jamais a prescinde. O tio, inclusive, irá reconhecer todo o seu valor e a tratar como a uma filha.
Em determinado momento, quando estão todos crescidos e Fanny já tem 18 anos, os irmãos Mary e Henry Crawford passa a frequentar o circulo familiar dos Bertam e, de pronto, Mary e Edmund  - o grande amor de Fanny - se apaixonam um pelo outro e Henry mostra-se um rapaz muito galanteador, ganhando o coração das primas Maria e Julia. Tudo fica de pernas para o ar! Fanny, desde o início, duvida do caráter dos irmãos Crawford, mas essa parte é muito interessante, pois nunca teremos certeza se Mary era uma pessoa de moral duvidosa ou se Fanny a pinta desse jeito por ciúmes do primo.
No decorrer da trama, Henry irá se apaixonar por Fanny, mas recordando-se dos galanteios e vaidades do rapaz principalmente junto as suas primas, bem como de suas maneiras exageradas, ela irá repeli-lo, situação que causará estranheza àqueles ao seu redor, pois seria, decerto, um casamento melhor do que poderia se imaginar à moça, que não possui qualquer dote. E a história vai se desenrolando ao redor desses personagens. O interessante é que o livro nos trará informações sobre costumes e usos da época, mas também nos trará escândalos, fofocas, amores, diversões e muitas outras coisas que dão uma apimentada na trama.
O que eu gosto na Jane Austen é que ela é muito crítica à sociedade da época, e o livro tem umas passagens muito contemporâneas, incluindo pensamentos feministas. Há um trecho em que ela questiona a obrigatoriedade de uma moça ter de aceitar um pedido de casamento apenas por conveniência ou porque é o certo a se fazer, como se a felicidade conjugal ou o bem estar da moça não fossem de fato importantes.

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