Eu li O Senhor das
Moscas quando estava no colégio, como leitura obrigatória na grade curricular.
Já faz um bocado de tempo, mas me lembro que foi um livro que me perturbou
bastante, mas que eu curti, de alguma forma. A parte boa é que eu me lembrava
da história e de algumas cenas mais icônicas, mas não me lembrava como o livro
terminava, de modo que acabou parecendo que se tratava de uma leitura nova.
A história começa
com uma porção de garotos perdidos numa ilha. Aparentemente – essa questão não
é muito bem desenvolvida – houve um acidente aéreo e aqueles inglesinhos
sobreviveram e agora estão sozinhos numa ilha deserta. As idades são entre 6 e
12 anos e os mais velhos logo tomam a dianteira da situação. O importante é que
o autor irá frisar a ausência absoluta de adultos no local o que,
metaforicamente, significa ausência absoluta de comando, de uma autoridade,
situação que vai ficando cada vez mais clara no desenrolar da história.
Muito bem. De
início, destacam-se Ralf e Porquinho, dois garotos de 12 anos, sendo o
primeiro, um cara bastante consciente, que tem noção de que a prioridade é
serem resgatados, acima de qualquer coisa e que, para tanto, uma fogueira é
absolutamente fundamental às atividades diárias; e, o segundo, um rapaz
gorducho, reclamação, mas o cérebro das operações, o único que parece sensato o
suficiente e também bastante inteligente. Por fim, temos Jack, que é o oposto
de Ralf. Ambos disputam a liderança, mas Ralf através da razão e Jack através
do medo. É ele quem irá tomar a dianteira das atividades de caça, por exemplo.
Ocorre que o tempo
vai passando e as poucas regras que foram estabelecidas naquela pequena
sociedade vão dando espaço à selvageria daquelas crianças que, apesar de terem
sido educadas em colégios ingleses e provenientes de famílias de classe média,
vão deixando aflorar seus instintos de sobrevivência. Daí, o negócio todo é só
ladeira abaixo. Sim, haverão assassinatos, sim, haverão perseguições, sim,
haverão situações em que a gente chega a perder o fôlego e desacreditar no que
o indivíduo é capaz de fazer em busca da própria sobrevivência.
O final é
apavorante e muito intenso. É um livro maravilhoso, um clássico que todo mundo
deveria ler e refletir.
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