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pulseira vintage |
De uns tempos pra cá, eu ando refletindo muito sobre essa coisa do consumo excessivo, da qualidade das roupas, da origem delas, como foram feitas, se a pessoa que as fez trabalha em condições bacanas ou não, etc, etc. E a verdade é que quando você para para pensar, fica muito difícil responder a essas perguntas. Eu sei que as lojas de fast fashions - pelo menos a grande maioria -, praticam preços baixos porque pagam pouco pelos seus funcionários e tem toda aquela questão trabalhista envolvida. Quem não assistiu ao documentário The True Coast, eu fiz um post aqui.
Dai que não dá para comprar em fast fashions porque não tenho estômago para essa situação e não dá para comprar em lojas "normais" porque não tenho grana pra isso. Alias, acho que temos pouca informação por parte das lojas acerca da origem de seus produtos e isso me confunde um pouco, prefiro não arriscar.
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À esquerda, saia Artsy (acho) e à direita, saia MBE. Ambas da Camila Gomes |
E parte por conta disso, eu desenvolvi um amor muito grande por bazares e brechós, tanto on-line quanto físicos. Eu sempre amei o vintage, o diferente, nunca fui daquelas adolescentes que ligava pra amiga perguntando que roupa ela ia na festa, pra gente poder ir de "par de vaso". Sempre acabei me diferenciando com minhas roupas e sempre fui muito elogiada por isso. Amo fuçar os armários da minha mãe, minha tia, minhas avós e já descobri muitas riquezas lá dentro. Fivelas, bolsas, casacos, saias, coisas lindas que, mesmo quando não estão no shape desejado, têm potencial para reformas e aproveitamento no meu armário.
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fivelas garimpadas dos armários da família - tem muitas outras
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saia lápis pintada a mão que era da minha mãe |
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Só que com relação a roupas usadas de gente estranha, sempre tive um certo nojinho ou aquela coisa do carma do dono da roupa, rs. Não sei explicar, mas rolava um preconceito desse tipo de lugar e eu acabava passando longe. Até que algumas blogueiras de que gosto muito começaram a fazer bazares virtuais, blogueiras que acompanho, que curto o estilo e que, de alguma forma, me sinto "amiga".
Comprei muitas roupas da Camila Gomes e da Joanna Moura. E sei lá, comecei a criar gosto por isso. Parecia muito fácil ficar fuçando brechós on-line e visualizando coisas lindas, e de marcas que amo com preços acessíveis. Acabei descobrindo o Enjoei, virei fã é uma grande consumidora. Tenho lojinha por lá desde 2012 e já consumi muito Maria Bonita Extra, Hui Clos, Reinaldo Fraga, deste outros.
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saia MBE |
Quando dei por mim, meu armário estava lotado de preciosidades usadas ou não, mas diferentes daquilo que a gente via nas lojas e com a certeza de que não veria ninguém igual a mim na rua. Meus amigos e colegas de trabalho elogiam minhas roupas e meu estilo e isso apenas me impulsiona mais. O primeiro brechó físico aconteceu no Projeto Felicidade, ao lado do escritório. Lá funciona um local beneficente para crianças com câncer e o brechó ajuda a sustentar o local. Por lá, já consumi um vestido Marc Jacobs e um casaco de lã uruguaio... além de mil outras coisas, como duas calças de lã incríveis.
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tricô bem legal do Enjoei
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À esquerda, casaco da década de 40 que era da minha avó - reformado. No centro, tricô-quimono Garimpário. À direita, casaco uruguaio do Bazar Projeto Felicidade |
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Tomei mais gosto ainda pela coisa e aprendi a ter paciência, a garimpar, a ter "olho clínico de brechozeira", enxergar o potencial de cada peça, verificar se uma provável reforma vale a pena, se o tecido é bom, se bem cortado, se o preço cobrado é válido. Depois disso fui para a Alemanha e para o Chile e em ambos os países procurei por brechós e feiras de antiguidade - sério, viciei mesmo no negócio. Em Berlim, comprei dois colares e uma fivela, todos da década de 30, em Santiago, comprei um vestido lindo e um colar maravilhoso que uso horrores. São peças únicas e, provavelmente, peças que mais gostei de ter comprado.
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À esquerda, colar comprado numa loja vintage no Chile. À direita, colar comprado numa feira de antiguidades em Berlin |
Hoje eu praticamente garimpo roupas na internet, em brechós virtuais como o Enjoei e o Garimpário, frequento o bazar do Projeto Felicidade, o Brechó Camarim que tem perto de casa, onde consumi recentemente uma bolsa prata da Espaço Fashion e um sapato de cetim da Miu Miu. E eu também curto muito o FrouFrou na Augusta, que, dentre outros, comprei essa bolsa preta da foto abaixo. Em lojas mesmo, eu acabo comprando só aquelas peças mais "dia a dia", que praticamente não param no armário, como calças sociais, camisas e jeans. São peças que uso demais e acabam valendo os altos preços cobrados.
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na ordem: Marc Jacobs no Enjoei, Miu MIu no Camarim e Via Mia no Enjoei |
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bolsa anos 80 - Brechó FrouFrou
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No mais, estamos em tempos de crise, de repensar nossas atitudes, de repensar no consumo e no próximo. Os preços das coisas estão muito altos e impraticáveis, temos de encontrar alternativas e acho que o uso de roupas usadas é simplesmente maravilhoso. Aqui nesse post estou colocando fotos de alguns dos itens que já consumi, mas há muitos outros, peças únicas e lindas. Abaixo o preconceito, repensem suas atitudes !
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essas fotos são do Chile e ambos os vestidos são usados. |
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