Primeiro mês do ano chegando ao final. Devo dizer
que eu esperava que janeiro fosse se mostrar um mês muito produtivo nas
leituras porque, afinal, passei 16 dias de férias. Mas, a verdade é que o
livro-líder escolhido para o mês era muito grande e a leitura foi muito
arrastada, de modo que, ainda que eu tivesse lido algo em torno de 50 páginas
por dia, parecia que a leitura nunca mais chegaria ao fim e claro que isso
dificultou que eu conseguisse ler outros livros.
Mas, a parte boa é que eu consegui finalizar a
leitura do livro do mês – Os Irmãos Karamázov do Dostoievski -, encerrando mais
um clássico da literatura mundial. Além dele, li o livro da TAG e também outros
3 livros mais curtinhos, mas igualmente interessantes.
- Os Irmãos Karamázov (Fiódor Dostoievski) – começando pela minha opinião: não curti muito, o que tornou a leitura
arrastada, lenta e mais difícil. A linguagem, como já era de se esperar, é
bastante rebuscada e o autor tem o hábito de filosofar por páginas e páginas
sobre assuntos que, em verdade, não são importantes para a história. Achei os
personagens muito dramáticos e o mote da narrativa absolutamente bobo. Claro
que foi escrito em outra época. Através dele, conheceremos três irmãos (os
Karamázov), cada qual com uma personalidade distinta, mas todos com nervos a
flor da pele e muito emotivos/efusivos.
- Retorno a Brideshead (Evelyn Waugh) – livro super
diferente que veio na caixinha da TAG deste mês. É um daqueles livros que não
fosse pela assinatura, talvez nunca houvesse lido e nem me interessado. É
curioso porque ele tem uma narrativa meio parada, uma coisa meio que “não
acontece nada”, mas ainda assim ele é super fluído e eu gostei muito. Ele vai
nos levar à Inglaterra do começo do século XX e nos mostrar como era
verdadeiramente uma família nobre britânica. Claro que veremos que os membros viviam
de aparências e tinham muuuuitos problemas, inclusive de relacionamento.
- Literatura de Viagem e Sátira Política (Carollina Carvalho Ramos de
Lima) – livro escrito por uma professora de história que trabalha
com a minha mãe, na verdade, essa foi a tese de doutorado dela. Ela irá nos
mostrar a importância da literatura de viagem para os historiadores, que nada
mais é do que os diários que escrevemos quando viajamos, as cartas que enviamos
e hoje em dia, por que não, os textos dos blogs. É através desses relatos escritos
por nossos antepassados que hoje sabemos como era o mundo de antigamente. E ela
vai nos levar ao livro A Carteira do Meu Tio, do Joaquim Manuel de Macedo, que
é uma sátira da política da época do Segundo Império, escrito por meio da técnica
da literatura de viagem.
- A Carteira do Meu Tio (Joaquim Manuel de Macedo) - o livro supra me levou a esse! Me deu muita vontade de ler esse livro
depois que li alguns trechos dele no Literatura de Viagem, porque ele é inteligentíssimo
e poderia muito bem ter sido escrito hoje. O Sobrinho pretende ser político e o
Tio, que é um cara importante e seu padrinho, irá financiar uma viagem pelo
Brasil para que o sobrinho possa ver o país a que pretende governar, conhecer
seus problemas, suas necessidades, etc. Mas ele é uma sátira à política da
época e, portanto, veremos um Sobrinho já com as características de um político
padrão: desonesto, corrupto, desinteressado nos problemas dos outros e
interessado unicamente na chamada “política do Eu”. Muito interessante!
- As Sombras de Longbourn (Jo Baker) – livro muuuuito
gostosinho de ler, e o único que li online e, portanto, não vai aparecer na
foto desse post. Ele foi escrito por uma escritora inglesa contemporânea, mas
inspirado em Orgulho e Preconceito da Jane Austen. Na verdade, ela utiliza-se
da história daquele livro, dos personagens e cenários, mas os protagonistas de
As Sombras de Longbourn são os empregados, que sequer são citados no romance de
Jane Austen. Não é um livrão, mas para quem ama Orgulho e Preconceito e ficou
tristinho com o fim (volta Mr. Darcy!!!!), vai gostar muito desse romancezinho
bem gostoso e que, de quebra, conta com uma infinidade de descrição dos
costumes daquela época.
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