quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

TAG LITERÁRIA - DEZEMBRO/2017 - A PRAÇA DO DIAMANTE

Livro da TAG de dezembro que acabei de ler no exato dia 31/12! Mas, como sou uma pessoa lenta, só consegui resenhar agora. É um daqueles livros que eu certamente não teria lido se não fosse pela assinatura. Ele não tem um enredo muito atraente e confesso que eu demorei para engrenar na história. Foi escrito por uma catalã, na língua catalã, e é considerado um clássico.

A protagonista é Colometa, uma moça simples que vive em Barcelona. Trabalha num comércio pequeno, é órfã de mãe e seu pai há muito se esqueceu dela. Um belo dia, Colometa conhece Quimet na Praça do Diamante, um jovem galanteador, animado, que a tira para dançar. A verdade é que a moça descreve o rapaz de uma forma a não demonstrar que ele é um cara bonito ou “apaixonável” (“ele tem olhos de mico”). Mas, eu creio que pela aventura e pela liberdade, Colometa acaba se envolvendo com o rapaz, noivando e se casando.
Só que Quimet é um cara machista e dominador, de modo que a protagonista passará a viver a vida que o marido impôs e não aquela que ela escolheu para si. Mas ela é uma pessoa meio apagada e, não sei se foi impressão minha, mas não tive o entendimento de que ela era infeliz. Eles têm dois filhos e Colometa tem como amiga, em verdade, apenas D. Enriqueta, uma senhora de idade que lhe dá conselhos e a trata como uma espécie de filha.
Um belo dia, Quimet resolve criar pombos em casa, dezenas deles e coloca Colometa para cria-los. E essa é a parte, na minha opinião, meio opressiva. Porque ela narra a situação como sufocante, como se ela sentisse cheiro de pombos em todos os lugares, como se a casa estivesse sempre suja e impregnada de aves e ela sente-se na obrigação de acabar com aquilo, mas não sabe como. E numa cena que, pra mim, é a primeira “grande cena” do livro, ela começa a chacoalhar os ovinhos para que não naçam mais filhotes e aquilo não se torne um pesadelo ainda maior.
Muito bem, em determinado momento, estoura a revolução e Quimet vai para a guerra ao lado dos revolucionários. Nesse momento, Colometa perde o emprego de doméstica e a situação começa a se complicar na cidade. A comida começa a acabar, assim como o dinheiro da família. Quimet morre na guerra e, numa “segunda grance cena” do livro, há dias sem ter o que comer e sem mais nada para vender, Colometa sai em busca de ácido nítrico, com o intuito de matar-se e aos seus filhos, acabando com o sofrimento da família.
Só que a vida é surpreendente e antes que ela conseguisse êxito na empreitada, o dono da venda a chama para trabalhar, e passa a cuidar de Colometa e das crianças como se fossem da sua família. Ele e a protagonista se casam e, de alguma forma, o leitor passa a perceber que é a partir desse momento que Colometa e as crianças passarão, de fato, a viver. É como se Quimet, ou a sombra dele, atrapalhassem a felicidade daquela família, sugassem suas energias. 

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