No finde passado,
assisti a um filme no Netflix que estava classificado como sendo infantil. O
elenco era muito bom (Liam Neeson, Felicity Jones e Sigourney Weaver) e, por
alguma razão, a história me chamou atenção e o título me remeteu a algo de
terror, que é um gênero de que gosto muito. Só que ele se revelou como um filme
incrivelmente bonito, triste e adulto. Sim, não é de maneira alguma um filme de
criança. Chorei rios e recomendo para quem curte uma boa fotografia, boas
interpretações e para quem gostou de A Vida é Bela (um dos meus filmes
favoritos da vida), porque a “pegada” é meio que parecida.
Muito bem. O
cenário é a Inglaterra e o protagonista do filme é Connor, um garoto de 12 anos
que mora com sua mãe e desenha lindamente bem. Connor é uma criança bastante
retraída, bastante apegada à mãe, sem muitos amigos na escola e que sofre buyling
dos “bonitões” da turma. E a gente vai entendendo a razão do comportamento do
protagonista com o decorrer do filme. Sua mãe (Felicity Jones) está com câncer
em estado terminal, o pai, bastante ausente, vive em Los Angeles com a nova
família e sua avó (Sigourney Weaver) não é exatamente uma pessoa querida e
carinhosa.
E nesse
contexto “ótimo”, Connor recebe a visita, todas as noites, às 00:07hs (daí o
nome do filme), de um monstro (liam Neeson), que na verdade é o Feixo do
cemitério próximo à sua casa, que é assustador, mas muito querido. Essa árvore
irá lhe contar algumas histórias nessas visitas – que são retratadas por
aquarelas lindas, fazendo alusão aos desenhos do garoto. Connor meio que
descarrega toda a sua raiva, a sua indignação para com a doença de sua mãe e
sua própria condição nesse percurso à árvore e assim o filme vai se
desenrolando.
Daqui para
frente, haverá spoillers. A verdade é que essa
árvore faz parte dos sonhos do garoto. Assim como no filme A Vida é Bela (e O
Labirinto do Fauno também – gente, esse filme é incrível demais!!!), ele tenta
escapar da realidade aterradora de sua vida, que se resume na iminente morte de
sua mãe, através de um mundo de fantasias criado por ele mesmo. Veja que um
garoto de 12 anos está praticamente sozinho, lidando com uma situação muito
desgastante física e emocionalmente e isso, de alguma forma, acaba se
convertendo num escapismo, que se desenvolve num mundo paralelo criado por ele
mesmo. Gente, o filme é lindo demais, mas é muito triste porque nenhum filme
cuja mãe do protagonista está morrendo de câncer pode ser animado, certo? Mas
vale muito a pena. Ah, e deixem o lencinho ao lado da TV!
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