Victor Hugo é o meu
muso máster! Li Os Miseráveis que, para mim, é um dos melhores livros já
escritos, fui à sua casa em Paris, que é uma gracinha e agora, li O Corcunda de
Notre Dame nessa edição linda da Zahar. E eu conclui que o que mais me encanta
nesse autor é que não só ele nos envolve com seus personagens brilhantes e
histórias heroicas, como seu livro tem muita pesquisa histórica e cultural. Eles
nos enriquecem!
Em O Corcunda de
Notre Dame, especificamente, Victor Hugo irá nos mostrar que antigamente,
quando não havia livros ou quando nem todos tinham acesso a eles, eram as
construções, a arquitetura dos locais quem contavam as histórias dos povos que
ali viviam. E ele critica o homem quando destrói tais monumentos, porque
fazendo isso, ele está destruindo a própria história! Veja o trecho abaixo:
Desse modo, durante os seis mil anos iniciais do mundo, desde o mais imemorial pagode do Hindustão até
a catedral de Colônia, a
arquitetura foi a grande forma de
escrita do gênero humano. E
isso é tão verdadeiro que
não somente todo símbolo religioso, mas também todo o pensamento humano tem sua página nesse
livro imenso e em seu monumento correspondente.
Pois bem. O livro se
passa na Paris do século XIX e, tal qual Charles Dickens, Victor Hugo irá fazer
uma crítica ferrenha às classes e cargos daquela época. Basicamente, comia quem
tinha poder e quem não tinha, tinha que se virar roubando, fazendo conchavos
com todo tipo de gente. E essas pessoas ainda tinham uma outra missão na vida:
evitar a forca. Sim, porque se algo acontecesse próximo a você, seu
envolvimento seria considerado certo, não haveria um julgamento justo e a Place
de Grève seria seu destino.
No livro, temos o
arquidiácono Claude Frollo, que curte o poder, é um cara muito influente, mas
não é de todo ruim. Ele criou seu irmão mais novo quando seus pais morreram e
também criou Quasímodo, o Corcunda de Notre Dame. Quando todos o repugnavam,
Frollo o acolheu para dentro da catedral, lhe deu de comer, abrigo e ele se
tornou o sineiro do local. Quasímodo lhe é absolutamente fiel.
A única criatura
capaz de tirar esse equilíbrio dos dois personagens acima é a cigana Esmeralda,
moça linda, jovem, que dança divinamente e faz truques com sua cabra Djali na
praça para sobreviver. Esmeralda é uma boa alma, mas seu pecado é ser pobre e
egípcia, situação que não ajuda muito na sua condição. Há muitos outros
personagens interessantes no livro, mas vou me resumir a esses três para contar
a história. O que acontece é que Esmeralda salva o Corcunda da forca que, por
sua vez, se torna eternamente grato à moça e aos seus encantos. E Frollo se
apaixona por ela.
Só que essa paixão
de Frollo por Esmeralda, que obviamente não é correspondida, trará muitos
problemas à moça, porque o arquidiácono se mostrará uma pessoa absolutamente má
quando alguém não se dobra aos seus pés. Ele não está acostumado a dizer não e
isso trará o tom da trama. Livro espetacular!
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