terça-feira, 10 de julho de 2018

LIVRO - O CORCUNDA DE NOTRE DAME


Victor Hugo é o meu muso máster! Li Os Miseráveis que, para mim, é um dos melhores livros já escritos, fui à sua casa em Paris, que é uma gracinha e agora, li O Corcunda de Notre Dame nessa edição linda da Zahar. E eu conclui que o que mais me encanta nesse autor é que não só ele nos envolve com seus personagens brilhantes e histórias heroicas, como seu livro tem muita pesquisa histórica e cultural. Eles nos enriquecem!

Em O Corcunda de Notre Dame, especificamente, Victor Hugo irá nos mostrar que antigamente, quando não havia livros ou quando nem todos tinham acesso a eles, eram as construções, a arquitetura dos locais quem contavam as histórias dos povos que ali viviam. E ele critica o homem quando destrói tais monumentos, porque fazendo isso, ele está destruindo a própria história! Veja o trecho abaixo:
Desse modo, durante os seis mil anos iniciais do mundo, desde o mais imemorial pagode do Hindustão até a catedral de Colônia, a arquitetura foi a grande forma de escrita do gênero humano. E isso é tão verdadeiro que não somente todo símbolo religioso, mas também todo  o  pensamento humano tem sua página nesse livro imenso e em seu monumento correspondente.
Pois bem. O livro se passa na Paris do século XIX e, tal qual Charles Dickens, Victor Hugo irá fazer uma crítica ferrenha às classes e cargos daquela época. Basicamente, comia quem tinha poder e quem não tinha, tinha que se virar roubando, fazendo conchavos com todo tipo de gente. E essas pessoas ainda tinham uma outra missão na vida: evitar a forca. Sim, porque se algo acontecesse próximo a você, seu envolvimento seria considerado certo, não haveria um julgamento justo e a Place de Grève seria seu destino.
No livro, temos o arquidiácono Claude Frollo, que curte o poder, é um cara muito influente, mas não é de todo ruim. Ele criou seu irmão mais novo quando seus pais morreram e também criou Quasímodo, o Corcunda de Notre Dame. Quando todos o repugnavam, Frollo o acolheu para dentro da catedral, lhe deu de comer, abrigo e ele se tornou o sineiro do local. Quasímodo lhe é absolutamente fiel.
A única criatura capaz de tirar esse equilíbrio dos dois personagens acima é a cigana Esmeralda, moça linda, jovem, que dança divinamente e faz truques com sua cabra Djali na praça para sobreviver. Esmeralda é uma boa alma, mas seu pecado é ser pobre e egípcia, situação que não ajuda muito na sua condição. Há muitos outros personagens interessantes no livro, mas vou me resumir a esses três para contar a história. O que acontece é que Esmeralda salva o Corcunda da forca que, por sua vez, se torna eternamente grato à moça e aos seus encantos. E Frollo se apaixona por ela.
Só que essa paixão de Frollo por Esmeralda, que obviamente não é correspondida, trará muitos problemas à moça, porque o arquidiácono se mostrará uma pessoa absolutamente má quando alguém não se dobra aos seus pés. Ele não está acostumado a dizer não e isso trará o tom da trama. Livro espetacular!

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