Que livro gracinha! Fazia
tempo que estava querendo ler e acabou que o devorei em março, embolado com
outros livros cujas leituras já estavam em andamento. Mas, como Anarquistas
graças a Deus me foi emprestado, estava com prazo para devolução. O livro, para
quem não sabe, foi escrito por Zélia Gattai esposa de Jorge Amado,e ele reúne
histórias de sua infância na Alameda Santos em São Paulo, numa família típica
italiana do início do século XX.
Pra mim esse livro teve um gostinho especial porque moro em São
Paulo e conheço todos os endereços mencionados e porque venho de uma família de
imigrantes italianos, que provavelmente passaram pelas mesmas experiências que
os pais e avós da Zélia. E a minha avó materna, que é a pessoa mais nostálgica
que conheço, conta muitas histórias de sua infância e de seus pais e muitas
delas são muito parecidas com as lembranças da autora. E acho que isso trouxe
pra mim uma “lembrança que me pertence, mas que não vivi” – tá parecendo música
do Renato Russo!
No mais, recomendo demais o livro, porque ele vai retratar São
Paulo do início do século XX, os costumes, as vestimentas e fatos históricos
como a revolução, a imigração italiana, a emancipação das mulheres, as reuniões
anarquistas e comunistas. Vai nos trazer também memórias incríveis dessa mulher
maravilhosa, seu amor por livros, a educação que recebeu, seu contato com os
primos, as “viagens” ao Brás e a São Caetano, passeios de trem, amor por
bichos, as personalidades de seus pais e irmãos, os namoricos escondidos, o
amor pela babá Maria Negra e tantos outros detalhes incríveis que fazem desse
livro uma leitura extremamente delicinha e obrigatória para entender quem são
os paulistanos de hoje.
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