Assistir à cerimônia do Globo de Ouro me deixou com vontade de acompanhar uma porção de séries que não estão disponíveis
no Netflix, dentre elas, The Handmaid´s Tale, baseado no livro homônimo (O
Conto da Aia), da Margareth Atwood. Eu li o livro – post aqui -, mas confesso que
gostei muito mais da série que, além de mais “aflitiva”, é mais clara ao
expectador.
A série se passa nos Estados Unidos de
hoje, mas com um cenário meio complicado: os abusos do homem – poluição,
desmatamento, consumo excessivo, dentre outros -, deixaram o ambiente muito
ruim e como consequência, a população está ficando infértil. Cada vez menos
crianças nascem e quando nascem, apresentam algum tipo de problema. Então, no
meio a esse cenário, um grupo de extremistas religiosos assume o comando – de
forma absolutamente agressiva, através de guerra e mortes -, impondo um regime
insano.
Através desse regime, as pessoas deixam
de ser quem eram e deixam de possuir as vidas e as relações pessoais/familiares
que tinham antes. A começar, os direitos de todas as mulheres são suprimidos.
Se elas forem férteis, elas passam a ser Aias, ou seja, pessoas cuja missão é
apenas e tão somente procriar. Elas são levadas a um centro onde se submeterão
a uma espécie de lavagem cerebral – provocada pelo medo – e de lá, partirão
para viver com uma família onde, mensalmente, serão estupradas pelo patrão, com
o objetivo de engravidarem. Essas moças levarão uma vida de escravidão, maus
tratos e muita disciplina.
O restante da população se dividirá
entre aqueles que não servem para nada, os quais são enviados a colônias –
lugares tidos como muito ruins -, virarão empregados, olhos, dentre outras
nomenclaturas, todas com muitas regras, com espaço limitado de atuação, tendo
de se policiarem o tempo todo com vistas a evitar punições e desagrados.
Resumindo, a sociedade passa a ser de exclusão. É o darwinismo sendo aplicado
de forma forçada.
E nesse contexto, a personagem
principal é June, que antes de toda essa situação possuía um marido (Luke), uma
filha (Hannah) e uma melhor amiga (Moira). Ela se transformou numa Aia e
durante a série vamos acompanhando suas aflições, as situações a que é
submetida, suas relações com as outras Aias e pessoas que a cercam e a luta por
não esquecer de sua vida anterior, além da esperança em rever seus entes
queridos. A série é bastante aflitiva, com ótimos atores e personagens e o que
dá mais desespero é que, se formos pensar muito bem, não é algo tão distante ou
impossível de que um dia realmente possa acontecer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário