O livro líder de janeiro foi os Irmãos Karamazov de Dostoiévski com 900
e tantas páginas e uma linguagem pra lá de difícil. É daqueles livros que a
gente tem que ler em silêncio, num lugar tranquilo, sem distrações, porque, às
vezes, uma olhadela de lado nos faz perder algum detalhe importante. Se eu
gostei? Não muito. Eu apenas amei Crime e Castigo, considero um dos livros
favoritos da minha vida, mas não tive esse mesmo amor pelOs Irmãos Karamázov.
Estamos na Rússia da primeira metade do século XIX. Existe um fulano que
casou-se em duas oportunidades, sendo que na primeira delas teve Dimitri como
filho e, na segunda, Alexei e Ivan. O pai nunca criou os filhos, quem o fez foi
Grigori, o fiel criado. Fiódor – o pai – bebe muito, só que saber de dinheiro,
engana os filhos e não é exatamente uma pessoa querida na cidade.
O filho mais novo, Alexei, é uma espécie de equilíbrio no livro, ele tem
inclinações a ser padre, é uma pessoa esclarecida, boa e que se coloca à
disposição de todos os personagens, primários ou secundários, a mediar uma
discussão, buscar ajuda e coisas do tipo. Ivan é o do meio e, apesar de ser um
cara bastante perturbado e de difícil diálogo, é uma espécie de peso morto para
a história central. Dimitri, por sua vez, é o irmão causador! Ele não só briga
com o pai o tempo todo, acusando-o de tê-lo roubado, como ambos disputam o amor
de Grushenka que, por sua vez, não dá bola para nenhum dos dois.
E a primeira parte do livro passa-se nessa situação, com discussões,
situações externas, personagens secundários, etc. Na segunda parte do livro,
Fiódor é assassinado e roubado. O primeiro suspeito, claro, é Dimitri, seu
filho mais velho e maior desafeto. Mas, um novo personagem entra na jogada:
Smerdiakov, um criado que, reza a lenda, é também o seu filho bastardo. E a
gente vai acompanhar, a partir desse momento, a trama que envolveu o
assassinato, as investigações, o julgamento, etc. Claro que não vou dizer quem
é o assassino!
A história é até que boa, os personagens são bem complexos e
assustadoramente dramáticos, rs!!! Nunca vi um povo mais dramático que o russo,
e olha que eu achava que ninguém vencia os italianos!!! Só que o que me
incomodou é que em alguns momentos, há páginas, páginas e mais páginas de
divagações filosóficas, discussões sobre a moral e os bons costumes, sobre a
existência ou não de Deus... eu sei que isso tudo serve para caracterizar os
personagens, mas é extremamente cansativo e por vezes eu decidi largar o livro
porque me cansava. Eu acho que o estilo de escrita da época é enfadonho. Se
esse livro se atentasse apenas aos fatos, ele poderia ter umas 500 páginas – no
máximo - e seria muito mais interessante.
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