sábado, 4 de novembro de 2017

VIAGEM FRANÇA - DIA 05 - BRUGES BÉLGICA


Melhor dia da viagem! Se me perguntarem qual a minha cidade favorita no mundo, digo correndo que Nuremberg foi recentemente substituída por Bruges! Mas vou logo avisando: apesar da cidade ser praticamente fronteira com a França, prepare-se para um rolezinho (lê-se caos!) para chegar até lá. Ah, e se preparem para chuva de fotos!!

Acho que pela primeira vez na viagem, eu acordei com o toque do despertador, o que demonstra que eu já estava começando a sentir o cansaço e a relaxar no quarto do hotel. Saí por volta das 6:10hs da manhã e segui em direção à Gare du Nord, que era até que perto do hotel.

Só que essa estação, apesar de ser bem mais moderna do que a St. Lazare, é um pouco confusa: não há funcionários e cada plataforma fica num canto completamente diferente da estação. Devo dizer que demorei bastante a me achar e se eu não tivesse chegado super cedo, provavelmente teria me desesperado. Aliás, impressionante a quantidade de vezes que eu enlouqueci com estações de trem nessa viagem.
começo da cidade
Muito bem. Antes de mais nada, vamos à localização. Bruges fica na Bélgica, mas lá se fala holandês (oi?). Sim, e isso porque ela é a capital de Flandres e tem uma história bem incrível que parte foi aprendida por mim através de pesquisas e parte por um tour bem legal de imersão histórica da cidade que eu fiz por lá, mas conto mais adiante. Resumidamente, em meados de 1300 e poucos, Bruges era uma baita cidade. O comércio lá dentro rolava solto, porque era um ponto estratégico para os navios mercantes e a entrada para a Europa.

A cidade cresceu horrores, era uma das mais populosas da Europa, afinal, era lá que estavam as oportunidades e a riqueza. Muitos artistas se estabeleceram lá – Van Eick, por exemplo. Bem, essa expansão toda fez de Bruges uma cidade muito próspera durante muitos séculos e isso se reflete em tudo o que está ao seu redor na cidade: hospitais, igrejas, arte, mercado, construções, etc. A cidade tem muita coisa para ser vista e eu posso dizer que um dia só foi pouco, eu poderia ter passado um final de semana inteiro por lá.
Da série: igrejas lindas que não sei o nome!

Voltando, apesar de Bruges ser relativamente perto de Paris, como eu havia dito e de ser possível fazer um bate e volta, você tem que pegar um trem até Bruxelas e de lá pegar outro até Bruges. E, meu amigo, se prepare porque a Bélgica é um caos só. Você quase fica com saudades das estações francesas. Na primeira parte da viagem, os assentos são marcados e a empresa Thallys, que faz o trecho, é bem ótima. O trem tem wi-fi, as poltronas são maravilhosas, tem restaurante, banheiros bons e tudo o que você procura. Saí de Paris às 7:25hs e cheguei em Bruxelas às 8:40hs.
mais uma da série!
Já o trem local que vai para Bruges é um horror. Você tem que entrar correndo, senão corre o risco de ir em pé (na volta eu fiquei em pé) ou de não conseguir entrar. É apertado, lotado de crianças, animais, pessoas estranhas e tudo de mais bizarro. Mas quando você chega em Bruges, tudo compensa! Estava morrendo de fome e lá mesmo eu já me joguei num waffle que estava apenas divino! O cheiro desse negócio te leva às nuvens!! Peguei um mapa e segui em direção à cidade velha. Não é difícil, porque tem uma porção de turistas e todos estão indo para o mesmo lugar.

No caminho, passei por ruas estreitas de paralelepípedo com casinhas extremamente charmosas e naquele momento, eu já criei um amor imenso pela cidade, já sabia que ela moraria no meu coração. Segui em frente e dei de cara com um hospital. E esse momento foi incrível, porque igrejas, casinhas fofas, mosteiros, museus, etc, apesar de sempre serem incríveis, já eram habituè em viagens à Europa, mas hospital antigo era algo completamente novo!

O Hospital of St. John foi fundado no século XII e ele me deixou apenas surtada! Eu parecia uma bobona olhando para aquela construção maravilhosa. Depois de surtar um pouco, entrei no museu, que fica dentro do Hospital e tive acesso ao interior do lugar e a algumas obras de pintores flamencos.

De lá, já sai numa pracinha apinhada de gente e estava na frente da Igreja de Nossa Senhora (Onze Lieve Vrouw Kerk), que é muito bonita, mas infelizmente estava em reformas. O que eu achei realmente diferente e incrível em todas as igrejas de lá é que elas contam com painéis e grandes quadros, provavelmente dos pintores locais, que eram maravilhosos. A atração da Basílica de Nossa Senhora é a Madona de Michelângelo, mas como tinha que pagar 6,00 Euros para vê-la, eu resolvi deixar pra lá e seguir explorando aquela cidade tão bonitinha. A todo tempo, me deparando com vielinhas, ruas fofas de paralelepípedos e casinhas lindas e lojinhas incríveis, cheias de doces e souvenires.

Fui me perdendo pela cidade, vendo as pontes – Bruges é conhecida como a Veneza do Norte, porque é inteirinha cortada por canais -, zilhões de igrejas... Acabei entrando na Catedral de São Salvador ou Sint Salvatorskathedraal, que é um dos edifícios da cidade que sobreviveram ao longo dos séculos sem qualquer dano.
catedral

Mais adiante, e já que estamos falando de igrejas, entrei na Basílica do Sangue Sagrado ou Heilig Bloedbasiliek que muita gente deve acabar passando reto, porque ela fica dentro de um edifício no Burg e apenas a parte interna se assemelha a uma igreja. Mas fique atento, porque vale muito a pena, seu interior é a coisa mais linda que eu vi na cidade inteira. Ela é pequenina, todinha de madeira entalhada e pintada, além de muito ouro e do lado esquerdo tem a parte da missa e, do direito, está uma relíquia: um frasco contendo o sangue de cristo.


Deixando as igrejas de lado, outra atração da cidade é o Begijnhof, que é um conjunto de casas, fundadas em meados de 1200 as quais eram utilizadas por religiosas da igreja católica. Hoje, ele é um local bastante tranquilo e é utilizado pelas beatas como um monastério – Patrimônio da Unesco. O incrível é que o acesso acontece através de uma ponte datada de 1776.

Próximo dali, há o Lago do Amor - Minnewater, que é um lugar super bucólico, lotado de cisnes, onde é possível sentar no gramado, fazer um pic nic, ler um bom livro e simplesmente relaxar....
A grande atração da cidade, no entanto, é o Grote Markt, que é onde ficam a feirinha, onde desembocam as principais ruas, lojas ótimas, alguns museus e foi onde eu almocei. Comi uma porção generosa de batata frita com maionese e tomei um delicioso sorvete de manga. Depois, passeei pelas barracas, tirei um zilhão de fotos de todos os ângulos, usei o banheiro do Belfort (Torre dos Sinos), que é um dos símbolos da cidade e um dos monumentos mais importantes e segui para o museu.

Na verdade, não havia planejado entrar no Palácio Provincial. Mas lá, estava funcionando uma estrutura estilo Disney, onde você ia passeando num universo interativo (meio Piratas do Caribe, mas a pé), por um dia na história da cidade, em meados de 1400 e pouco. Foi lá que eu aprendi um pouco sobre Bruges e entendi melhor o local que estava me maravilhando tanto. Achei que valeu muito a pena e no final, ainda consegui tirar mais algumas fotos do Grote Markt pela varanda do palácio.

Continuando, no quarteirão seguinte, você se depara com o Burg que é outra praça com um conjunto arquitetônico fantástico. O prédio maior é o da prefeitura - Stadhuis - e foi feito no auge de Bruges. E é lá que você vai encontrar a Basílica do Sangue Sagrado.

Já no final do dia, acabada, cansada, maravilhada e morrendo de calor, ainda consegui um gás para passear de barco pelos canais, e ainda bem que consegui! Foi incrível, acho que foi o melhor jeito de me despedir da cidade, porque a vi por outro ângulo, tirei zilhões de fotos e, de alguma forma, mergulhei na história do local. Amei!!! 


No próximo post, o dia em que fui em 3 museus!!!

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