Melhor dia da
viagem! Se me perguntarem qual a minha cidade favorita no mundo, digo correndo
que Nuremberg foi recentemente substituída por Bruges! Mas vou logo avisando:
apesar da cidade ser praticamente fronteira com a França, prepare-se para um
rolezinho (lê-se caos!) para chegar até lá. Ah, e se preparem para chuva de
fotos!!
Acho que pela
primeira vez na viagem, eu acordei com o toque do despertador, o que demonstra
que eu já estava começando a sentir o cansaço e a relaxar no quarto do hotel.
Saí por volta das 6:10hs da manhã e segui em direção à Gare du Nord, que era
até que perto do hotel.
Só que essa
estação, apesar de ser bem mais moderna do que a St. Lazare, é um pouco
confusa: não há funcionários e cada plataforma fica num canto completamente
diferente da estação. Devo dizer que demorei bastante a me achar e se eu não
tivesse chegado super cedo, provavelmente teria me desesperado. Aliás,
impressionante a quantidade de vezes que eu enlouqueci com estações de trem
nessa viagem.
|
começo da cidade |
Muito bem.
Antes de mais nada, vamos à localização. Bruges fica na Bélgica, mas lá se fala
holandês (oi?). Sim, e isso porque ela é a capital de Flandres e tem uma
história bem incrível que parte foi aprendida por mim através de pesquisas e
parte por um tour bem legal de imersão histórica da cidade que eu fiz por lá,
mas conto mais adiante. Resumidamente, em meados de 1300 e poucos, Bruges era
uma baita cidade. O comércio lá dentro rolava solto, porque era um ponto
estratégico para os navios mercantes e a entrada para a Europa.
A cidade
cresceu horrores, era uma das mais populosas da Europa, afinal, era lá que
estavam as oportunidades e a riqueza. Muitos artistas se estabeleceram lá – Van
Eick, por exemplo. Bem, essa expansão toda fez de Bruges uma cidade muito
próspera durante muitos séculos e isso se reflete em tudo o que está ao seu
redor na cidade: hospitais, igrejas, arte, mercado, construções, etc. A cidade
tem muita coisa para ser vista e eu posso dizer que um dia só foi pouco, eu
poderia ter passado um final de semana inteiro por lá.
|
Da série: igrejas lindas que não sei o nome! |
Voltando,
apesar de Bruges ser relativamente perto de Paris, como eu havia dito e de ser
possível fazer um bate e volta, você tem que pegar um trem até Bruxelas e de lá
pegar outro até Bruges. E, meu amigo, se prepare porque a Bélgica é um caos só.
Você quase fica com saudades das estações francesas. Na primeira parte da
viagem, os assentos são marcados e a empresa Thallys, que faz o trecho, é bem
ótima. O trem tem wi-fi, as poltronas são maravilhosas, tem restaurante,
banheiros bons e tudo o que você procura. Saí de Paris às 7:25hs e cheguei em
Bruxelas às 8:40hs.
|
mais uma da série! |
Já o trem
local que vai para Bruges é um horror. Você tem que entrar correndo, senão
corre o risco de ir em pé (na volta eu fiquei em pé) ou de não conseguir
entrar. É apertado, lotado de crianças, animais, pessoas estranhas e tudo de
mais bizarro. Mas quando você chega em Bruges, tudo compensa! Estava morrendo
de fome e lá mesmo eu já me joguei num waffle que estava apenas divino! O
cheiro desse negócio te leva às nuvens!! Peguei um mapa e segui em direção à
cidade velha. Não é difícil, porque tem uma porção de turistas e todos estão
indo para o mesmo lugar.
No caminho,
passei por ruas estreitas de paralelepípedo com casinhas extremamente charmosas
e naquele momento, eu já criei um amor imenso pela cidade, já sabia que ela
moraria no meu coração. Segui em frente e dei de cara com um hospital. E esse
momento foi incrível, porque igrejas, casinhas fofas, mosteiros, museus, etc,
apesar de sempre serem incríveis, já eram
habituè em viagens à Europa, mas hospital antigo era algo completamente
novo!
O Hospital of
St. John foi fundado no século XII e ele me deixou apenas surtada! Eu parecia
uma bobona olhando para aquela construção maravilhosa. Depois de surtar um
pouco, entrei no museu, que fica dentro do Hospital e tive acesso ao interior
do lugar e a algumas obras de pintores flamencos.
De lá, já sai
numa pracinha apinhada de gente e estava na frente da Igreja de Nossa Senhora (Onze
Lieve Vrouw Kerk), que é muito bonita, mas infelizmente estava em reformas. O
que eu achei realmente diferente e incrível em todas as igrejas de lá é que
elas contam com painéis e grandes quadros, provavelmente dos pintores locais,
que eram maravilhosos. A atração da Basílica de Nossa Senhora é a Madona de Michelângelo, mas como tinha que pagar 6,00 Euros para vê-la, eu resolvi deixar pra lá e seguir explorando aquela cidade tão bonitinha. A todo tempo, me deparando com vielinhas, ruas fofas de paralelepípedos e casinhas lindas e lojinhas incríveis, cheias de doces e souvenires.
Fui me
perdendo pela cidade, vendo as pontes – Bruges é conhecida como a Veneza do
Norte, porque é inteirinha cortada por canais -, zilhões de igrejas... Acabei
entrando na Catedral de São
Salvador ou Sint
Salvatorskathedraal, que é um dos edifícios da cidade que sobreviveram
ao longo dos séculos sem qualquer dano.
|
catedral
|
Mais adiante,
e já que estamos falando de igrejas, entrei na Basílica do Sangue Sagrado ou Heilig Bloedbasiliek que muita gente
deve acabar passando reto, porque ela fica dentro de um edifício no Burg e apenas
a parte interna se assemelha a uma igreja. Mas fique atento, porque vale muito
a pena, seu interior é a coisa mais linda que eu vi na cidade inteira. Ela é
pequenina, todinha de madeira entalhada e pintada, além de muito ouro e do lado
esquerdo tem a parte da missa e, do direito, está uma relíquia: um frasco
contendo o sangue de cristo.
Deixando as
igrejas de lado, outra atração da cidade é o Begijnhof, que é um conjunto de
casas, fundadas em meados de 1200 as quais eram utilizadas por religiosas da
igreja católica. Hoje, ele é um local bastante tranquilo e é utilizado pelas beatas
como um monastério – Patrimônio da Unesco. O incrível é que o acesso acontece
através de uma ponte datada de 1776.
Próximo dali,
há o Lago do Amor - Minnewater, que é um lugar super bucólico, lotado de
cisnes, onde é possível sentar no gramado, fazer um pic nic, ler um bom livro e
simplesmente relaxar....
A grande
atração da cidade, no entanto, é o Grote Markt, que é onde ficam a feirinha,
onde desembocam as principais ruas, lojas ótimas, alguns museus e foi onde eu
almocei. Comi uma porção generosa de batata frita com maionese e tomei um
delicioso sorvete de manga. Depois, passeei pelas barracas, tirei um zilhão de
fotos de todos os ângulos, usei o banheiro do Belfort (Torre dos Sinos), que é
um dos símbolos da cidade e um dos monumentos mais importantes e segui para o
museu.
Na verdade,
não havia planejado entrar no Palácio Provincial. Mas lá, estava funcionando
uma estrutura estilo Disney, onde você ia passeando num universo interativo
(meio Piratas do Caribe, mas a pé), por um dia na história da cidade, em meados
de 1400 e pouco. Foi lá que eu aprendi um pouco sobre Bruges e entendi melhor o
local que estava me maravilhando tanto. Achei que valeu muito a pena e no
final, ainda consegui tirar mais algumas fotos do Grote Markt pela varanda do
palácio.
Continuando,
no quarteirão seguinte, você se depara com o Burg que é outra praça com um conjunto arquitetônico fantástico. O prédio maior é o d
a
prefeitura - Stadhuis - e foi feito no auge de Bruges. E é lá que você
vai encontrar a Basílica do Sangue Sagrado.
Já no final
do dia, acabada, cansada, maravilhada e morrendo de calor, ainda consegui um
gás para passear de barco pelos canais, e ainda bem que consegui! Foi incrível,
acho que foi o melhor jeito de me despedir da cidade, porque a vi por outro
ângulo, tirei zilhões de fotos e, de alguma forma, mergulhei na história do
local. Amei!!!
No próximo post, o dia em que fui em 3 museus!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário