Livro gracinha trazido pela TAG no mês de novembro.
Esse mês eu completei 1 ano de assinatura e ganhei uma medalha, não é fofo?
Logo que o escolhido chegou aqui em casa eu já fiquei encantada, porque sou
bastante apaixonada pela Rachel de Queiroz que, por muitos, incluindo Mário de
Andrade, é considerada a versão de saias do próprio e majestoso Machado de
Assis. É também a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras.
O livro é autobiográfico e vai nos levar ao
cotidiano de três amigas: Maria da Glória, Maria Augusta e Maria José, as quais
retratam a própria autora e suas duas melhores amigas. De início, elas viverão
em um colégio de freiras no estado do Ceará, onde terão uma educação rígida e
bastante religiosa, estando privadas, portanto, da convivência com o mundo
externo e as emoções da vida de uma adolescente. O curioso é que cada uma das
meninas do colégio, incluindo as três Marias, são retratadas de acordo com as
histórias de suas famílias: “órfã de pai e mãe”, “o pai fugiu e deixou a mãe
com 4 filhos pra criar”, “ a mãe morreu de parto e ela passou a viver com o pai
e a madrasta”, etc. É sempre uma desgraceira, rs!
E cada família tem uma sina, uma situação bastante
característica que será explorada no livro e, basicamente, abrangerá todos os
tipos que poderiam existir naquela época. As meninas crescem e cada uma seguirá
o seu caminho. Umas casarão, outras seguirão a vida religiosa, outras se
perderão. As três Marias continuarão sempre juntas, sendo muito amigas, ainda
que escolham caminhos tão diferentes. E o que eu achei mais curioso no livro é
que, não sei se propositadamente ou sem querer, a protagonista Guta – que na
verdade é a própria Rachel de Queiroz – questiona o tempo todo o seu papel como
mulher naquela sociedade, o tédio, a ausência de escolhas, o medo de ser feliz
(e não ficar falada), os cuidados que tem de tomar, dentre tantos outros
questionamentos.
O livro é curto, mas bem interessante, um dos meus
favoritos do ano.
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