sábado, 25 de novembro de 2017

LIVRO - A ESCALADA

Bom, digamos que eu aproveitei o feriado de 12/10 para uma espécie de imersão ao Everest: li A Escalada, assisti ao documentário da equipe do IMAX e reassisti ao filme. E vou dizer que foi incrível e muito esclarecedor. Me senti como se estivesse realmente fazendo uma investigação sobre as causas do acidente, buscando saber o que deu errado, rs! E o curioso é que comparando A Escalada com No Ar Rarefeito do Joh Krakauer – post aqui -, apesar de ambos os títulos divergirem sobre o papel de Anatoli na missão, se ele foi o herói ou se foi altruísta, ambos os autores são bastante sensatos e estão de acordo quanto às causas do acidente que acabou culminando com a morte de tanta gente.

Eu acho que causou a derrocada dos alpinistas foi uma série de fatores: ambição – acima de tudo -, mas também o mau tempo e falhas humanas. O fato de os sherpas não terem instalado as cordas lá em cima, situação que fez com que os alpinistas perdessem um bom tempo na espera (gastando O2, energia e passando frio), somado à falha de informação sobre a quantidade de oxigênio deixada lá em cima para uma emergência, foram determinantes para o fracasso da empreitada. Rob Hall não deveria ter insistido com Doug Hansen lá em cima, Scott Fisher não deveria ter subido, ele estava esgotado e doente – ele queria desesperadamente chegar ao cume, em razão da propaganda - e claro, temos os clientes, inexperientes, que dependem sempre de um  guia ao seu lado.
Deu tudo errado!
Mas o interessante também é que esse livro, além de uma perspectiva diferente dos fatos, traz também uma série de situações que não são encontradas em No Ar Rarefeito porque simplesmente não foram vividas por Jon Krakauer. Anatoli vai nos contar, por exemplo, como foram os preparativos da Montain Madness para a expedição. E não sei se é sempre assim ou se foi uma espécie de presságio, mas muita coisa já estava dando errado mesmo antes de começar. O suprimento de barracas e oxigênio, por exemplo, ficou preso pela fiscalização russa e quase não chega a tempo! E ele também irá nos contar como saiu sozinho de madrugada pela neve, sem qualquer visibilidade, para resgatar três clientes. 
E ele vai frisar que muitos clientes eram inexperientes e muito dependentes dos guias e que essas situação é muito perigosa, porque em circunstâncias extremas, como o mau tempo e a falta de oxigênio, os guias têm de cuidar de si mesmos e nem sempre conseguem ajudar os outros. Os guias, muitas vezes, tinham que subir e descer a montanha várias vezes para ajudar os clientes, o que era péssimo. E o interessante é que Anatoli vai nos dizer que, na sua opinião, a equipe de Rob Hall estava mais bem preparada.
Houve muita falta de comunicação, situação que fica bem clara com as gravações colacionadas no final do livro, quando todos os sobreviventes da Montain Madness se reuniram para contar suas impressões sobre os fatos. A questão da língua era um problema, pois os sherpas e Anatoli não tinham domínio absoluto sobre o idioma inglês, é uma situação que pode ter gerado falta de comunicação com relação à questão das cordas e do oxigênio, principalmente, que foram fundamentais à derrocada da equipe. O fato de Fisher, que era o líder da expedição, estar muito doente e incomunicável também foi um grande problema. 

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