Lido
o terceiro volume da Série Napolitana da Elena Ferrante. Eu acho curiosa a
análise desses livros porque, ao mesmo tempo que eles me incomodam demais, eles
me atraem na mesma proporção! É impossível parar de lê-los e todos eles, ainda
que tenham mais de 400 páginas, foram devorados em poucos dias. Eu não sei se é
porque a minha família é napolitana e eu reconheço a mim mesma e vários dos
meus parentes em alguns personagens/situações ou se é porque a própria escrita
ou a história fazem isso com a gente. O fato é que eu não vejo a hora de chegar
no próximo volume!
Eu
terminei o segundo da série com raiva da Lila e vou dizer que nada mudou nessa
leitura. Lila continua me enchendo e eu tenho vontade de chegar pra Lenu e
falar: deixa essa parasita de lado e vá viver a sua vida porque você é
incrível, não ela! Hahaha. Muito bem. A PARTIR DESSE MOMENTO, NÃO GARANTO QUE NÃO HAVERÁ SPOILLERS.
No
segundo volume, paramos com a protagonista/narradora lançando seu livro e se
deparando com Nino, o amor de sua vida. Nesse terceiro volume, ela está vivendo
as glórias do lançamento de seu livro, sendo reconhecida por todos. Há aqueles
mais intelectualizados que vão entender pela genialidade da narrativa e os mais
ignorantes, principalmente o povo de seu bairro, que nada entenderão, e até
mesmo jogarão na cara de Lenu que aquilo é uma porcaria pornográfica. Claro que
sentimental e volátil como é, a protagonista ficará balançada e essa situação
vai abalar suas estruturas e até mesmo a sua condição como escritora.
Paralelamente,
Lila continua trabalhando na fábrica de embutidos Soccavo, numa condição
bastante ruim, e morando com seu filho e Enzo. Só que com a ajuda de alguns
insurgentes, ela começará a elaborar panfletos e incitar a classe operária
contra o patrão e o trabalho ali realizado. São os movimentos operados em toda
a Europa, as lutas de classes e busca por melhores condições de trabalho. Claro
que isso vai dar o que falar, causar mortes, indisposições e tantas outras
coisas. Mas essa questão social irá permear o livro do início ao fim, passando
também pela questão da luta das mulheres e o seu papel na sociedade. É
realmente um livro bem interessante nesse sentido.
E
claro que ante o papel da melhor amiga nesse contexto, seu bloqueio como autora
e a sua infelicidade conjugal – a essa altura Lenu está casada e tem duas
filhas – ela começará a seguir os passos de Lila e trair o marido. A narradora
parece não se encaixar em lugar nenhum e questionar bastante o seu próprio
papel no mundo. E vou dizer que a coisa termina com ela e Nino absolutamente
apaixonados fugindo para a França. Agora, resta saber se, de fato, Nino está
realmente apaixonado por Lenu ou se ela é mais uma de suas aventuras, a exemplo
de tantas outras que iremos conhecer ao longo da narrativa.
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