terça-feira, 26 de setembro de 2017

VIAGEM FRANÇA - DIA 02 - ST GERMAIN DES PRÈS + QUARTIER LATIN

Look: blusa F21 de brechó, calça comprada na José Paulino - parece pijama, é uma delícia!!! - e sapatilha de Óbidos
No meu segundo dia de viagem, que na verdade acabou sendo o primeiro dia completo, acordei super cedo – 6:00hs, porque ainda estava sentindo a diferença de fuso horário, a ansiedade da viagem e também a estranheza de dormir em um lugar diferente. Me arrumei e saí cedo para explorar as ruas de Paris. Nesse ponto, quero dizer uma coisa: Paris acorda depois das 9hs. Antes disso, é dificílimo encontrar pessoas na rua e absolutamente impossível encontrar comércio e museus abertos. Aliás, o comércio na França abre em torno das 11hs.
café da manhã e almoço em Luxemburg
Mas mesmo assim, como não tinha o que fazer dentro do hotel, resolvi sair cedo. Desci na estação Odeon e segui para tomar meu café da manhã em um Starbucks. Devo dizer que não é exatamente uma boa opção para quem está na França, porque é uma rede relativamente cara e as Pastisseries francesas são simplesmente maravilhosas. Mas, vamos dar um desconto ao primeiro dia. O destino final seria o Museu Cluny, cuja abertura é apenas às 9:15hs, de modo que teria bastante tempo para dar uma enrolada.
Rue Galand, Place St Michel e Place des Vitories
Acabei andando bastante pelo Quartier Latin e até vendo de longe a grande Notre Dame, o que é absolutamente emocionante para um primeiro dia. Fui ao Place St. Michel, que é considerada a entrada para o bairro e onde se observam edifícios mais modernos, já que o bairro foi praticamente demolido por Napoleão III, numa restauração que se deu durante seu governo. Depois, e ainda numa exploração do bairro e, ao mesmo tempo, para fazer hora, fui a algumas igrejas super antigas e cheias de história da região.
St Severin
A primeira delas, St. Severin, que me impressionou demais logo de cara. Infelizmente não foi possível entrar, estava fechada, mas gastei uma porção de tempo só admirando sua fachada. Ela é uma das igrejas mais antigas da cidade, chegou a ser destruída pelos vikings e depois reconstruída no século XI.
St Julien-le-Pauve
Depois, e logo do outro lado da rua, me deparei com a St Julien-le-Pauve (São Julião, o pobre), que é bem mais modesta, não tem a imponência da primeira e também estava fechada. Mas, ela era utilizada por muitos peregrinos no passado, chegou a ser lugar se sepulturas da dinastia merovíngea – muuuuuuuuuuuito antiga. A construção que temos hoje data de 1100 e pouco sendo, portanto, uma das igrejas mais antigas da cidade – a fachada é do século XVI. Eu gostaria de ter entrado em ambas as igrejas, mas como eu disse, era muito cedo e eu fico sempre meio eufórica no primeiro dia de viagem, achando que não vai dar tempo de ver tudo se eu ficar enrolando muito.
Cluny
Passei pela Rue Galande, que é apenas uma gracinha e pelas demais ruelas da região. Às 9:15hs, como determinado, estava dentro do Museu Cluny. E devo dizer, antes de falar sobre esse lugar, que logo de cara achei que seria um pouco confuso lidar com os franceses – ainda bem que isso não se mostrou verdade nos dias seguintes. Fui atendida por descendentes de indianos, que sequer falavam inglês, que nunca haviam visto um ticket impresso e não sabiam me orientar. Acabei demorando um tempão a entrar no museu por conta da confusão de se entender. Só eu acho fundamental que atendentes falem inglês em museus de qualquer lugar do mundo?

O Cluny estava em reformas e, infelizmente, não pude ter acesso a todos os departamentos, incluindo as termas romanas que eram, para ser honesta, a principal razão de eu ter comprado o ticket do museu. Ele está instalado nos vestígios dos banhos públicos romanos e abriga uma coleção bastante grande de artes da idade média, principalmente sacra. 

Claro que a principal atração são as termas, mas lá você também encontra vitrais da Sainte Chapelle e de Saint Deni, a série de 6 tapeçarias intitulada “La Dame à la Licorne”, que são bem legais e as cabeças originais pertencentes à fachada da Notre Dame. Elas foram arrancadas na Revolução Francesa porque alguns ignorantes acreditavam que eram estátuas dos reis franceses, quando, em verdade, são os reis da Judéia. Apesar de tudo, o local em si é muito lindo e muito antigo e vale a visita.
Sourbonne
Segui caminhando pelas ruas e me impressionando o quanto Paris é bonitinha – essa foi, sem dúvida, a minha primeira impressão da cidade. Passei pela incrível Universidade Sorbonne, que valeu algumas fotos, e cheguei ao Panteão, que fica também ali próximo, na região. Ele é muito lindo, imponente e bem parecido com o de Lisboa. Lá estão enterradas algumas figuras ilustres, como Voltaire, Victor Hugo, Rousseau, Braile, Alexandre Dumas, Emile Zola e algumas pessoas que foram muito importantes às guerras francesas. Valeu muito a pena, principalmente porque de lá, do lado de fora, tive a minha primeira visão da Torre, que é sempre um momento marcante.

Próximo ao Panteão, ainda passei pela Igreja Saint Etienne du Mont, que abriga os restos mortais de Santa Genoveva, a padroeira de Paris. Essa igreja é bem gracinha tanto por dentro como por fora e teve sua construção iniciada no século VI. 
Saint Etienne du Mont
Almocei um sanduíche de baguete de maionese com atum, que foi devorado em um banco dentro do Jardin du Luxemburg. Ele é muito maravilhoso e acho que o tempo bonito ajudou muito. Passei um período lá dentro, e como era domingo, estava bem cheio e tomado de parisienses fazendo exercícios e aproveitando os últimos dias de verão em volta das fontes e lagos. Uma delícia. Fora que foi incrível imaginar que Victor Hugo o utilizou como cenário de Os Miseráveis!

Segui para St Germain-des-Près, a segunda região a ser visitada no dia. No caminho, passei pela Catedral de St. Sulpice, que é absolutamente maravilhosa. Ela é a segunda igreja mais alta da cidade, começou a ser construída no século XIII e terminou em 1600 e pouco. 

Ajuda da Wikipedia: “Uma das particularidades desta igreja é o seu gnômon, uma coluna que marca a hora do dia projetando a sua sombra no solo. Languet de Gercy (o sacerdote de São Sulpício) precisava de um sistema para controlar os equinócios e poder predizer qual era a data da Páscoa, e encarregou dessa tarefa o astrônomo e relojoeiro inglês Henry Sully. Este, por sua vez, construiu uma linha de latão no chão, paralela aos meridianos da Terra, que se estende até um obelisco de mármore na parede (com data de 1743) e se ergue onze metros acima do chão junto à parede. Ao mesmo tempo, foi instalado junto a uma janela, um sistema de lentes; assim, ao meio-dia do solstício de Inverno (21 de dezembro), a luz do sol passa pela janela incidindo sobre a linha de latão até ao obelisco, e nos equinócios (21 de março e 21 de setembro), ao meio-dia, a luz bate em um prato oval de cobre diante do altar. Devido a essas características, por servirem para realizar medições científicas, a igreja foi salva de ter sido destruída à época da Revolução Francesa.”
Saint Sulpice
Ainda passei pela Abadia de Saint Germain des Près, fundada no século VI e a igreja mais antiga de Paris. Durante muitos anos o local foi utilizado para sepultamento de reis e rainhas. 
Saint Germain des Près
Bem, andei como louca pela região, para variar. Andei tanto e debaixo de um calor tão intenso, que a essas horas os meus pés já estavam me matando! Passei pela região das margens do Senna e me deparei com as barraquinhas que vendem pôsteres e quadros ótimos e a preços muito bons. Atravessei a Pont des Arts, famosa pelos cadeados e as declarações de amor e cheguei a outra margem do rio. Como ainda estava cedo e eu queria conhecer a cidade, fui a pé para o hotel, que não era exatamente perto.
vista linda de qualquer lugar da cidade
Pont des Arts
No caminho, acabei passando por um local conhecido como des Halles, que é mais modernoso e conta com um shopping imenso. Como sempre digo por aqui: mesmo que você não tenha interesse em comprar nada, shoppings sempre são aqueles lugares onde podemos contar com banheiro, bancos, ar condicionado e Wi-Fi. Portanto, nunca dispense um em suas viagens. Fiquei um tempo por lá, e ainda aproveitei para dar uma olhada nas lojas.
Saint Eustache
Depois, e ainda em direção ao hotel, passei pela Igreja de St Eustache – quantas igrejas!!! – que é imensa e fica bem no centro de Paris, meio que ofuscada por plantas e edifícios. Paris tem muito disso, as coisas foram sendo construídas e acontecendo ao redor dos monumentos antigos, por isso vale muito a pena dar uma explorada e ter um olho mais apurado. 

Segundo pesquisei, na região antigamente funcionava um mercado central e como não havia nenhuma igreja por lá, em 1200 e poucos resolveram construir uma capela. Com a demanda, a capela acabou sendo substituída por uma igreja de verdade, com início no reinado de Francisco I – vou falar muito desse cara por aqui ainda. Louis XIV fez sua primeira comunhão ali. Saint-Eustache foi também o lugar onde Richelieu, Molière e Madame de Pompadour (favorita de Louis XV) foram batizados. A missa de obséquios da mãe de Mozart também aconteceu nessa igreja. E Colbert está enterrado em uma de suas capelas.
Basilique Notre-Dame des Victories
Já estão cansados? Vão pegar uma pipoca, porque ainda tem mais. Cheguei à Igreja Basilique Notre-Dame des Victories, que é cheia de túmulos por toda parte e nas paredes, ou mesmo inscrições e mensagens de agradecimento. Lá fiquei um pouco porque estava realmente acabada. Lá perto ainda estão a Place des Victories – onde passei muitas vezes dias depois -, que é linda e cheia de lojas de grife, como a Kenzo. Ela foi construída em dedicação a Luís XIV e tem a sua estátua bem no centro.
Galerie Viviene
Lá perto também, encontrei sem querer a Galerie Viviene. Paris está repleto de galerias, perto do hotel tinha várias. Mas eu li em todos os lugares que, se eu pretendesse visitar apenas uma, que fosse essa. Ela é maravilhosa, realmente, e data da metade do século XIX. No entanto, devo dizer que suas lojinhas são meio decadentes, acho que hoje em dia poucos passam por dentro dessas galerias, que não são muito frequentadas.
E esse foi o meu primeiro dia! Cheguei no hotel relativamente cedo, às 17:30hs, mas o dia realmente havia sido muito intenso e eu desejava descansar um pouco e me preparar para o dia seguinte que foi absolutamente maravilhoso: Giverny e Vernon. 

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