Look: blusa F21 de brechó, calça comprada na José Paulino - parece pijama, é uma delícia!!! - e sapatilha de Óbidos |
No meu segundo dia de viagem, que na
verdade acabou sendo o primeiro dia completo, acordei super cedo – 6:00hs,
porque ainda estava sentindo a diferença de fuso horário, a ansiedade da viagem
e também a estranheza de dormir em um lugar diferente. Me arrumei e saí cedo
para explorar as ruas de Paris. Nesse ponto, quero dizer uma coisa: Paris
acorda depois das 9hs. Antes disso, é dificílimo encontrar pessoas na rua e
absolutamente impossível encontrar comércio e museus abertos. Aliás, o comércio
na França abre em torno das 11hs.
café da manhã e almoço em Luxemburg |
Mas mesmo assim, como não tinha o que
fazer dentro do hotel, resolvi sair cedo. Desci na estação Odeon e segui para
tomar meu café da manhã em um Starbucks. Devo dizer que não é exatamente uma
boa opção para quem está na França, porque é uma rede relativamente cara e as
Pastisseries francesas são simplesmente maravilhosas. Mas, vamos dar um
desconto ao primeiro dia. O destino final seria o Museu Cluny, cuja abertura é
apenas às 9:15hs, de modo que teria bastante tempo para dar uma enrolada.
Rue Galand, Place St Michel e Place des Vitories |
Acabei andando bastante pelo Quartier
Latin e até vendo de longe a grande Notre Dame, o que é absolutamente
emocionante para um primeiro dia. Fui ao Place St. Michel, que é considerada a
entrada para o bairro e onde se observam edifícios mais modernos, já que o
bairro foi praticamente demolido por Napoleão III, numa restauração que se deu
durante seu governo. Depois, e ainda numa exploração do bairro e, ao mesmo
tempo, para fazer hora, fui a algumas igrejas super antigas e cheias de história
da região.
St Severin |
A primeira delas, St. Severin, que me
impressionou demais logo de cara. Infelizmente não foi possível entrar, estava
fechada, mas gastei uma porção de tempo só admirando sua fachada. Ela é uma das
igrejas mais antigas da cidade, chegou a ser destruída pelos vikings e depois
reconstruída no século XI.
St Julien-le-Pauve |
Depois, e logo do outro lado da rua, me
deparei com a St Julien-le-Pauve (São Julião, o pobre), que é bem mais modesta,
não tem a imponência da primeira e também estava fechada. Mas, ela era utilizada
por muitos peregrinos no passado, chegou a ser lugar se sepulturas da dinastia
merovíngea – muuuuuuuuuuuito antiga. A construção que temos hoje data de 1100 e
pouco sendo, portanto, uma das igrejas mais antigas da cidade – a fachada é do
século XVI. Eu gostaria de ter entrado em ambas as igrejas, mas como eu disse,
era muito cedo e eu fico sempre meio eufórica no primeiro dia de viagem,
achando que não vai dar tempo de ver tudo se eu ficar enrolando muito.
Cluny |
Passei pela Rue Galande, que é apenas
uma gracinha e pelas demais ruelas da região. Às 9:15hs, como determinado,
estava dentro do Museu Cluny. E devo dizer, antes de falar sobre esse lugar,
que logo de cara achei que seria um pouco confuso lidar com os franceses –
ainda bem que isso não se mostrou verdade nos dias seguintes. Fui atendida por
descendentes de indianos, que sequer falavam inglês, que nunca haviam visto um
ticket impresso e não sabiam me orientar. Acabei demorando um tempão a entrar
no museu por conta da confusão de se entender. Só eu acho
fundamental que atendentes falem inglês em museus de qualquer lugar do mundo?
O Cluny estava em reformas e,
infelizmente, não pude ter acesso a todos os departamentos, incluindo as termas
romanas que eram, para ser honesta, a principal razão de eu ter comprado o
ticket do museu. Ele está instalado nos vestígios dos banhos
públicos romanos e
abriga uma coleção bastante grande de artes da idade média, principalmente
sacra.
Claro que a principal atração são as termas, mas lá você também encontra vitrais da Sainte Chapelle e de Saint Deni, a série de 6 tapeçarias intitulada “La Dame à la Licorne”, que são bem legais e as cabeças originais pertencentes à fachada da Notre Dame. Elas foram arrancadas na Revolução Francesa porque alguns ignorantes acreditavam que eram estátuas dos reis franceses, quando, em verdade, são os reis da Judéia. Apesar de tudo, o local em si é muito lindo e muito antigo e vale a visita.
Claro que a principal atração são as termas, mas lá você também encontra vitrais da Sainte Chapelle e de Saint Deni, a série de 6 tapeçarias intitulada “La Dame à la Licorne”, que são bem legais e as cabeças originais pertencentes à fachada da Notre Dame. Elas foram arrancadas na Revolução Francesa porque alguns ignorantes acreditavam que eram estátuas dos reis franceses, quando, em verdade, são os reis da Judéia. Apesar de tudo, o local em si é muito lindo e muito antigo e vale a visita.
Sourbonne |
Segui caminhando
pelas ruas e me impressionando o quanto Paris é bonitinha – essa foi, sem
dúvida, a minha primeira impressão da cidade. Passei pela incrível Universidade
Sorbonne, que valeu algumas fotos, e cheguei ao Panteão, que fica também ali
próximo, na região. Ele é muito lindo, imponente e bem parecido com o de
Lisboa. Lá estão enterradas algumas figuras ilustres, como Voltaire, Victor
Hugo, Rousseau, Braile, Alexandre Dumas, Emile Zola e algumas pessoas que foram
muito importantes às guerras francesas. Valeu muito a pena, principalmente
porque de lá, do lado de fora, tive a minha primeira visão da Torre, que é
sempre um momento marcante.
Próximo ao Panteão, ainda passei pela Igreja Saint Etienne du Mont, que abriga os restos mortais de Santa Genoveva, a padroeira de Paris. Essa igreja é bem gracinha tanto por dentro como por fora e teve sua construção iniciada no século VI.
Saint Etienne du Mont |
Almocei um sanduíche
de baguete de maionese com atum, que foi devorado em um banco dentro do Jardin du
Luxemburg. Ele é muito maravilhoso e acho que o tempo bonito ajudou muito.
Passei um período lá dentro, e como era domingo, estava bem cheio e tomado de
parisienses fazendo exercícios e aproveitando os últimos dias de verão em volta
das fontes e lagos. Uma delícia. Fora que foi incrível imaginar que Victor Hugo o utilizou como cenário de Os Miseráveis!
Segui para St
Germain-des-Près, a segunda região a ser visitada no dia. No caminho, passei
pela Catedral de St. Sulpice, que é absolutamente maravilhosa. Ela é a segunda
igreja mais alta da cidade, começou a ser construída no século XIII e terminou
em 1600 e pouco.
Ajuda da Wikipedia: “Uma das particularidades desta igreja é o seu gnômon, uma coluna que marca a hora do dia projetando a sua sombra no solo. Languet de Gercy (o sacerdote de São Sulpício) precisava de um sistema para controlar os equinócios e poder predizer qual era a data da Páscoa, e encarregou dessa tarefa o astrônomo e relojoeiro inglês Henry Sully. Este, por sua vez, construiu uma linha de latão no chão, paralela aos meridianos da Terra, que se estende até um obelisco de mármore na parede (com data de 1743) e se ergue onze metros acima do chão junto à parede. Ao mesmo tempo, foi instalado junto a uma janela, um sistema de lentes; assim, ao meio-dia do solstício de Inverno (21 de dezembro), a luz do sol passa pela janela incidindo sobre a linha de latão até ao obelisco, e nos equinócios (21 de março e 21 de setembro), ao meio-dia, a luz bate em um prato oval de cobre diante do altar. Devido a essas características, por servirem para realizar medições científicas, a igreja foi salva de ter sido destruída à época da Revolução Francesa.”
Ajuda da Wikipedia: “Uma das particularidades desta igreja é o seu gnômon, uma coluna que marca a hora do dia projetando a sua sombra no solo. Languet de Gercy (o sacerdote de São Sulpício) precisava de um sistema para controlar os equinócios e poder predizer qual era a data da Páscoa, e encarregou dessa tarefa o astrônomo e relojoeiro inglês Henry Sully. Este, por sua vez, construiu uma linha de latão no chão, paralela aos meridianos da Terra, que se estende até um obelisco de mármore na parede (com data de 1743) e se ergue onze metros acima do chão junto à parede. Ao mesmo tempo, foi instalado junto a uma janela, um sistema de lentes; assim, ao meio-dia do solstício de Inverno (21 de dezembro), a luz do sol passa pela janela incidindo sobre a linha de latão até ao obelisco, e nos equinócios (21 de março e 21 de setembro), ao meio-dia, a luz bate em um prato oval de cobre diante do altar. Devido a essas características, por servirem para realizar medições científicas, a igreja foi salva de ter sido destruída à época da Revolução Francesa.”
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Ainda passei pela Abadia de Saint Germain des Près, fundada no século VI e a igreja mais antiga de Paris. Durante muitos anos o local foi utilizado para sepultamento de reis e rainhas.
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Bem, andei como
louca pela região, para variar. Andei tanto e debaixo de um calor tão intenso,
que a essas horas os meus pés já estavam me matando! Passei pela região das
margens do Senna e me deparei com as barraquinhas que vendem pôsteres e quadros
ótimos e a preços muito bons. Atravessei a Pont des Arts, famosa pelos cadeados
e as declarações de amor e cheguei a outra margem do rio. Como ainda estava
cedo e eu queria conhecer a cidade, fui a pé para o hotel, que não era
exatamente perto.
vista linda de qualquer lugar da cidade
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No caminho, acabei
passando por um local conhecido como des Halles, que é mais modernoso e conta
com um shopping imenso. Como sempre digo por aqui: mesmo que você não tenha
interesse em comprar nada, shoppings sempre são aqueles lugares onde podemos
contar com banheiro, bancos, ar condicionado e Wi-Fi. Portanto, nunca dispense um
em suas viagens. Fiquei um tempo por lá, e ainda aproveitei para dar uma olhada
nas lojas.
Saint Eustache |
Depois, e ainda em
direção ao hotel, passei pela Igreja de St Eustache – quantas igrejas!!! – que é
imensa e fica bem no centro de Paris, meio que ofuscada por plantas e
edifícios. Paris tem muito disso, as coisas foram sendo construídas e
acontecendo ao redor dos monumentos antigos, por isso vale muito a pena dar uma
explorada e ter um olho mais apurado.
Segundo pesquisei, na região antigamente funcionava um mercado central e como não havia nenhuma igreja por lá, em 1200 e poucos resolveram construir uma capela. Com a demanda, a capela acabou sendo substituída por uma igreja de verdade, com início no reinado de Francisco I – vou falar muito desse cara por aqui ainda. Louis XIV fez sua primeira comunhão ali. Saint-Eustache foi também o lugar onde Richelieu, Molière e Madame de Pompadour (favorita de Louis XV) foram batizados. A missa de obséquios da mãe de Mozart também aconteceu nessa igreja. E Colbert está enterrado em uma de suas capelas.
Segundo pesquisei, na região antigamente funcionava um mercado central e como não havia nenhuma igreja por lá, em 1200 e poucos resolveram construir uma capela. Com a demanda, a capela acabou sendo substituída por uma igreja de verdade, com início no reinado de Francisco I – vou falar muito desse cara por aqui ainda. Louis XIV fez sua primeira comunhão ali. Saint-Eustache foi também o lugar onde Richelieu, Molière e Madame de Pompadour (favorita de Louis XV) foram batizados. A missa de obséquios da mãe de Mozart também aconteceu nessa igreja. E Colbert está enterrado em uma de suas capelas.
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Já estão cansados?
Vão pegar uma pipoca, porque ainda tem mais. Cheguei à Igreja Basilique
Notre-Dame des Victories, que é cheia de túmulos por toda parte e nas paredes,
ou mesmo inscrições e mensagens de agradecimento. Lá fiquei um pouco porque
estava realmente acabada. Lá perto ainda estão a Place des Victories – onde
passei muitas vezes dias depois -, que é linda e cheia de lojas de grife, como
a Kenzo. Ela foi construída em dedicação a Luís XIV e tem a sua estátua bem no
centro.
Galerie Viviene |
Lá perto também,
encontrei sem querer a Galerie Viviene. Paris está repleto de galerias, perto
do hotel tinha várias. Mas eu li em todos os lugares que, se eu pretendesse
visitar apenas uma, que fosse essa. Ela é maravilhosa, realmente, e data da
metade do século XIX. No entanto, devo dizer que suas lojinhas são meio
decadentes, acho que hoje em dia poucos passam por dentro dessas galerias, que
não são muito frequentadas.
E esse foi o meu
primeiro dia! Cheguei no hotel relativamente cedo, às 17:30hs, mas o dia
realmente havia sido muito intenso e eu desejava descansar um pouco e me
preparar para o dia seguinte que foi absolutamente maravilhoso: Giverny e
Vernon.
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