Muito bem, vamos finalmente
falar sobre esse livro que tem 371 páginas e me tomou 1 mês certinho... Para
que vocês tenham uma ideia, fazendo uma pequena comparação, levei menos tempo
do que isso para ler as 2.000 páginas de Os Miseráveis (livro amado!!). Isso
significa que eu achei o livro chatíssimo de ser lido. Veja, um livro pode ser
bom e chato ao mesmo tempo, uma coisa não interfere na outra. Quando eu digo
que um livro é chato é porque a leitura não fluiu, porque não tinha
simplesmente vontade de chegar em casa e pegá-lo para ler... deu para entender?
Pois bem. A leitura se arrastou
por 1 mês inteiro e quando acabou, eu quase soltei uma gargalhada de emoção...
que cansativo. Mas, vamos deixar essa questão de lado e falar do livro em si.
Ele é uma espécie de biografia romanceada de um fulano chamado Eduard Limonov
(é um nome artístico). Quem escreveu a biografia foi um francês, profundo
admirador de Limonov e da história russa moderna em geral. Por isso, ao longo
do texto, vamos acompanhar as peripércias do personagem título, bem como os
acontecimentos políticos dentro da Rússia que, na minha opinião, é a parte
interessante do livro. Gostei muito de me inteirar mais sobre o que estava
acontecendo no país durante os governos de Stálin, Gorbachev, Yéltsin, Putin,
etc. Como se deram suas eleições, qual era a opinião pública sobre cada um
deles, como agiam (agem), etc.
Mas, tirando esse contexto bem
interessante, acho que o que me incomodou foi acompanhar o protagonista que,
para mim, é uma pessoa extremamente desinteressante e disseminadora de ideias
pouco ortodoxas. O russo Limonov teve uma infância e adolescência meio rebelde,
sempre se aliando Às pessoas erradas e, em verdade, pouco se lixando para os
pais. Já adulto, ele se envolve com uma moça, com quem casa e vai viver em Nova
York, no exílio. Ah, esqueci de dizer que ele é um escritor beeeeeeeeeem meia
boca nessa época, mais para aspirante. Pois bem. Em NY, tudo dá errado. A
mulher vai embora, ele vira mendigo e depois mordomo, passa a experimentar de tudo
na vida, até mesmo sexo homossexual com mendigos.
E o que ele vai fazendo é
escrevendo livros sobre essas experiências que ele vai tendo e isso vai lhe
conferindo algum sucesso. Aliado a isso, ele conhece as pessoas certas e, em
determinado momento, ele migra para Paris, onde conhece sua segunda esposa. Lá
ele vai virar um hippie/punk/boêmio, ter contato com pessoas das mais diversas
e escrever mais um pouco. Já falei que sua esposa é ninfomaníaca, drogada e
alcoólatra? Daí que Limonov nunca está contente e sempre acha que pode
acrescentar mais algumas aventuras na sua vida. Daí ele vai para as regiões de
conflito lá no leste europeu – antiga Iugoslávia -, vai se enfiar nos grupos de
libertação, participar da guerra em si, se aliar a partidos rebeldes, etc.
Dali, segue para a Rússia, após
20 anos de sua saída, onde guarda um certo prestígio como autor e onde vai
fundar um partido, em oposição ao governo de situação. Limonov se torna um
ativista político e, em determinado momento, é preso com acusações de, dentre
outros, terrorismo. Na cadeia, já com seus 60 e poucos anos, ele escreverá mais
alguns títulos, que farão um enorme sucesso. E reconhecendo, de certa forma o
valor desse personagem, ele é liberado antes de finda a sentença.
E o homem ainda está aí, vivinho
da silva, com filhos, escrevendo e tal... Não há dúvidas de que sua vida foi
inusitada e de que ele vivenciou experiências únicas. Não há dúvidas, também,
de que deve ter algum talento, ou não teria publicado tantos livros. Mas, de
verdade, não concordo com as idéias dele, com as suas atitudes e com aquilo que
prega. E por essa razão, creio que não gosto de LImonov, situação que, por
conseguinte, tendo em vista que ele é o protagonista da história, me fez odiar
esse livro. Ainda bem que o livro de julho é uma delícia de ler – já estou na
metade – porque dois livros seguidos da TAG em que eu quis me matar... não dá!!a França.
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