quinta-feira, 13 de julho de 2017

LIVRO - O ADEUS A GLORYTOWN

Esse livrinho com a capa tão chamativa foi comprado por mim num desses corners de shoppings que vendem livros a R$ 10,00 – já falei um pouquinho deles a vocês em outro post. E antes de mais nada, apenas enfatizando que não devemos desprezar esses locais e devemos dar uma chance a livros e autores desconhecidos, devo dizer que foi um dos melhores livros da vida e, certamente, está no top 5 desse ano. Foi uma história que me tocou demais, que me deixou divagando sobre o assunto muito tempo após o término da leitura, a ponto de não conseguir me concentrar na aula de inglês!!! E foi lido em apenas 3 dias, porque apesar de tratar de um tema pesado, ele é delicinha de ler e o autor é fenomenal.

Pois bem. Eu diria que Adeus a Glorytown e No País dos Homens poderiam ser o mesmo livro, escrito pela mesma pessoa ou mesmo por alguém que residisse num mesmo local. Ambos são narrados por uma criança (amo livros desse tipo!!!) que vivenciaram os horrores de um regime autoritário em seu país, sendo o primeiro em Cuba e o segundo na Líbia. Em ambos nada pode ser dito pelas pessoas, com medo de represálias; em ambos as famílias vêm seus amigos sendo levados, torturados, submetidos a situações degradantes; em ambos há uma “voz” que faz uma espécie de lavagem cerebral aos residentes... até a cena do quadro pendurado na parede é muito parecida. E o pior de tudo: em ambos temos crianças tristes, com infâncias roubadas.
Só que, de alguma forma, talvez por ser mais próximo ou por termos mais conhecimento sobre o assunto, Adeus a Glorytown me tocou muito mais. Trata-se de uma autobiografia escrita por Eduardo Calcines que, à época da Revolução Cubana, contava com apenas 3 anos. E ele vai nos levar à cidade de Cifuentes em Cuba, vai nos apresentar aos seus amigos, à sua família numerosa e com muito amor a oferecer, suas brincadeiras de criança, seus avós queridíssimos, aos costumes, festas, etc. E, aos poucos, com o avanço da revolução, vamos notando a degradação da vida desse garoto e de todos ao seu redor. A escassez de alimentos, a fome, o medo e, principalmente, a vida dura de um dissidente.
E em determinado momento, temendo que Eduardo completasse 15 anos, que é a idade de convocação ao serviço militar, seus pais solicitam ao governo o visto para os EUA, local onde todos os sonhos podem ser realizados. E a partir daí, vamos acompanhar os maus tratos que toda família será submetida por terem manifestado publicamente seu descontentamento para com o novo regime e a vida em Cuba, bem como a eterna espera dos Calcines pelo visto do governo.
Gente, esse livro é muito amor! Com ele você vai sentir vontade de abraçar todos os cubanos que encontrar no caminho, entender o porquê tantos deles se submeteram aos perigos de uma travessia de barco à Flórida e, sobretudo, vai ter vontade de sacar o Fidel do túmulo e matá-lo novamente. Eu, pelo menos, estou com uma raiva sobre-humana dessa pessoa. E mais raiva ainda porque todos achavam que seu poderio não poderia subsistir por muito tempo e o cara morreu quase agora. E ainda nos dias de hoje, não obstante a situação venha melhorando gradativamente, Cuba ainda não experimenta uma situação plena de liberdade e contentamento de sua população.

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