terça-feira, 25 de julho de 2017

LIVRO - HISTÓRIA DO NOVO SOBRENOME

Muito bem, segundo livro da série Napolitana da Elena Ferrante devidamente lido! Esse é mais gordinho do que o primeiro, conta com quase 500 páginas, mas tal qual o Garota Genial, foi devorado rapidamente. A História do Novo Sobrenome começa exatamente de onde o primeiro terminou, de modo que, se você não leu o primeiro livro, recomendo que não passe dessas linhas.

Lila então se casa com Stefano, o dono da cacrutaria. E logo na saída do casamento, seus sentimentos em relação ao marido se modificam, quando ela percebe que ele “se vendeu” para os odiados Sollara ou que a eles se associou em vistas ao lucro. Lila passa a sentir nojo do próprio marido e isso se torna público através de suas maneiras e de seu ar de desinteresse por Stefano que, por sua vez, se mostra um verdadeiro Napolitano: dominador, machista, dono da verdade.
Enquanto sua melhor amiga está trabalhando na empresa do marido, morando num apartamento mais distante e chiquetoso e vestindo-se como uma madame, Lenu, a narradora, ainda estuda, ainda é virgem, ainda está numa situação miserável e não sabe muito bem o que fazer de sua própria vida. Ela continua namorando com Antonio, mas apaixonada por Nino, continua sem ter com quem compartilhar seus conhecimentos de aprendizado na escola, em meio a tanta ignorância das pessoas do bairro e Lila, que é a única capaz de fazer frente a isso, está cada vez mais distante.
Em um determinado verão, no entanto, as duas amigas e mais algumas pessoas vão passar as férias na praia, onde se encontram com Nino e o amigo Bruno. O grupo passa a se ver diariamente e nesse momento acontece uma coisa que me fez ficar com uma raiva imensa da Lila: ela se envolve com Nino, mesmo estando casada e mesmo sabendo que Lenu o ama. Quer dizer, para se mostrar melhor do que a amiga, ela desgraça a própria vida, a vida da amiga e do Nino, que se apaixona por aquele ser avassalador chamado Lila e abre mão de tudo para viver esse romance!
E isso vai ter um grande desfecho para o casamento de Lila, para suas relações com o bairro e com os amigos. Lila é aquela pessoa que por onde passa causa estragos, mas também causa admiração. Ela é forte, ela é destermida e ela está disposta a passar por cima de todos. Enquanto isso, Lenu vai para Pisa, vai fazer faculdade e se deparar com todo um universo novo e grandes possibilidades. Vai namorar, vai viajar e se tornar cada vez mais e mais diferente da amiga e das outras pessoas que deixou para trás em Nápoles.
E tal qual o primeiro livro, esse vai terminar com um grande gancho e te deixar com vontade de correr para o terceiro volume – o meu já está comprado!!
Trecho emprestado do livro Os Reis de Ferro - A Rainha Estrangulada - também lido esse mês -, que define Nápóles como ninguém: 
Os gregos a organizaram, os romanos a conquistaram, os bárbaros a saquearam, os bizantinos e os normandos, cada um por sua vez, aí se instalaram como senhores. Mas modificaram apenas um pouco a forma das casas e acrescentaram algumas superstições e lendas à imaginação  popular.O povo não ficou nem grego, nem romano, nem bizantino: era o povo napolitano de sempre, esse povo sem paralelo  com  nenhum outro  no  mundo, cuja alegria é apenas um pára-vento diante da tragédia da miséria, cuja ênfase é uma maneira de valorizar a monotonia dos dias, cuja preguiça é  uma sabedoria que consiste em não fingir atividade quando nada se tem que fazer; um povo que ama a vida, que zomba dos reveses do destino, que gosta de falar e que despreza  a agitação militar porque a paz não o aborrece  nunca.

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