terça-feira, 14 de junho de 2016

DOCUMENTÁRIO - WINTER ON FIRE

Vou começar esse post-comentário com um palavrão, porque acho que só tem uma palavra que define essa obra de arte: FODA!!! Nada mais! Sério, não me lembro em toda a minha vida de ter assistido a um documentário tão incrível, tão maravilhoso. E está no Netflix, assistam por favor!!! Esse documentário, na verdade, concorreu ao Oscar desse ano e não ganhou... Preciso assistir ao que ganhou, porque se for melhor do que Winter on Fire... Eu me rendo!!
esse é o pôster do filme e acho essa imagem realmente forte
Bem, vou começar me explicando porque já vi que essa "resenha" vai ficar imensa. Eu adoro história, tanto antiga quanto atual e acho que vocês já notaram. E eu também amo viajar e saber mais sobe a cultura dos países. Dai que eu estava ouvindo um podcast de um brasileiro que fez intercâmbio na Ucrânia e passou um baita de um perrengue, porque ele teve o azar de pegar o início da guerra que começou no finalzinho de 2013 e meio que não terminou, apenas deu uma trégua. E como fiquei bastante intrigada com sua história e ele recomendou esse documentário, fui ver qual que era. 

Bem, acho que todos se lembram de ver nos jornais a loucura que estava nas ruas de Kiev e, após, no restante da Ucrânia. Mas eu não me lembro ao certo se eu sabia a razão daquilo, o que havia motivado aquelas pessoas a se rebelarem contra o governo. Então, lá vai. Basicamente, o que aconteceu foi o seguinte: o povo elegeu um senhor chamado Viktor Yanukovych como presidente da república e como principal bandeira, ele trazia o interesse em integrar o país à União Europeia. Vejam, para um país relativamente novo, que conquistou sua independência da Rússia apenas em 1993 e não andava bem das pernas, essa identidade Europeia era uma grande esperança para o povo.

Só que esse senhor querido, enquanto prometia tudo isso, agia por trás do povo e assinava acordos com a Rússia, numa aproximação à esse país e não distanciamento, como desejava a população. O que ele não contou foi que, com a independência da Ucrânia em 1993, já havia uma geração crescida na condição de "livre" e essas pessoas jamais iriam se curvar a outro país ou a alguém e perder o que seus pais conquistaram. E elas não aguentaram e em novembro de 2013, já quando o frio castigava o país, estudantes, jovens de todos os tipos se reuniram na Maidan, a Praça da Independência que fica bem no centro de Kiev e lá, apenas cantavam o hino, dançavam, trocavam ideia, de forma absolutamente pacífica. 

E foi nesse momento que o presidente resolveu mostrar as caras e enviou a polícia para "conter" a multidão. E foi um ato absolutamente covarde. Pessoas foram espancadas, pisoteadas, saíram realmente machucadas. A polícia claramente não queria apenas dispersar a população da praça, mas sim, mandar um recado. A polícia não estava ao lado deles e não iria recuar. Só que a população, muito bravamente, tomou esse ato absurdo não como um start para retirada, mas sim, para união. Foi naquele momento que eles tiveram certeza de que precisariam fazer alguma coisa contra esse governo tirano.

E no dia seguinte e nos próximos, não só estudantes e jovens, mas pessoas de todas as idades, profissões, raças, credos, artistas, ricos e pobres foram se juntando, cada vez mais. E pessoas de outras cidades e outras regiões também e a revolução tomou forma. Só que era absolutamente covarde, porque os policiais eram treinados, organizados e tinham armas, que no início eram apenas de efeito moral e, após, foram substituídas por balas de verdade. Muitos foram os confrontos e o que era para ser uma manifestação pacífica - e foi até o fim por parte dos manifestantes - se tornou uma guerra onde apenas um dos lados tinha armas e meios. 

Foi uma carnificina, uma coisa horrorosa. Não vou contar tudo, estou apenas dando um petisco do que vocês assistirão com esse documentário. Mas o que realmente chamou a minha atenção foi a união da população, despesas tão diferentes, em prol de uma causa: a liberdade, a certeza de que não se ajoelhariam a mais ninguém e que seriam um país, uma unidade e que lutariam por seus direitos. E eles foram se ajudando, se organizando como podiam e resistindo. Achei incrível que líderes e sacerdotes de várias religiões se uniram para ajudar a população. Muito lindo e estou profundamente emocionada com o povo ucraniano, com sua força. Muito incrível, vale muito a pena assistir. 

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