E hoje finalmente chegamos na
última cidade visitada durante minha viagem à Alemanha, a querida e cosmopolita
Berlin. Mas não pensem que os posts da viagem estão acabando, porque ainda há
muitos dias pela frente e muita coisa a ser dita. Esse post, como vocês já
devem ter notado pelo título, será dividido em 2.
Antes de começar o dia
propriamente dito, precisamos voltar um pouquinho ao dia anterior, porque como
contei a vocês no último post, eu peguei o trem de Munique para Berlin às 17hs,
com previsão de chegada às 23hs (sim, são 6 horas de viagem porque a distância
é grande e há várias paradas no caminho). Eu já estava um pouco apreensiva com
essa questão porque não gosto de chegar a uma cidade desconhecida a noite,
isso me aflige um pouco. Mas, havia visto que a estação era perto do hotel e
estudado um pouco o mapa. Só que a situação piorou um pouquinho porque o trem
se atrasou para sair e depois, quebrou no caminho, delongando minha viagem em
mais 2 hs. Ou seja, eu cheguei a Berlin a 1 da manhã.
Para completar a tragédia, em
Munique estava fazendo 35ºC todos os dias e eu saí de lá de short e blusinha,
levando apenas um casaquinho. Quando cheguei em Berlin, a temperatura era de
10ºC e eu estava congelando! Saí da estação, me deparei com essa igreja
maravilhosa da foto que é a Kaiser Wilhelm Gedächtniskirche (vou falar
mais dela em outro post), que sabia que ficava perto do hotel. Só que, por
alguma razão, eu não encontrava o hotel de jeito nenhum. Os números não batiam
com o mapa, não faziam sentido e eu, com a minha big mala e morrendo de frio,
só queria um banho quente e uma cama. E na rua, àquela hora, só havia gente
estranha e escuridão. Não tinha coragem de pedir ajuda a ninguém.
Foi aí que me aconteceu aquelas
coisas que a gente acha que tem alguma mãozinha do nosso anjinho da guarda,
porque não há outra explicação. Me deparei com um casal de negros, vestido com
aquelas roupas típicas e lindas da África, super coloridas. E ambos estavam com
uma áurea boa, uma cara de felicidade e, por alguma razão, me trouxeram
segurança para pedir ajuda. Estava com o mapa e o endereço na mão, uma cara de
sofrida, uma mala imensa e um simples pedido de ajuda. E posso falar??? “Casal,
se vocês estiverem lendo isso (ah-hãm... rs!!!), meu muito obrigada sincero, do
fundo do meu coração, porque acho que nunca conseguirei agradecer o suficiente
o que vocês fizeram por mim naquela noite.”
Eles também não faziam ideia de
onde ficava o hotel, mas se propuseram a se juntar a mim na busca. Nós rodamos
durante uns 40 min, pegamos ônibus (de graça!!!), o homem carregou minha mala
em alguns trechos, eles perguntaram para várias pessoas nas ruas, para
taxistas... (lembrando que eu não falo alemão e eles falavam!!!). Ainda tudo
com a maior disposição e bom humor, perguntando sobre o Brasil, se eu dançava
samba... umas graças!!!! E nós passamos por umas regiões meio estranhas e
inóspitas, com pessoas estranhas, que eu não gostaria de ter conhecido se
estivesse sozinha. E eu ainda ouvi conselhos da mulher sobre não ir a certas
regiões sozinha, porque não era seguro.
Ao final, achamos o hotel que,
pasme, ficava bem ao lado da estação de trem, cerca de 2 quarteirões. O que nos confundiu, é que a rua do hotel muda de nome depois de um trecho e isso não
estava escrito no mapa. E posso falar? Realmente, apesar de bem localizado, o
hotel não estava em um lugar propício para andar a noite, principalmente uma
mulher sozinha. E eu sou muito grata a esse casal tão simpático, esses anjos
que se dispuseram a caminhar comigo por 40 min em busca de algo que não era de
sua responsabilidade. Fica aqui o meu MUITO OBRIGADA!!
Amanhã eu publico o meu primeiro
dia em Berlin, que foi muito incrível.
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