quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

LIVRO - O FIO DA TRAMA

Eu estava louca para ler esse livro desde o ano passado, quando foi lançado. Mas os alto custos praticados pelas lojas suspenderam meus planos momentaneamente, até a maravilhosa Feira da Usp deste ano, quando finalmente consegui arrematá-lo por um valor mais "palatável". E a razão do meu interesse pela história da Família Pascolatto é muito simples: sou fanzoca de dois de seus membros - Costanza e Consuelo -, sei que suportaram muitas adversidades para chegarem onde estão e isso me atrai porque eu amo conhecer mulheres fortes. 

E é exatamente com uma mulher forte que começa a história do livro: Gabriella Pascolatto, na Itália da Segunda Guerra Mundial. Uma mulher proveniente de uma familia riquíssima, de muitas posses e importância, que da noite pro dia se vê despojada de tudo e enxerga em seu marido e filhos os únicos elementos de grande importância a serem salvos naquele momento. E é assim que ela vai parar na Suiça, trampulim para sua saída do continente europeu e chegada ao Brasil. 

Inicialmente no Rio de Janeiro, o núcleo Michelle, Gabriella, seus filhos Alessandro e Costanza e a babá Blanche passam a fazer contatos com o intuito de estabelecerem-se comercialmente no país. Mas foi em São Paulo que encontraram as oportunidades e seus patrícios, dentre eles as famílias Matarazzo e Crespi, muito influentes na época, que os ajudaram financeiramente e socialmente com o quanto necessário a abertura de uma tecelagem, que recebeu o nome de Santaconstancia. 

Corta pra próxima geração, onde conhecemos uma Costanza preguiçosa e fútil. Uma criança que não gostava de estudar, que não se dava bem com sua mãe e que não estava interessada em trabalhar, mas apenas curtir a vida e "ser vista". Ela orgulhava-se de sua beleza e de seu berço e nunca escondeu isso de ninguém. Um belo dia conheceu o empresário Robert Blocker, casou-se e tornou-se uma esposa de sucesso, que organizava eventos, recepções e exibia sua beleza e looks incríveis. 

Veio a maternidade, que lhe fez muito bem. Apesar de tudo, Costanza era uma mãe maravilhosa, amada por suas filhas e muito responsável. Mas veio também um amor clandestino, que a fez largar toda a familia e a vida que tinha. O que ela não esperava era que viver essa paixão não só lhe afastaria de seu marido, mas lhe tiraria os filhos, sua herança, amigos e o convívio social de que tanto amava. E foi nessa condição, absolutamente relegada e destituida de meios para sobrevivência, que Costanza passou a trabalhar com moda e mostrar que não só possuía muito talento para tanto como garra para vencer na vida. 

E foi assim que mais uma geração da familia Pascolato superou as dificuldades, indo à luta. E o livro termina com as histórias de superação de Consuelo e Alessandra, as filhas de Costanza. Consuelo fez faculdade nos EUA e depois casou-se com um italiano e foi morar em Florença, sem falar a lingua e sem conhecer ninguém. Lá teve 2 filhos e passou por uma separação bem pesada após tomar conhecimento de uma traição. Ficou desempregada, teve dificuldades financeiras, mas superou tudo. Hoje seus filhos estão formados, possui um namorado ótimo que a incentiva e tornou-se influencer. Acho-a chiquérrima e amo seu Instagram!

A Alessandra teve uma vida bem difícil e acho que pode-se dizer que demorou-se a se encontrar tanto profissionalmente quanto amorosamente. Na época da faculdade encontrou as drogas, a bebida e a depressão. Jogou-se em relacionamentos curtos que não levaram a nada, a não ser um desgaste emocional ainda maior e sensação de não pertencimento. Foi morar nos EUA, passou a trabalhar com escritoras e aos trancos e barrancos, conheceu o amor da sua vida já perto dos 40. Infelizmente não conseguiu realizar o sonho de ter filhos, mas assim como sua mãe, avó e irmã, deu a volta por cima e hoje está muito bem. 

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