sábado, 8 de agosto de 2020

LIVRO - SUL DA FRONTEIRA, OESTE DO SOL

Meu primeiro livro do premiado autor japonês Harumi Murakamni. Eu tenho uma lista de escritores cujas obras ainda pretendo conhecer, e Murakami, certamente, estava nela! O livro desse post não é o mais famoso do autor, mas, de acordo com a própria TAG - que foi quem me encaminhou o volume -, traz todas as características de escrita usual do Murakami, incluindo a simplicidade. 

Muito bem. O protagonista é Hajime, um japonês filho único, nascido no pós guerra, numa sociedade em que praticamente todas as famílias possuem, ao menos, 2 filhos. E tal questão, desde o início, mostra-se um verdadeiro incômodo. Até que ele conhece Shimamoto, uma garota bem diferente, mas que compartilha da mesma sensação de solidão e estranheza apresentada pelo protagonista, uma vez que ela também é filha única. E a amizade cresce e, já adolescente, Hajime se apoia nessa união para superar os percalsos psicológicos de sua condição. 

O tempo passa, eles se separam, cada um vai viver a sua vida. Hajime vai para a faculdade, tem outros relacionamentos, se casa, tem duas filhas, torna-se um homem bem sucedido. Mas, a verdade é que ele nunca se esquece de Shimamoto. É como se sua vida não bastasse, como se o protagonista estivesse sempre incompleto sem a sua presença. A partir de aqui eu vou trazer um pouco de spoillers. 

Até que numa noite chuvosa, Shimamoto aparece no bar de Hajime, após 20 anos de distanciamento. Eles passam a conversar, a ser encontrarem de vez em quando e o relacionamento vai crescendo. Só que a moça é um poço de mistérios. Ela nunca mencionou nada de seu passado a Hajime, não diz se é casada, mas revela já ter tido um filho, que faleceu em pouco tempo. Ela se veste muito bem, ostenta joias caras e parece estar sempre ocupada, mas ao mesmo tempo não revela sua ocupação. Enfim, ao mesmo tempo que ela traz a tona todos os sentimentos que ambos tinham há tempos atrás, Hajime fica confuso sobre como prosseguir, lembrando que ele tem uma vida absolutamente estável e bem sucedida. 

A real é que o livro não conta exatamente uma história. Ele nos leva à vida de Hajime, um homem absolutamente comum, e suas lutas internas. Mas, o livro não é chato, a leitura é super fluída, os capítulos são curtos e agradáveis. Não vou dizer que foi minha leitura favorita da vida, ou que eu enxerguei através da obra o quão incrível é Murakami. Mas eu quero dar outra chance ao autor, com obras mais aclamadas. 


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