Vejo que é bastante complicado engessarmos na mentalidade de uma
sociedade tão individualista como a nossa, a necessidade de pensarmos no
coletivo. Difícil mostrar para as pessoas que os seus atos influenciam na vida
de outras pessoas. Já tentamos isso com relação ao clima e não estamos tendo
muito sucesso. Certo?
Já ouvi gente bastante esclarecida dizer que não está preocupada com o
coronavírus porque, afinal, não está inserida no chamado grupo de risco. Claro,
é o mesmo pensamento que a gente tem com relação às mazelas que ocorrem do
outro lado do mundo, como guerras, violência, fome... Essas pessoas se
esquecem, todavia, que são “vetores” e que a tomada de alguns cuidados/atitudes
poderão significar muito na vida de outras pessoas.
Tempos de incertezas.
Enquanto o problema estava localizado na China, o pensamento era “ah,
isso fica do outro lado do mundo...”. Mas a coisa se espalhou. Chegou na Europa
e rapidamente começou a fazer milhares de vítimas, denotando um sistema
absolutamente falho, incompetente e incapaz de lidar com uma epidemia (ops,
agora pandemia) nesse grau.
Pessoas ficaram desesperadas e, mais uma vez, fizeram o que sabem fazer
melhor: pensar em si mesmas. Correram, para os supermercados, rasparam as
prateleiras e foram para suas casas na espera de que o coronavírus seja mais um
capítulo difícil, porém passageiro da história. Já passamos por tantos, não é
mesmo?
Só que a coisa já atingiu o mundo inteiro. Fronteiras estão sendo
fechadas, eventos cancelados, as pessoas estão sendo mandadas para suas casas
na esperança de que, dessa forma, consigamos brecar a disseminação da doença
que, veja, não é tão mortal, mas em grande escala, pode acarretar na falência
do sistema hospitalar.
E já pararam para pensar em como estará a economia mundial quando
finalmente vencermos o vírus e voltarmos à normalidade? Quantas empresas terão
falido, quantas pessoas estarão desempregadas?
Tempos de incertezas.
E como ser humano individualista, inserido numa sociedade globalizada e
descuidada, é claro que estou sofrendo com a insegurança de um futuro próximo.
Como vocês sabem, eu estou com viagem marcada para EUA e México para o
mês de maio. Venho planejando há meses, já comprei passagens, paguei hotéis,
paguei os parques e gastei, por enquanto, algo em torno de R$ 10.000,00. Eu não
sei se a viagem vai rolar. Não sei se as fronteiras estarão abertas, se os
lugares estarão funcionando. E com a alta do dólar – quase R$ 5,00 -, nem sei
se vou conseguir ter grana para o básico, como alimentação.
Mas apesar da reflexão, a mensagem que eu gostaria de deixar é: vamos
pensar no próximo. Temos que analisar que SIM, nossas ações afetam aqueles que
estão ao nosso redor e num macro sistema, o mundo inteiro. Lavar as mãos
conforme indicado e evitar sair de casa são atos que poderão prevenir a
disseminação de um vírus quase desconhecido a pessoas menos favorecidas ou
inseridas no grupo de risco.
Façamos a nossa parte hoje e sempre.
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