domingo, 19 de janeiro de 2020

VIAGEM - DIA 13 - 1º DIA EM DUBROVNIK

Nesse meu 13º dia de viagem, acordei às 6hs, tomei um banho, arrumei tudo e antes das 7hs saí do hotel em direção à rodoviária. Para a minha sorte, ao contrário do aeroporto que ficava do outro lado do mundo, a rodoviária de Split estava a poucos metros do hotel, coisa de 10 minutos andando em direção à marina. Nesse momento, vou dar um spoiler de uma situação que me trouxe um certo perrengue no fim da viagem: notei que minha mala estava rachada na região próxima a uma das rodinhas. Guardem essa informação!

Como estava cedo, consegui comer um croissant, usar o banheiro e comprar um sanduiche para mais tarde, afinal, a previsão era de 4hs até Dubrovnik, meu destino mais ao sul ainda na Costa da Dalmátia. Apenas a título de curiosidade, são apenas 230km entre essas cidades, mas vocês sabem que o trânsito, as estradas e tudo o mais não ajudam muito no trajeto. 

Bem, cheguei em Dubrovnik em torno de 14hs e estava fazendo um calor do cão! Vou falar uma coisa: quase todas as cidades em que eu estive nos Balcãs eram muito quentes, mas como Dubrovnik e Mostar (próximos posts), eu acho que nunca vi nada parecido. É aquele tipo de calor que no meio do dia você simplesmente senta numa escada com sombra pra descansar porque o corpo não nos obedece mais.

O hotel se mostrou bastante aconchegante, num local silencioso, com uma cozinha comunitária, mas... como nem tudo são flores, ele ficava bem longe da cidade antiga. No site estava escrito que dava para fazer o percurso a pé, mas você vai andar algo em torno de 40 minutos, pegar uma porção de ladeiras e ainda enfrentar altas temperaturas. Portanto, logo no primeiro dia aprendi que seria a melhor amiga do Uber naquela cidade. E foi o que eu fiz logo que larguei as coisas no quarto...

... e quando avistei as primeiras muralhas ainda de dentro do carro, meu queixo caiu! A vista da old city e do mar é algo absolutamente impressionante. A título de curiosidade, Dubrovnik serviu de cenário para King´s Landing em Game of Thrones. Hoje, ela é um dos destinos turísticos mais concorridos do Adriático, conhecido como Atenas Eslava. E claro, como não poderia deixar de ser, é Patrimônio Mundial da Unesco desde 1979.

Como teria 1 dia e meio para explorar a cidade e lá tem uma porção de coisas a serem vistas, já tratei de ir me mexendo. A primeira providência foi trocar o Dubrovnik Card, que eu já havia comprado no Brasil, e que dá direito à maioria das atrações na cidade, incluindo as próprias muralhas. Devo dizer que vale muito a pena porque o combo sai muito mais em conta do que se você for pagar a parte por cada museu. E a verdade é que eu acabei vendo coisas muito interessantes que, provavelmente, não teria visto se não estivesse com o card.


E de posse do Dubrovnik Card, segui em direção à primeira atração, que fica do lado de fora do portão que dá acesso à old city: Fort Lovrijenac. Como o próprio nome já diz, trata-se de uma fortaleza que fica a 37m do nível do mar (sim, prepare os pulmões para uma grande escadaria), e serviu como escudo contra o domínio veneziano na região lá pelo século XI. O forte em si é bastante interessante, mas acho que nada se compara à vista de lá de cima: absolutamente impressionante!!!


De lá, entrei na old city – sério, parece que você está naquelas pontes levadiças dos filmes medievais, é incrível – e, à minha esquerda, estava o Monastério Franciscano, construído em 1360 e que compreende a igreja, uma biblioteca, uma farmácia e o mosteiro em si. Esse eu vou ficar devendo imagens porque apenas é permitido tirar fotos na parte do pátio. Mas devo dizer que é tudo lindíssimo. Na parte interna, funciona uma espécie de museu, que esconde uma das farmácias mais antigas da Europa – é incrível!!!! E do outro lado há uma farmácia moderna que vende remédios, cosméticos e afins, mas conserva toda uma estrutura super antiga e também comercializa poções e cremes inspirados em receitas antigas, tudo natural. É bem legal.

Na biblioteca, há diversos ornamentos religiosos, relíquias, muitos livros raros e algumas pinturas de antigos mestres. É tudo bem interessante, mas o que mais me chamou a atenção foram buracos de bala e outros armamentos esculpidos nas paredes do local, fruto da Guerra dos Balcãs, iniciada em 1991. Acho que esse foi meu primeiro contato real com essa guerra que, com certeza, acabou aparecendo mais quando cheguei na Bósnia.


Saindo do mosteiro, como já havia visto duas das principais atrações da cidade, parti para desbravar Dubrovnik, com um pouco mais de calma. E vou falar uma coisa: que cidade linda!!!!! E cheia de igrejas também. Há uma espécie de avenida principal na old city, apinhada de lojinhas e, em cada um dos seus lados, uma porção de vielinhas com restaurantes e montes de coisas para serem vistas e exploradas. Me deparei com a Saint Blaise Church (Igreja São Brás) que é uma das mais lindas que já vi. Ela é barroca e foi construída em 1715 por um arquiteto e escultor veneziano sobre os restos da igreja medieval originalmente erigida, que foi gravemente danificada por terremotos e incêndios.


De lá, fui passando para outras igrejas, mas eu simplesmente não consigo me recordar do nome de todas elas nem identificar qual é qual nas fotos tiradas. Quase em frente à St Blaise, há o Sponza Palace, onde estava rolando uma exposição sobre a Guerra dos Balcãs. A exposição em si não tem nada de mais e o local é pequeno e sem muito o que ser visto. Mas estava incluso no Dubrovnik Card, então...


Mas de lá, segui para o Cultural History Museum e, esse sim valeu muito a pena e recomendo muitíssimo. Trata-se de um prédio lindíssimo, com um páteo imenso no meio, cheio de exposições interessantes, distribuídas entre o térreo, o mezanino e o primeiro andar. Lá, é possível encontrar uma prisão, uma sala de tribunal, um escritório de escribas, estátuas, quadros, mobiliário, coleção de moedas, selos, de relógios e até de armas. Por lá, funcionava o palácio do reitor e é possível ter uma idéia do dia a dia dos trabalhos na época.

Bem, como vocês podem ver, ainda que eu tenha chegado na cidade por volta das 14hs e o hotel não ficasse exatamente perto da old city, o dia rendeu horrores! No restante do meu tempo, segui flanando pela cidade, explorando cada cantinho e procurando um pouco de sombra, porque o calor estava terrível. Jantei um cheese burger com batatas, porque, a essas alturas, estava com saudades de junkie food, e tomei um sorvete bem gordo e delicioso de sobremesa. No próximo post, vou contar a minha experiência nas muralhas e o que mais consegui visitar nessa cidade tão incrível.



Nenhum comentário:

Postar um comentário