quinta-feira, 28 de março de 2019

VIAGEM - HANÓI - DIA 10

Nosso primeiro dia em Hanói com uma programação real a ser cumprida, começou um pouco falho, uma vez que estava chovendo. Foi o primeiro dia da viagem que o tempo atrapalhou, mas a gente não estava disposto a deixar de aproveitar a cidade por conta desse detalhe. Então, o que fizemos foi remanejar os passeios, para que visitássemos locais fechados. Nossa primeira parada, portanto, seria o Museu da Guerra, que ficava a apenas algumas quadras – e ruas com trânsitos caóticos - do nosso hotel.

Não sabíamos muito o que esperar daquele museu, porque, honestamente, eu pelo menos, não havia lido muito sobre. Mas logo de cara, se mostrou uma agradável surpresa e me impressionou muito pelo tamanho. Antes mesmo de entrarmos no complexo formado por diversos prédios, nos deparamos com tanques, aviões e algumas tralhas oriundas da Guerra do Vietnã. Já na entrada, no entanto, notamos que a idéia não era a criação de um museu exclusivo desta guerra, mas sim, de todas as que o país havia se envolvido até então.

E foram muitas! Por estar num lugar bem estratégico, ao longo dos séculos o Vietnã sofreu diversas invasões. Mas logo de cara, notamos que a intenção do governo hoje é enaltecer a soberania do país, de modo que, sendo verdade ou não, nós turistas descobrimos que a nação foi vitoriosa em todos os conflitos em que se envolveu. Há maquetes, quadros e muita instrução sobre a história vietnamita, o que eu achei bem interessante.

Mas a verdade é que, tirando o histórico de campanhas de guerras do Vietnã trazido nesse primeiro prédio, todos os outros são dedicados à guerra mais famosa, talvez por ser tão recente, ter sido tão sangrenta e também pela quantidade de material disponível. Nós, ocidentais, temos que foi uma guerra dos EUA contra o Vietnã do norte, no intuito de combater a expansão comunista na área. Mas lá no local, a gente verificou que a guerra no país começou muito antes, com a tentativa de expulsão dos franceses do território e, apenas após, ela passou a ser investida contra os EUA. Portanto, o Vietnã ficou em guerra por muitas décadas!

Desse museu incrível, onde permanecemos por muitas horas, seguimos para a região do French Quarter, mais perto do Lago Hoan Kiem – onde nos perdemos novamente! -, e fomos parar na St. Joseph Catedral para algumas fotos diurnas, já que na primeira vez que a vimos, estava de noite. Depois de algumas fotos e comprinhas de cerâmicas em lojas nos arredores, seguimos para o segundo destino fechado, uma vez que ainda chovia: Prisão Hòa Lo.

E fomos submetidos a mais um pouco de história! Aquele lugar, hoje bem pequeno e localizado praticamente no meio da cidade, era uma vila de camponeses, que foi destruída pelos franceses no final do século XIX (sempre muito fofos!) e transformada em prisão. De início, ela abrigava insurgentes contra o regime, pessoas que simplesmente não se conformavam com a ocupação francesa no país – homens e mulheres. Mais tarde, ela passou a receber comunistas.

E o lugar era terrível e tem uma energia muito pesada. As celas são muito pequenas, as pessoas eram presas por meio de grilhões e, muitas vezes, submetidas a torturas e até mortas. Há uma guilhotina imensa no meio de uma das salas, bem como fotos mostrando como eram tratados os prisioneiros naquele lugar.
Saindo de lá, passamos numa farmácia horrorosa para comprar remédio de gripe para a minha cunhada – onde passamos por uma experiência em ”mimiquês“ maravilhosa -, e seguimos para procurar um lugar para almoçar, porque já passava das 14hs. Acabamos entrando num lugar bonitinho do lado oposto do Lago Hoan Kiem, na própria avenida, onde comemos spring rolls e pho. Estava péssimo, mas o lugar era quentinho, estava nos protegendo do frio, e naquela hora do dia, eu só precisava me alimentar!

Por fim, como ainda tínhamos um tempinho disponível e a chuva estava mais fraca, acabamos atravessando a cidade toda, de volta à região do Museu da Guerra, e fomos parar na Cidadela Imperial de Thang Long, que foi construída no século XI, na dinastia Ly. A construção foi inspirada na Cidade Proibida de Pequim e eu simplesmente achei o lugar incrível!!!! Fiquei muito triste em saber que tínhamos apenas 1 hora para explorar aquele lugar imenso antes que fechasse. Gostaria que a gente tivesse passado uma manhã inteira por ali, porque é muito bonito e há muito o que ser visto.

As construções fechadas abrigam material garimpado de escavações arqueológicas - que estão a pleno vapor -, e contam muito da história antiga da cidade e do próprio país. O espaço aberto também é muito bonito, abrigando jardins, passagens, lagos e muita arte.

Já muito cansados, com frio e molhados, voltamos para a região do hotel, onde relaxamos – se é que é possível relaxar em Hanói -, comendo Banh Mi e tomando uma cervejinha no mesmo lugar do dia anterior. Foi interessante, porque naquele momento, tivemos a oportunidade de observar um pouco os costumes locais.


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