Dia desses li o livro mais bonitinho dos últimos tempos. Um
livro com personagens puros, pessoas queridas e, claro, com uma mensagem muito
bonita. O Jardim Secreto é um livro infantil, mas acho que todos os adultos
também deveriam lê-lo, exatamente por causa das mensagens bonitas e também,
porque é uma delicinha!
Mary é uma garotinha de 10 anos que vive com seus pais na Índia.
Mas, em verdade, ela é uma criaturinha esquecida por todos, rodeada por
empregados que atendem à todas as suas vontades, o que a torna uma menininha
intragável, rude, mandona e sem qualquer amigos ou amor no coração. Só que essa
vida dura pouco, porque seus pais morrem num surto de cólera e a garota é
enviada a Yorkshire, para viver com um tio que, até então, desconhecia. E o
pior de tudo é que os relatos remontam a um homem tirano, corcunda e que
promete ser muito terrível com a menina.
Em sua nova residência, Mary percebe que a vida não será como
era na Índia. Ela não terá a sua disposição empregados o tempo todo fazendo
suas vontades e seu mau humor e jeito rude de lidar com todos ao seu redor não
irão ajudá-la a se adaptar no novo local. Ela acaba se afeiçoando à Martha, uma
das empregadas da casa, ouvindo histórias, conhecendo pessoas simples e se
apaixonando pelo espaço livre do local. E tudo se torna ainda mais espetacular
quando ela descobre que ali existe um jardim secreto, no qual ninguém poderá
entrar.
O Sr. Craven, dono do local e tio da garota, era casado com uma
moça muito boa e muito bonita. Ela tinha um jardim particular – o tal jardim
secreto -, do qual se orgulhava muito e cuidava com muito carinho. Quando a
esposa morreu de parto, o Sr. Craven ficou tão desolado, que fechou o local,
escondeu a chave e proibiu qualquer um de adentrá-lo. Essa é a história do
jardim.
E Mary, como é uma garotinha teimosa e curiosa, acaba, com a
ajuda de um pintarroxo, encontrar a chave do jardim e a entrada do local. E,
secretamente, e com a ajuda de seu novo amigo, Dickon, o irmãozinho da Martha,
passa a frequentar o local e a cuidar da terra e das plantas. O jardim se torna
um refúgio, um motivo para viver e Mary, gradativamente, vai se modificando,
tornando-se uma garotinha bonita, meiga, bondosa e muito amada por todos.
E assim as coisas vão indo, até que Mary acaba descobrindo uma
criança dentro de casa, Colin, o filho do Sr. Craven. A criança é perturbada
demais, é quase uma versão antiga da garota, mas piorada. Todos na residência
têm pavor do garoto, porque ele é rude, histérico e vez ou outra, tem ataques e
surtos, onde chora e grita como louco. E isso tudo porque colocaram em sua
cabeça que ele é doente e inválido e que morrerá logo. Ele não sai da cama,
jamais deixa seu quarto, é magro, assustadoramente pálido e não conhece ninguém
além dos empregados por ele judiados.
E Mary acaba dando um jeito no garoto! Ela lhe convence de que
ele não é doente e de que tudo o que precisa, é tomar ar fresco e brincar como
outras crianças normais. E com vistas a alimentar essas ideias em Colin, a
garota lhe conta sobre o jardim secreto de sua mãe. Claro que, depois disso, os
três passarão o tempo todo dentro do jardim, curtindo a vida como deve ser. As
crianças acabam engordando, tornando-se bons amigos e Colin, que supostamente seria
inválido, se mostra uma criança absolutamente normal e feliz.
Spoiller alert! E como não deveria deixar de ser, o Sr. Craven,
quando volta de uma longa viagem e vê as crianças saudáveis e brincando e seu
filho correndo na mais absoluta normalidade, acaba se desfazendo em felicidade.
Seu coração amolece e ele começa a enxergar o mundo de outra forma, mostrar-se
uma pessoa carinhosa e afável. O livro é lindo demais!
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