Antes de começar falando do livro
propriamente dito, devo dizer que foi, de longe, o pior livro da TAG desse ano.
Não gostei, achei confuso, difícil de ser lido e entendido, os personagens
pouco carismáticos... enfim, não gostei mesmo e li forçada, agradecendo por ter
menos de 200 páginas! Eu esperava, na verdade, informações sobre o Sudão, sobre
um país que eu não conheço muito, mais da cultura, não sei. Eu acho que me
encantei tanto com os últimos livros que li escritos por autores africanos, que
acabei com a expectativa elevada.
Pois bem. Temos o narrador, que é um jovem
sudanês que vai estudar na Inglaterra, da qual o Sudão era colônia, e quando
retorna à sua cidade, tudo está praticamente igual, a não ser pela presença de
uma pessoa misteriosa chamada Mustafa Said. É um cara absolutamente enigmático,
mas acaba que ninguém lhe faz perguntas, porque ele é bom com todo mundo, muito
simpático, muito culto e, acima de tudo, um cara religioso e de princípios. Só
que o narrador, ao contrário do restante da cidade, não se contenta com isso e
vai atrás do passado de Mustafá.
Ele descobre que Said é um cara absolutamente
viajado e com uma ampla carga cultural em seu currículo. Viajou para o Cairo
logo na infância, depois para Londres, onde tornou-se um profissional brilhante
e renomado. Só que, ao contrário do narrador, que é um cara absolutamente
pró-Inglaterra, Mustafa Said não curte sua condição de expatriado e o
tratamento despendido pelos europeus para com o continente europeu. E isso é
meio que demonstrado por meio dos romances que ele tem com as mulheres
europeias, as quais o vêem apenas como um cara exótico. Tomando essas mulheres
como um todo, ele acaba vingando todos os sentimentos negativos que sente nas
coitadas. Ele as seduzia e depois as conduzia à morte, situação que fez com que
permanecesse trancafiado numa prisão por um tempo.
Então, essa é a história de Said, um cara que
é totalmente pró Sudão, pró África e anti Inglaterra. E assim, ele retorna ao
Sudão, casa-se com uma moça e vai viver na cidadezinha pacata do narrador. O que
acontece em seguida é que Said morre de uma forma misteriosa e lega ao narrador
a tutela de sua esposa, filhos e obra.
Até aí, tudo bem, temos dois caras que
emigraram para a Inglaterra para estudar e depois retornaram, sendo que um
deles venera o local e o outro tem ódio da antiga metrópole. São as duas
pessoas mais cultas da cidadezinha, mas com pensamentos e sentimentos
antagônicos. Só que daí vem a parte estranha, porque em determinado momento, o
narrador abrirá a porta de uma sala da casa do Mustafá e descobrirá uma coleção
imensa de livros, obras e demais objetos todos estrangeiros. Eu entendi que
Mustafá era uma farsa... mas, honestamente, não sei qual a mensagem que eu
deveria tirar dessa situação...
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