mais um dia de conforto, mas com roupa fofa. A blusa é Anthropology, o cardigã é My Basics, a calça foi comprada na José Paulino e a sapatilha é de Óbidos. |
Rouen não era um destino que estava nos meus planos desde o início. Na
verdade, eu estava com um dia sobrando na viagem e em pesquisas realizadas
internet afora, descobri que Rouen, que é a capital da Normandia, ficava muito
próxima à Paris e tinha muitos atrativos. Era uma cidade bonitinha, foi lá que
morreu Joana D´Arc e foi lá que Rollo, um dos nobres vikings, se estabeleceu. Ou
seja, parecia um lugar com muitas coisas interessantes a serem vistas.
E lá fui eu para a cidade num dia que tinha de tudo para não dar certo.
Saí do hotel às 5:20hs da manhã e meu metrô saiu às 5:45hs. Não sei se eu já
comentei por aqui, mas sair a noite em Paris é super OK, não me sinto ameaçada.
Mas, sair pela manhã já é outra história, porque está escuro, as ruas estão
vazias e parece que só tem maluco rondando por aí. Muito bem. Cheguei à estação
St Lazare faltando apenas 10 minutos para a partida do trem e eu desemboquei
num lugar completamente diferente daquele onde estava quando peguei o trem para
Vernon – é o mesmo, by the way.
estação de Rouen |
O resultado é que eu fiquei vagando pela estação, fui parar na frente da
Galeria Lafayete... foi um caos e é lógico, perdi o trem! O problema é que não
tem ninguém para dar informação e você não tem acesso a todos os cantos da
estação. É como se um lado não se comunicasse com o outro. O fato é que eu
encontrei o local da partida do trem com meia hora de atraso e a minha sorte é
que o funcionário falava inglês e me disse que não havia problemas em pegar o
próximo, que saía às 6:51hs (plataforma 19) – vai vendo os horários!!!
No final das contas foi ótimo, porque deu tempo de usar o banheiro, tomar
café da manhã e ainda chegar num horário mais decente ao meu destino. E o mais
engraçado é que no final das contas, eu acabei descobrindo que poderia usar o
meu bilhete em qualquer dia e hora até o dia 04/09... não é incrível?! Micos de
uma viagem, rsrsrs.
Muito bem. Cheguei em Rouen às 8:00 e pouco da manhã e como eu já estava
prevendo, estava tudo fechado e a cidade absolutamente vazia. Estava sem mapa,
então, fiquei andando meio que aleatoriamente pela cidade que, para a minha
surpresa, se mostrou bastante grande, muito maior do que as outras que havia
visitado até então. Tem até metrô na cidade! E outra coisa que eu notei pelas
andanças por lá é que há lojas lindas em Rouen, com roupas maravilhosas e bem
fora do meu orçamento!
Fui parar no centro de informações turísticas, que fica bem em frente à
Notre Dame de Rouen que é, de longe, a igreja mais linda que já vi em toda a
minha vida. Eu fiquei absolutamente obcecada com ela, tirei milhões de fotos e
cheguei à conclusão de que se eu tivesse ido à França só para visitar aquela
igreja, estaria tudo bem! Teria valido a pena. No centro de informações eu
peguei um mapa em português e resolvi fazer o roteiro de caminhada ali
sugerido, fazendo um tour pelos principais monumentos e locais da cidade.
Comecei, é claro, entrando na catedral.
No interior, ela tem aquele estilo bem gótico, bem frio e simples. A parte
românica foi construída em 1030, e sua parte gótica em 1145. Foi terminada em
1506, então ela tem essa característica bem “pedra sobre pedra” do
período, sem qualquer fru fru. Lá dentro, você encontra duas coisas incríveis: o coração
de Ricardo Coração de Leão (naquela época a Normandia era inglesa) e o túmulo
do Rollo. Aliás, a cidade toda tem estátuas dele e muita referência viking. Dentro
da catedral, ainda há mais de 70 esculturas entre anjos, santas e os
apóstolos!!!
Rollo e Ricardo Coração de Leão |
Assim como
Vernon, a cidade toda é dotada daquelas casinhas de madeira e pedra em estilo
normando. E como são muito antigas, todas estão bem tortas e meio que apoiadas
umas nas outras. Há também muitas placas sobre os soldados da Segunda Guerra,
afinal de contas, foi lá que a libertação começou. Na cidade também destaca-se
o Gros Horloge, que é uma torre de relógio muito bonita que contém um relógio
astronômico onde as horas são marcadas em um só ponteiro e também da pra
identificar as fases da lua.
O outro grande atrativo da cidade são as referências à Joana D´arc. Logo no
começo do passeio, ainda próximo à estação, nos deparamos com a Torre onde ela
permaneceu encarcerada nos seus últimos dias de vida. Essa torre, fazia parte
do castelo construído por Felipe Augusto em 1204. Ela pode ser visitada, mas
estava fechada.
Mais perto da Notre Dame, lá no centrão da cidade, há a Praça do
Vieux-Marché – coisa mais linda desse mundo e muito semelhante à Hommer de
Frankfurt, impossível não perceber a Igreja Santa Joana D’Arc, que é modernosa
e tem um estilo super diferente. Ela foi construída no século XX e tem o
formato do capacete da jovem. Eu achei incrível, mas eu sei que ela é meio que
fonte de discórdia na região. Ela foi construída, apenas a título de
curiosidade, bem em frente ao local onde Joana D´Arc foi queimada.
Lá perto, a título de informação útil aos turistas, tem um ótimo banheiro
de graça e um lugar que vende água por, pasmem, 0,20 Euros!!! A cidade, no
geral, é muito bonita e tem muita coisa para ser vista. O problema é que estava
fazendo um calor daqueles de fritar ovos no chão – foi o último dia de calor,
aliás, da minha viagem, porque depois só esfriou – e tinha muita coisa fechada.
Não havia museus abertos e apesar da presença maciça dos turistas, eu só
consegui ter acesso à fachada da maioria dos edifícios e igrejas. Isso
significa que, no meio da tarde, eu já não tinha mais o que fazer!
Acabei voltando mais cedo do que o planejado a Paris, peguei o trem das
14:55hs. No trem, um baita perrengue de um dia que parecia não estar dando
certo desde o início. Um cara estava aos berros no andar de baixo, esmurrando a
porta... uma coisa de maluco e as pessoas pareciam não conseguir acalmá-lo. Cheguei
em Paris lá pelas 16hs e já passei em algumas lojinhas da St Lazare para fazer
algumas comprinhas de final de viagem.
De lá, segui meio perdida, porque não conhecias muito bem a região, mas
cheguei à Chapelle Expiatoire, que é perto, mas não muito. Consegui chegar
graças à ajuda de um local super gente boa. A capela em si é super escondida e se parece um pouco com um mini panteão. É singela, mas bonitinha e a entrada custa 6,00 Euros. É fofo porque é uma espécie de pedido de desculpas do povo francês, uma homenagem à Luís XVI e Maria Antonieta. O casal está sepultado em St Denis, mas ganhou uma cripta na Chapelle Expiatoire. Ao redor, há túmulos de soldados que defenderam o casal na noite do ataque às Tulherias e em baixo, alguns nomes importantes da revolução.
E esse foi o meu dia. No próximo, Versalhes!
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