quarta-feira, 7 de março de 2018

LIVRO - O VERMELHO E O NEGRO

Esse foi o livro líder de fevereiro e, provavelmente, a razão pela qual eu resolvi que não teria um livro líder em março. Eu me delonguei demais nesse volume, que trouxe uma leitura carregada e muito desinteressante, pelo menos na minha opinião. Ele é um clássico do período pós napoleônico e, talvez por isso, esperava um pouco mais da história, que nada mais é do que um grande conto de amor.

O personagem principal é Julien, um zé ninguém, filho de carpinteiro, maltratado por seu pai e por seus irmãos, que não conseguem entender seu amor pelos livros e pela erudição. Para sua família, homem bom é aquele que se presta aos trabalhos pesados e ajuda em casa. Mas, Julien é um cara absurdamente ambicioso. Ele não quer passar o resto da vida na pobreza, pertencendo a uma classe esquecida. Ao contrário, ele quer ser alguém, quer ser rico e importante. E ele sabe que existem apenas duas maneiras de alcançar tal feito: através do vermelho (uniforme) ou do negro (a batina).
E é esse segundo caminho que ele pretende seguir. E ele é um cara realmente especial, muito inteligente, dotado de uma memória espetacular e muito polido. Ele começará como preceptor na casa do prefeito da cidade, mas o destino o levará a se apaixonar pela esposa de seu chefe. E eles se apaixonam loucamente! É amor verdadeiro que ele e a Sra. Rênal sentem um pelo outro. Mas, como ele sabe que isso atrapalhará seus planos e sua ambição de subir na vida, ele foge para Paris, evitando-se um escândalo.
Em Paris, ele vai dar início aos estudos de padre e, como consequência, ficará “banido” da vida social e do mundo que conhece. Só que ele é realmente um cara diferente e claro, não consegue se adaptar a essa vida. Então, ele irá trabalhar na residência do Marquês de La Molle, um cara da alta nobreza local. E lá, claro, ele passará a frequentar a mais alta sociedade e conhecer pessoas do mais alto nível, que é o seu objetivo. Nessa parte o livro começa a ficar mais interessante e mais fluido. Só que, como a carne é fraca e o nosso Julien é um cara carismático e muito bonito, ele e a Srta. de La Molle – desta vez uma pessoa solteira – se apaixonam perdidamente.
Julien ainda resiste horrores, se faz de difícil, foge, finge que gosta de outra para ver se Mathilde sai do seu pé... mas tudo em vão. O amor bate forte, ela engravida e ele decide assumir. Enfrentam tudo e a todos, inclusive o Marquês, e fogem para viverem juntos em outro local. Mas, uma carta da Sra. Rênal acaba com esse sonho e expõe Julien, prejudicando seus planos. Enraivecido, ele vai atrás da antiga amante e atira duas vezes. Os tiros, todavia, não matam a vítima, mas apenas a ferem. Julien é preso e nessa situação absolutamente vulnerável, ele se descobre novamente apaixonado pela Sra. Rênal. Bom, daí as coisas vão acontecendo e não vou contar o final.

Mas o fato é que, na minha opinião, a moral da história é que, não importa as suas ambições ou os planos que você tem para o futuro. É o coração quem sempre irá mandar e ditar o seu destino e você simplesmente não tem a menor condição de controlá-lo.

Se o interior de seu peito fosse inundado de chumbo derretido, ele teria sofrido menos

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