Esse foi o livro líder de fevereiro e,
provavelmente, a razão pela qual eu resolvi que não teria um livro líder em
março. Eu me delonguei demais nesse volume, que trouxe uma leitura carregada e
muito desinteressante, pelo menos na minha opinião. Ele é um clássico do
período pós napoleônico e, talvez por isso, esperava um pouco mais da história,
que nada mais é do que um grande conto de amor.
O personagem
principal é Julien, um zé ninguém, filho de carpinteiro, maltratado por seu pai
e por seus irmãos, que não conseguem entender seu amor pelos livros e pela
erudição. Para sua família, homem bom é aquele que se presta aos trabalhos
pesados e ajuda em casa. Mas, Julien é um cara absurdamente ambicioso. Ele não
quer passar o resto da vida na pobreza, pertencendo a uma classe esquecida. Ao
contrário, ele quer ser alguém, quer ser rico e importante. E ele sabe que
existem apenas duas maneiras de alcançar tal feito: através do vermelho
(uniforme) ou do negro (a batina).
E é esse segundo caminho que ele pretende seguir. E ele é um
cara realmente especial, muito inteligente, dotado de uma memória espetacular e
muito polido. Ele começará como preceptor na casa do prefeito da cidade, mas o
destino o levará a se apaixonar pela esposa de seu chefe. E eles se apaixonam
loucamente! É amor verdadeiro que ele e a Sra. Rênal sentem um pelo outro. Mas,
como ele sabe que isso atrapalhará seus planos e sua ambição de subir na vida,
ele foge para Paris, evitando-se um escândalo.
Em Paris, ele vai dar início aos estudos de padre e, como
consequência, ficará “banido” da vida social e do mundo que conhece. Só que ele
é realmente um cara diferente e claro, não consegue se adaptar a essa vida.
Então, ele irá trabalhar na residência do Marquês de La Molle, um cara da alta
nobreza local. E lá, claro, ele passará a frequentar a mais alta sociedade e
conhecer pessoas do mais alto nível, que é o seu objetivo. Nessa parte o livro
começa a ficar mais interessante e mais fluido. Só que, como a carne é fraca e
o nosso Julien é um cara carismático e muito bonito, ele e a Srta. de La Molle
– desta vez uma pessoa solteira – se apaixonam perdidamente.
Julien ainda resiste horrores, se faz de difícil, foge, finge
que gosta de outra para ver se Mathilde sai do seu pé... mas tudo em vão. O
amor bate forte, ela engravida e ele decide assumir. Enfrentam tudo e a todos,
inclusive o Marquês, e fogem para viverem juntos em outro local. Mas, uma carta
da Sra. Rênal acaba com esse sonho e expõe Julien, prejudicando seus planos.
Enraivecido, ele vai atrás da antiga amante e atira duas vezes. Os tiros,
todavia, não matam a vítima, mas apenas a ferem. Julien é preso e nessa situação
absolutamente vulnerável, ele se descobre novamente apaixonado pela Sra. Rênal.
Bom, daí as coisas vão acontecendo e não vou contar o final.
Mas o fato é que, na minha opinião, a moral da história é que,
não importa as suas ambições ou os planos que você tem para o futuro. É o
coração quem sempre irá mandar e ditar o seu destino e você simplesmente não
tem a menor condição de controlá-lo.
Se o interior de seu peito fosse inundado de chumbo derretido, ele teria sofrido menos
Se o interior de seu peito fosse inundado de chumbo derretido, ele teria sofrido menos
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