domingo, 4 de março de 2018

FILMES DO OSCAR

Muito bem. Hoje a noite teremos a cerimônia do Oscar e, como em todos os anos, fiz a lição de casa e assisti aos principais filmes ou, pelo menos, aqueles que estão concorrendo às principais categorias. Então, vou contar um pouco o que achei de cada um deles e torcer para que o meu favorito se consagre vencedor esta noite. 
 The Post - filme absolutamente estrelado e que, por conta disso, não poderia dar errado! Dirigido por Steven Spielberg e protagonizado por Meryl Streep e Tom Hanks. Precisa dizer mais alguma coisa? Trata-se de uma história baseada em fatos reais, onde no meio da Guerra do Vietnã, lá no início dos anos 70, o NY Times publica uma edição bombástica trazendo a tona o fato de que o governo americano sabia o tempo todo que a guerra era um erro, mas que a alimentava e enganava o povo porque simplesmente não queria ficar por baixo. Os presidentes que eram eleitos não queriam que a bomba da perda recaísse sobre o seu governo, então eles simplesmente empurravam para o próximo e assim sucessivamente. 

Só que o Times não conseguiu prosseguir com a matéria porque o governo o proibiu, numa cristalina censura à imprensa da época. E a bola, digamos assim, foi para as mãos do The Washington Post, que também recebeu o material, mas com uma presidente muito inexperiente e cautelosa no poder (e muito fofa também!!), estava com medo de colocar a cara a bater. E assim vai seguindo o filme até um final bastante incrível e histórico!
- A Forma da ÁguaConfesso que estava com um pouco de preconceito com relação a esse filme. A temática não me interessava e eu simplesmente achava que assistir a um filme onde rolava um romance entre uma humana e um monstro aquático, era simplesmente demais para mim. Mas, a película era encabeçada por Guillermo del Toro, um dos meus diretores favoritos. Então, eu meio que tinha a certeza de que, poderia até não se um filme incrível, mas ele seria visualmente impecável.

E eu estava certa quanto a essa última parte. O visual do filme é simplesmente um trabalho primoroso. Dá para ver em cada cena o cuidado que ele teve com as cores, as roupas, é tudo muito maravilhoso. Mas, estava errada quanto a não gostar do filme, porque simplesmente amei! Achei a história bonita, tocante e, apesar de fantástica, é apenas uma metáfora para as relações entre humanos.
Há um laboratório americano, na época da guerra fria, que mantém um ser aquático híbrido, trazido da Amazônia para estudos. O objetivo não é, porém, científico ou apenas de curiosidade, mas encontrar elementos capazes de lidar com os russos. Só que a faxineira muda desse laboratório se apaixona pela criatura, que é inteligente e demasiadamente humana. E o que acontece é que ela envolverá pessoas incríveis que gravitam ao seu redor para salvar essa criatura. O que vem em seguida é muito bonito. É amor na mais pura afeição da palavra. 

Três anúncios para um crime -  Último filme assistido antes da cerimônia do Oscar e um dos que eu estava mais ansiosa para ver. Eu acho que isso acabou gerando uma expectativa muito grande que acabou sendo quebrada durante o filme. É ruim? Não. Mas a história é muito boa e merecia ter sido contada de um jeito mais sério, menos caricato e banal. E a atuação da Frances McDormand? É excelente. Mas é Frances McDormand sendo Frances McDormand, mesmo papel que lhe rendeu o Oscar em Fargo. Prefiro premiar atrizes mais versáteis, como a incrível Maryl Streep.

Bem, em uma cidade no interior do Missouri (acho que é isso), uma garota é estuprada e assassinada. Sete meses depois, ninguém encontrou o culpado e a coisa meio que esfria. É como se todo mundo tivesse se esquecido. A mãe, então, resolve colocar anúncios em outdoors espalhados pela estrada onde ela morreu, cobrando a atuação da polícia. Só que ela o faz de uma forma bem agressiva. Pelo menos pra mim, não pareceu que ela quisesse encontrar realmente o responsável, mas sim, culpar alguém, não importando quem, simplesmente colocando para fora sua raiva e fazendo com que as pessoas se lembrassem, do que aconteceu.
Poderia ser um filme incrível, mas os policiais são retratados como sendo retardados mentais, como se tivessem saído de uma das versões da Loucademia de Polícia. E a mãe da garota é uma psicopata que só faz merda! É merda atrás de merda e isso faz com que a cidade e os espectadores criem asco dessa mulher ao invés de querer apoiá-la. Ela é bem louca e muito inconsequente. Achei que a abordagem do filme deixou a desejar. 
- Me chame pelo seu nome Que filme bonito! Confesso que estava com um pouco de preconceito porque... não sei a razão, só achava que seria mais um filme de descoberta de homossexualidade e nada demais. Mas a verdade é que eu fiquei absolutamente chocada com a qualidade da atuação do protagonista, um menino! O ator é simplesmente maravilhoso e sua indicação ao Oscar é mais do que merecida! E eu vou dizer que tem uma cena dele com o pai no final que... nossa, se você não quiser ver o filme, assista pelo menos essa cena, porque é muito maravilhosa!

Bem, o cenário é a Itália. Pai, mãe e filho, judeus mezzo italianos, mezzo americanos e mezzo franceses. Todos muito chiques, absurdamente cultos, sensíveis e com uma mentalidade super aberta e moderna. O pai é historiador e nos verões, ele sempre convida alguém brilhante para passar um tempo com a família. Dessa vez, o escolhido foi Oliver, um homossexual muito bonito e sensível e logo rola um match com Elio, o filho do casal. Elio é virgem, está super confuso sobre sua sexualidade e é com esse aluno de seu pai, um cara mais velho, que ele vai viver uma linda história e ver seus sentimentos se aflorando. O filme é apenas lindo demais. 
Lady Bird: é hora de voar -  Vou confessar que não amei esse filme. Não que ele seja ruim, porque não é. Mas é que eu acho que os outros concorrentes são tão espetaculares que esse acaba ficando na sombra e correndo pelas laterais. As atuações são muito boas e a temática é muito delicada, mas acho que não me prendeu a atenção como os demais. Mas sim, rolou uma lagriminha no final!

Ele vai nos contar a história de uma garota de 17 anos chamada “Lady Bird”.  Ela está naquela fase de fim de escola e escolha de faculdade e seu único objetivo é mudar de vida, sair daquela cidade de interior onde vive e buscar algo maior para si. Só que sua família é muito pobre e e muito tradicional, o que acaba limitando um pouco a sua rotina e a escolha de seu próprio futuro. E o mote do filme são os conflitos mãe e filha. Ambas têm personalidades muito fortes e antagônicas e elas passarão o filme todo brigando.

- Trama fantasma Assim como a Meryl Streep e o Tom Hanks, eu sou da opinião de que qualquer filme com o Daniel Day-Lewis no elenco, na pior das hipóteses, nos presenteará com uma atuação sublime. É um ator que mergulha no papel, que estuda, que vive aquele personagem, o que é algo maravilhoso de se ver. Outro ponto forte do filme, para quem, assim como eu curte moda, são os vestidos belíssimos desfilados, seu processo de criação e as costureiras colocando as mãos na massa. Mas, foi só... não curti o filme.


Lawrence é um costureiro absurdamente excêntrico. Ele tem um complexo de édipo ensandecido e uma obsessão pela irmã, a quem vê como uma substituta da própria mãe. Você só consegue ficar próximo a ele se conseguir se submete a todos os seus caprichos, hábitos esquisitos e manias insuportáveis. Fora que ele só produz quando está realmente muito concentrado, o que implica na ausência d qualquer tipo de interrupção, nem mesmo se for de sua esposa ou irmã. É um cara chato demais. E, ao longo do filme, vamos acompanhar a insistência doentia de Alma, sua amante-modelo, para ser notada e amada pelo estilista e fazer parte de sua vida, ser alguém realmente importante. Ela irá transformá-lo, after all, mas eu acho que os dois são doidinhos de pedra!

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