Vou começar dizendo que esse livro ganhou o Booker
Prize em 1990 e foi um dos meus favoritos do ano passado! Mas, também devo
dizer que a leitura demorou-se a engajar e o começo desse livro não só é um
pouco chato, como bem confuso. Explico: a autora, antes de começar a história
propriamente dita, optou por fazer um capítulo dedicado a cada um dos
personagens e apenas “esqueceu-se” de lincá-los. Então, nas 100 primeiras
páginas temos um emaranhado de personagens sem qualquer tipo de conexão entre
si! Mas quando essa coisa toda termina e a história propriamente dita começa, o
livro fica FODA!!!!
Muito bem. De acordo com A.S.Byatt, em meados do
século XIX existiu na Inglaterra um poeta/escritor (fictício) chamado Randolph Henry Ash. E esse homem
foi tão importante e tão incrível em seu tempo, que há uma série de museus
dedicados a ele e uma fila de pesquisadores sedentos por descobrir cada vez
mais sobre sua vida, que num primeiro momento, parecia muito simples, ao lado
de sua esposa Ellen e sem filhos.
No mesmo período, viveu uma poetisa, Christabel
LaMotte, que não guardava a mesma importância que Ash, mas teve seus momentos.
E, por acreditar-se que ela era lésbica e colocava seus sentimentos nas
entrelinhas de seus trabalhos, ela também tinha uma série de
pesquisadores/seguidores, principalmente dentro da causa feminista, orgulhosos
por publicar trabalhos interpretativos de seus poemas. E esses dois personagens
vitorianos viveram suas vidas e, teoricamente, nunca se encontraram.
E essa era a situação até que Roland Mitchell, um dos
pesquisadores de Ash, encontrou uma carta de amor do poeta dentro de um dos
seus livros, tomou-a para si e resolveu investigar. O curioso é que Roland, no
mundo dos seguidores de Ash, não passa de um pé rapado entusiasta. Ele não tem
muito prestígio no mundo acadêmico e nem é muito conhecido. Mas, ciente de que
essa descoberta poderia mudar mais de 100 anos de história, ele deixa seu
conturbado mundo para trás e mergulha na vida do poeta.
E em suas pesquisas preliminares, ele encontra uma
fagulha que sugere que a carta tenha sido escrita à Christabel LaMotte,
situação que vai balançar o mundo acadêmico e mudar toda interpretação que os
pesquisadores fizeram durante anos a fio dos trabalhos dos dois poetas. Para
auxiliá-lo, já que não está a par da obra de LaMotte, Roland vai procurar a
Professora Maud Bailey, que,
ao contrário do primeiro, é uma pesquisadora de renome e parente distante da
poetisa.
E juntos os dois não só viverão uma grande aventura, como vão descobrir uma série de segredos e um passado absolutamente diferente daquele que se imaginava de seus heróis. E o livro meio que vai e volta no tempo, ora mostrando o progresso das pesquisas de Roland e Maud, ora nos levando até o século XIX, através da troca de cartas entre Ash e LaMotte. E a cada página que vai passando, o leitor vai descobrindo algo novo, o que eu garanto que acontecerá até a última página do livro.
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