quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

LIVRO- POSSESSÃO

Vou começar dizendo que esse livro ganhou o Booker Prize em 1990 e foi um dos meus favoritos do ano passado! Mas, também devo dizer que a leitura demorou-se a engajar e o começo desse livro não só é um pouco chato, como bem confuso. Explico: a autora, antes de começar a história propriamente dita, optou por fazer um capítulo dedicado a cada um dos personagens e apenas “esqueceu-se” de lincá-los. Então, nas 100 primeiras páginas temos um emaranhado de personagens sem qualquer tipo de conexão entre si! Mas quando essa coisa toda termina e a história propriamente dita começa, o livro fica FODA!!!!

Muito bem. De acordo com A.S.Byatt, em meados do século XIX existiu na Inglaterra um poeta/escritor (fictício) chamado Randolph Henry Ash. E esse homem foi tão importante e tão incrível em seu tempo, que há uma série de museus dedicados a ele e uma fila de pesquisadores sedentos por descobrir cada vez mais sobre sua vida, que num primeiro momento, parecia muito simples, ao lado de sua esposa Ellen e sem filhos.

No mesmo período, viveu uma poetisa, Christabel LaMotte, que não guardava a mesma importância que Ash, mas teve seus momentos. E, por acreditar-se que ela era lésbica e colocava seus sentimentos nas entrelinhas de seus trabalhos, ela também tinha uma série de pesquisadores/seguidores, principalmente dentro da causa feminista, orgulhosos por publicar trabalhos interpretativos de seus poemas. E esses dois personagens vitorianos viveram suas vidas e, teoricamente, nunca se encontraram. 

E essa era a situação até que Roland Mitchell, um dos pesquisadores de Ash, encontrou uma carta de amor do poeta dentro de um dos seus livros, tomou-a para si e resolveu investigar. O curioso é que Roland, no mundo dos seguidores de Ash, não passa de um pé rapado entusiasta. Ele não tem muito prestígio no mundo acadêmico e nem é muito conhecido. Mas, ciente de que essa descoberta poderia mudar mais de 100 anos de história, ele deixa seu conturbado mundo para trás e mergulha na vida do poeta.

E em suas pesquisas preliminares, ele encontra uma fagulha que sugere que a carta tenha sido escrita à Christabel LaMotte, situação que vai balançar o mundo acadêmico e mudar toda interpretação que os pesquisadores fizeram durante anos a fio dos trabalhos dos dois poetas. Para auxiliá-lo, já que não está a par da obra de LaMotte, Roland vai procurar a Professora Maud Bailey, que, ao contrário do primeiro, é uma pesquisadora de renome e parente distante da poetisa.

E juntos os dois não só viverão uma grande aventura, como vão descobrir uma série de segredos e um passado absolutamente diferente daquele que se imaginava de seus heróis. E o livro meio que vai e volta no tempo, ora mostrando o progresso das pesquisas de Roland e Maud, ora nos levando até o século XIX, através da troca de cartas entre Ash e LaMotte. E a cada página que vai passando, o leitor vai descobrindo algo novo, o que eu garanto que acontecerá até a última página do livro.

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