terça-feira, 30 de novembro de 2021

DIÁRIO DE VIAGEM RECIFE E SALVADOR - DIA 03

O terceiro dia de viagem foi, na minha opinião, um dos mais gostosos. Fizemos muitas coisas ligais, vimos muitas paisagens lindas e tivemos uma das melhores refeições. Spoiler feito, vamos aos detalhes!


Passamos frio a noite novamente, ninguém dormiu direito e tomo mundo acordou moído. Mas tudo bem! Seguimos para o banho, café da manhã (que é o mesmo repeteco de todo dia) e seguimos para a locadora pegar nosso carro: um Fiat Uno vermelho novinho. Os elevadores do hotel demoraram como sempre, pegar o Uber foi um caos, mas deu tudo certo e dentro do horário esperado, seguimos em direção à Praia do Forte.

O caminho foi longo, passamos por Camaçari, mas não achamos a estrada de todo ruim (comparadas com as de Pernambuco, as de Salvador são incríveis!). As paisagens também são bem bonitas, com coqueiros e praias à esquerda. A única reclamação é que, para quem está acostumado com as estradas de São Paulo, que contam com postos enormes com restaurantes, banheiros e afins em todos os cantos, ficou um pouco decepcionado. Encontramos apenas um posto micro no meio do caminho com um posto de conveniência, onde pudemos usar o banheiro e comprar uns petiscos para ir matando a fome no caminho.

Quando chegamos finalmente na entrada da Praia do Forte, vimos que parecia um condomínio fechado, como Riviera. Passamos por uma região de mangue e quase atropelamos duas galinhas d´angola que estavam perigosamente atravessando a rua. E quando finalmente chegamos no ponto aguardado, tivemos uma feliz conclusão: parecia Phi Phi! A vila é uma graça, bem estreita e pequena, com lojinhas vendendo souvenires e artesanatos, muita gente querendo vender passeios e quinquilharias (como eu todos os lugares do Nordeste), uma igrejinha fofa por fora e horrorosa por dentro e uma praia deslumbrante!

A faixa de areia era pequena e como a maré estava baixa, dava pra ver os grandes bancos de corais que formam paisagens super interessantes. A idéia era fazermos o Projeto Tamar antes de tudo, já que estávamos secos e depois do almoço seguiríamos para um banho de mar. Mas nesse dia descobrimos que na Bahia a praia tem que acontecer cedo, porque a maré sobe rápido.

Pois bem. O Projeto Tamar em si é incrível!!! Muito bem estruturado, cheio de informação, muito bem cuidado e impressionante pelo tamanho. E claro, a vista para a praia é de tirar o fôlego! Por lá, vimos muitas tartarugas, aprendemos como identificar as espécies, onde elas vivem, quais as rotas migratórias, etc. Vimos também arraias, tubarões e outros peixes. Eu achei que valeu demais os R$ 32,00 gastos! Por lá tem vários banheiros, uma lojinha carésima, espaço interativo, atividades para crianças e um restaurante maravilhoso.

Ele fica, na verdade, no complexo do Tamar, mas não precisa pagar o preço da entrada para comer por lá. Eu confesso que comi um dos melhores risotos da minha vida. Cheio de frutos do mar, com coentro e o melhor tempero do mundo. Eu apenas amei e não comi nada igual durante a viagem toda.

De lá, achamos que poderíamos seguir para a praia, mas a verdade é que estávamos rolando de tanta comida e o sol estava super forte, o que poderia significar uma congestão em grupo. Fora que, àquela altura, já havíamos percebido que a maré estava subindo rapidamente, porque os bancos de coral já haviam desaparecido. Já estávamos, portanto, enfrentando uma triste realidade: provavelmente não rolaria a tão esperada praia. Sendo assim, seguimos em direção ao Castelo D´Avila, que fica na entrada da cidade, já próximo à estrada de volta.

Aqui, vamos a algumas explicações: o castelo é, na verdade, um imenso casarão que começou a ser construído em 1551 por Garcia D´Avila, que foi o primeiro governador geral e era subordinado de Thomé de Souza. Esse homem e sua família acabaram formando um império: seus domínios se estendiam por todo o Nordeste e eram demarcados pelos tais coqueiros que vimos na estrada. Ele chegou a ter mais de 1 milhão de escravos. Durante três séculos, o castelo foi habitado por 10 gerações da família, até que os escravos se rebelaram e colocaram fogo em tudo.

Em 1835, o castelo foi abandonado e tornou-se uma grande ruína. Em 1938, foi finalmente tombado pelo Iphan. Hoje, mediante o pagamento de uma taxa (salgada) de R$ 30,00, você pode visitar o local, que inclui as incríveis ruinas do castelo em si, um videozinho explicativo e um museu com artefatos, maquete e um simpático Leandro contando tudo o que você quiser saber sobre o local, que conta com a Capela de São Pedro dos Rates, sendo a parte mais antiga da edificação. Eu amei conhecer um pouco dessa história e já estou ansiosa para comprar um livro e saber um pouco mais sobre essa família tão importante.

Terminamos o passeio pela Praia do Forte tentando pegar uma praia, mas falhamos lindamente. Chegamos a colocar os pés na areia, mas a maré estava muito alta nesse local e era praia de tombo, com um mar super bravo. Não nos atrevemos a entrar! Depois de sorvete e um coco perto da igrejinha, seguimos viagem de volta, voltamos para o hotel, nos banhamos e saímos apenas para jantar. Dia seguinte acordaríamos cedo para um passeio contratado. 

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