Hoje eu completo 55 dias de isolamento
social. Estou trabalhando em home office e passo o dia inteiro de calça de
moletom e camiseta de corrida, sem qualquer tipo de maquiagem ou arrumação. Tem
gente que se sente melhor ou mais produtivo quando se arruma, mas eu
simplesmente não vejo o menor sentido nisso.
Como consequência, meus armários estão
lotados, pois todas as minhas roupas estão lavadas, passadas e guardadas. Isso
é muito bom, porque, creio que pela primeira vez, pude ter uma idéia de tudo o
que eu tenho e, com isso, fazer uma análise mais apurada sobre a situação. E é
um pouco sobre essa questão que eu quero falar hoje, porque acho que esse
isolamento me fez – finalmente – enxergar algumas coisas e mudar um pouco a
minha perspectiva sobre o consumo.
A começar pelo meu armário. Eu faço
muitas compras em brechós e a consequência disso é que eu acabo tendo mais
peças estampadas do quer lisas. As estampas sempre chamam mais a minha atenção
nos bazares e são, sem dúvida, as peças mais diferentonas. E a consequência
disso é que eu tenho um armário lotado de peças, mas nenhuma delas conversa
entre si. Com pouquíssimas coisas lisas, as opções de combinação são muito
menores. Então, fiz uma espécie de inventário, anotei o que eu vou precisar
comprar pra fazer esse guarda roupa render e ainda tirei uma série de peças que
não uso mais. Uma parte será doada e a outra vendida.
Essa análise foi muito legal, porque se
eu me deparar futuramente com uma peça estampada ou com algo que não vai ornar
com o que eu já tenho, eu terei de analisar de, de fato, ela é especial a ponto
de eu trazê-la comigo. Caso contrário, vou deixá-la onde está.
E a mesma coisa aconteceu com as minhas
makes. Mais de 50 dias de cara lavada me levaram a analisar a quantidade de
opções que eu tenho nas minhas gavetas e organizadores. Pelas fotos desse post,
acho que dá para perceber que eu tenho todas as cores do arco-íris e outras
mais em forma de lápis de olho. Eu eu digo o mesmo sobre as sombras e outros
itens. A verdade é que não há nenhum lançamento veiculando por aí que eu já não
tenha ou que seja, pelo menos, semelhante.
lápis de olho |
E veja os batons!!! Gente, eu tenho vários no mesmo tom ou mesmo em tons parecidos. E a real é que, se há alguma cor que eu não tenha, provavelmente seja porque ela não orna com o meu tom de pele, porque se ornasse, eu já teria comprado! Não há no mercado nada muito novo ou muito inovador. É tudo mais do mesmo! E isso significa que, muito provavelmente, eu já tenho e não vou precisar comprar outro. Isso tudo me fez ver que eu tenho coisas demais – nossa, é o descobrimento da pólvora!!! – e que eu simplesmente preciso destinar meu dinheiro a outras coisas mais relevantes.
batons em bala |
E não estou nem falando de
investimentos ou gastos maiores. Estou falando em, de fato, pensar melhor nas
minhas escolhas. Ao invés de comprar 3 makes baratinhas, comprar 1 que seja
incrível. Ao invés de comprar 5 peças em brechó, comprar aquela peça daquela
loja independente que tanto amo, mas não tenho condições de adquirir nem uma
“brusinha”!
E fora isso, tem a questão dos
consertos. Nessa organização do meu armário, eu vi que há uma série de peças
que precisam ser arrumadas ou reformadas para um uso melhor. E gente, qual o
sentido de ter uma peça de roupa parada no armário e, ao invés de levá-la a uma
costureira, deixa-la lá e adquirir outra? Nenhum! Mesma coisa com alguns
acessórios. Eu tenho muitas joias que eram das minhas avós – algumas com valor
real outras com valor sentimental – que acho lindas, mas não uso por alguma
razão. Seja porque são muito caretas, ou porque não combinam com um uso mais
casual. E, inspirada na Isabella Blanco (se vocês não conhecem, procurem sua loja,
blog ou Instagram de mesmo nome porque ela é maravilhosa!), pretendo dar um
novo significado a essas peças e trazê-las para o meu dia a dia.
São investimentos, são questões que
envolvem um gasto maior, mas se a gente contabilizar o que gasta com besteira
no dia a dia e de forma absolutamente desnecessária, no final do mês vai acabar
sobrando uma graninha para investirmos em coisas melhores e que certamente nos
trarão uma satisfação maior do que aquele batom de farmácia no mesmo tom
daqueles outros 10 que você já tem ou daquela blusa de brechó que parece tão
incrível, mas que depois de um tempo, caem em desuso.
Portanto, e num primeiro momento, acho
que essa foi a maior mudança interna que experimentei durante a quarentena.
Claro que muitos dirão “é fácil dizer quando você está em casa”. Concordo, mas
estou com vários projetos de transformação daquilo que eu já tenho em andamento
e, convenhamos, se a antiga Camila ainda estivesse dentro de mim, teria
comprado algumas coisinhas pela internet.
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