No
meu 10º dia de viagem, eu madruguei para pegar um voo super
cansativo de Pula para Split, na Costa da Dalmácia, sul da Croácia. Nessa
região, honestamente, eu não sei o que é pior, se ficar 7 horas dentro de um
ônibus num mega trânsito ou se fazer 2 escalas dentro do próprio país para percorrer
um trecho absolutamente ridículo (cerca de 500km).
Pois
bem, encerrei a conta do meu quarto às 3:30hs da manhã, deixei as chaves dentro
do cofre externo, como orientado pela recepcionista, e peguei um Uber até o
aeroporto – saiu pouco mais do que 62,00 Kunas (cerca de R$ 36,70), menos da metade do que o preço
do táxi. Às 4hs já estava num mini aeroporto super vazio. Todos os balcões
fechados e apenas um casal para me fazer companhia. O check in abriu apenas às
5hs, despachei minha mala, que estava com um pouco mais do que 12kg – o permitido na cabine é 7kg – e às 6hs em ponto eu estava dentro do avião.
Estou
me tornando a rainha dos aviões de hélice, rs!!! Meu assento era o 17A, mas o
voo estava super vazio e eu pude desfrutar de um upgrade para as minhas pernas.
Fui presenteada com paisagens lindíssimas, incluindo o nascer do sol, porque
esse tipo de avião sempre voa um pouco mais baixo do que os de turbina, e tive
um voo tranquilo até a primeira parada, em Zadar. Todos desceram do avião,
menos eu! Por lá, a aeronave lotou e seguimos para a segunda escala, em Zagreb,
onde, desta vez, eu trocaria de avião.
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A blusa foi comprada na Tailândia e a calça, que manchei inteira, é da Renner |
Às
8hs cheguei em Zagreb e às 10:30hs pegaria o voo para o último trecho, desta
vez, para Split, finalmente! Só que claro que o voo atrasou, porque tudo nos Balcãs
atrasa, e meu avião acabou saindo 12:35hs e chegando no destino às 13:15hs. Imaginem
o estado de uma pessoa que saiu do hotel às 3:30hs e apenas 10hs depois
conseguiu chegar em Split! Mas calma, ainda vai ter mais perrengue. Segura aí!
Minhas
malas saíram bem rápido e eu peguei um táxi para o meu hotel, já que não há
como pegar Uber no aeroporto. Devo dizer que a distância é bem grande, tipo
40min e eu deixei minhas calças no táxi: 465Kunas (cerca de R$ 275,30)!!! Mas tudo bem, pelo menos,
finalmente, eu estava na porta do hotel. Só que, à exemplo da maioria dos hotéis
dessa viagem, não havia recepção. E, com toda certeza, o pessoal estava à minha
espera mais cedo, já que meu voo atrasou. Resultado: claro que não tinha
ninguém por lá, a não ser meu vizinho australiano com umas 5 garrafas de
cerveja em cima da mesa.
Liguei
para o numero indicado na porta e uma pessoa disse que estava vindo ao meu
auxílio – enquanto isso, tive que manter um papo regular com o australiano alcoolizado, que
adooooooooooora brasileiros.... O hotel em si era uma graça, um dos melhores, e
o funcionário que me abriu a porta foi super gentil, me dando um mapa,
explicando onde ficava cada coisa, e tal. Acho que foi o melhor hotel da viagem
inteira e também o mais bem localizado.
Daí
que não me restou muito tempo para explorar a cidade, então, o que eu fiz foi
uma espécie de sightseeing dos pontos principais, deixando para explorar com
vontade no dia seguinte, que seria inteirinho dedicado a Split. Apenas para dar
um aperitivo, a cidade era, lá no começo dos tempos – séculos II, IV -, parte
do Império Romano. E não só parte, como residência dos próprios imperadores. O mais
famoso foi Dioclesiano, que construiu em Split um palácio imenso, que, na
prática, é quase que uma cidade murada dentro da cidade real.
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Estátua de Gregorius de Nin - dizem que dá sorte pegar no pé dele. |
E
Dioclesiano era pagão. Portanto, naquela época, havia templos, locais de adoração
e todo adorno nesse tipo. Inclusive, no coração da cidade, o imperador
construiu um mausoléu para si mesmo. Só que com a sua queda, chegou
Constantino, conhecido por ser um dos imperadores romanos mais católicos de
todos. E o que ele fez? Transformou todo paganismo do Dioclesiano em monumentos
católicos. Um dos templos virou baptistério e o próprio mausoléu se transformou
numa igreja lindíssima. Vale dizer que Constantino, que não era bonzinho,
deixou uma imagem de Dioclesiano, pintada no local, intacta, para que ele
pudesse assistir às missas todos os dias. Genial!!
Muito
bem, então, Split é isso: todo complexo do palácio, além de praias incríveis,
uma marina maravilhosa e uma cidade bastante bonita e com ótima infraestrutura
em volta. Mas vou deixar para contar todos os detalhes no próximo post porque o
primeiro dia foi um pouco correria.
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