Decidi fazer um post
2 em 1 porque eu basicamente fiz as mesmas coisas nos dois dias em que estive
na cidade. A verdade é que 2 dias em Zagreb, na minha opinião, é o suficiente,
sendo 1 para os Lagos Plitvice e 1 para explorar a cidade, que tem bastante coisa
para ser vista, mas num espaço pequeno. É tudo meio que perto e mais para ser
visto de fora e, portanto, não roubam muito tempo.
foto da esquerda: vestido Shoulder de brechó. Foto da direita: saia calça de brechó e blusa Loja Prosa |
Pois bem, começando
do começo, devo dizer que eu passei bastante mal na madrugada de sexta para
sábado. Como disse no post anterior, comi um sanduíche meio esquisito no Parque
Plitvice e o calor insano que estava fazendo naquele momento, combinado com uma
trilha meio hard, não ajudaram muito na digestão. Como resultado, tive
enxaqueca, dores e acabei não dormindo nada. Daí que quando saí para explorar a
cidade na manhã de sábado, a minha disposição era quase zero. E pra completar,
mais uma vez o calor estava tão absurdo (chegou a registrar 38 graus no meio do
dia) que logo que eu saí do hotel, já comecei a suar. Então, a minha visão de
Zagreb no primeiro dia não foi das melhores.
Me sentindo melhor e com as energias renovadas, no domingo eu saí cedo, mais uma vez em direção ao centro, para visitar o Mercado de Pulgas localizado na Britanski Trg (trg é praça), que ficava exatamente no meio do caminho entre o meu hotel e a cidade velha, que é onde você encontra praticamente todas as atrações a serem visitadas em Zagreb. Vale dizer que, apesar de eu ter gostado muito do meu hotel, a verdade é que ele ficava localizado numa região mais residencial e a caminhada até o centro histórico levava uns 40min. Isso não seria um problema se não estivesse tão quente, mas naquelas condições, devo dizer que teria escolhido um hotel mais próximo se tivesse tido chance.
Pois bem. A feirinha
é bem pequena e a maioria das barracas vende livros e coisas relacionadas à
guerra. Tem pouca coisa de bijuteria, acessórios em geral, bolsas, chapéus,
etc. Mas, no fim das contas, acabei achando uma pulseira super bonita e trouxe
comigo. Eu havia passado pelo mesmo lugar
no sábado e, por lá, estava funcionando uma feira normal, com frutas e legumes,
mas havia algumas barracas de coisinhas vintage também. Portanto, se você não
vai passar por Zagreb num domingo, talvez consiga alguma coisa em outro dia da
semana.
Bem, aí seguindo
pela avenida em frente, que na verdade é a rua que divide a cidade alta da
cidade baixa, você finalmente chega na Trg Josipa Jelacica, que é uma praça
enorme cheia de prédios super bonitos e com uma estátua bem no meio,
representando um cavaleiro em cima de um cavalo, que é quem dá nome à praça. Ele foi um general austríaco que,
em meados do século XIX, liderou algumas guerras importantes, além de ter sido
um dos responsáveis pelo término da servidão na Croácia.
Da praça, você tem duas maneiras de subir pra cidade alta, que é onde ficam os principais spots de Zagreb: ou você pega o funicular, que custa 5,00 Hrk e é super rapidinho - sai de 10 em 10 minutos - e te leva exatamente para o lado da Lotrščak Tower – falarei dela adiante -, ou você simplesmente vai subindo a pé e vendo devagarinho as atrações no caminho. Como eu tinha dois dias na cidade, em cada um deles fiz de uma forma diferente.
O principal ponto da
cidade alta é a Catedral de Zagreb, que fica no Kaptol. É o edifício mais alto
do país e é dedicado a Santo Stéfano, a São Ladislau e à Assunção de Maria. A
igreja ao longo do tempo teve sua estrutura destruída e danificada pelo fogo e
por terremotos, portanto ela não é inteiramente original. Inclusive do lado de
fora, é possível ver as torres originais, que estão em exposição, assim como o
relógio, que anuncia a exata hora que o último terremoto atingiu igreja. A
Catedral em si é muito bonita e vale a visitação. Sua construção começou no
século XI e sobreviveu a diversas invasões ao longo do tempo, invasões estas
que, inclusive, induziu à construção de muros de fortificação em torno da
igreja.
Atrás da Catedral,
há uma espécie de vila medieval. Não deixe de dar uma passadinha por lá. No
primeiro dia de visitação, deixei escapar, nem vi que tinha toda uma estrutura
naquela área e muitas construções legais para serem vistas, inclusive para
imaginar como deveria ser a vida das pessoas naquela época. E na frente da Catedral,
há o pilar de Maria, que não tem como não ser visto, e é um dos monumentos mais
conceituados da cidade.
Outro ponto
interessante de Zagreb é o mercado Dolac, que nada mais é do que uma feira que
vende flores, frutas, verduras, mel, queijo, dentre outros alimentos, além de
artesanato local. Eu, particularmente, acho um dos pontos mais alegres da
cidade e fiquei um bom tempo por lá, comendo, comprando souvenires ou apenas
contemplando a cidade e os locais. Por lá tem um monumento à Kumica, uma
camponesa vestida com roupas típicas, representando as mulheres do campo que há
séculos vêm vendendo os produtos por elas produzidos. Lá também tem um banheiro público
ótimo – fica a dica.
Do lado oposto da
cidade alta, há outra porção de atrações a serem vistas, como o Stone Gate, que
tem uma história curiosa. Trata-se na real de uma passagem. No interior vemos
um altar com uma imagem protegida, alguns banquinhos, caso você esteja
interessado em rezar, e uma porção de plaquinhas em agradecimento. Esse portão
data da Idade Média, mas foi reconstruído depois de um incêndio em 1731. Essa
tragédia destruiu por completo tudo o que estava por ali, menos a imagem da
Virgem Maria. Impressionados, os moradores locais reconstruíram o portão e
fizeram uma espécie de capela para virgem, em devoção, onde as pessoas podem
rezar.
E passando pelo portão, subindo uma ladeira,
você vai se deparar com o que, pra mim, é o símbolo de Zagreb: a Igreja de São
Marcos, que fica localizada na praça que leva o mesmo nome. O telhado dela é
simplesmente impressionante, todo feito de azulejos coloridos que formam o
desenho do brasão medieval da Croácia, com Dalmácia e Eslovénia à esquerda, e
Zagreb à direita. O telhado foi construído em 1880, mais o portal gótico,
composto por 15 figuras, foi construído no século XIV. Confesso que, perto da
beleza do telhado, a parte de dentro nem é tão impressionante, ao contrário, é
que é bem simples, mas não deixa de ter sua beleza.
Bem em frente à praça de São Marcos, numa esquina, você vai se deparar com Museu dos Relacionamentos Terminados. Confesso que, apesar de estar no meu roteiro, quando cheguei na porta não fique tão interessada. Já era meio de tarde de sábado e estava lotado de gente. Acabei desistindo e deixando para o dia seguinte, o que foi uma excelente ideia. No domingo, cheguei bem cedo ao museu, que estava vazio, e pude aproveitá-lo por inteiro e com calma. E ainda bem que acabei entrando. Trata-se de um lugar bastante peculiar que te traz um misto de emoções, ora tristeza, ora alegria.
Bem em frente à praça de São Marcos, numa esquina, você vai se deparar com Museu dos Relacionamentos Terminados. Confesso que, apesar de estar no meu roteiro, quando cheguei na porta não fique tão interessada. Já era meio de tarde de sábado e estava lotado de gente. Acabei desistindo e deixando para o dia seguinte, o que foi uma excelente ideia. No domingo, cheguei bem cedo ao museu, que estava vazio, e pude aproveitá-lo por inteiro e com calma. E ainda bem que acabei entrando. Trata-se de um lugar bastante peculiar que te traz um misto de emoções, ora tristeza, ora alegria.
Há histórias de
gente do mundo todo e não só relacionadas a namoros ou casamentos, mas também
relatos de casos de guerra e até mesmo uma história curiosa de uma mulher que
se descobriu celíaca e estava, naquele momento, se despedindo da pizza, seu
grande amor. Cada história tem um objeto correspondente, e com o museu mais
vazio, em cerca de 40 minutos é possível conhecer a todas. Ah, na bilheteria, o funcionário
pergunta sua nacionalidade e te faz um empréstimo de um livrinho contendo todas
as histórias na sua língua – bem mais fácil!!!
Descendo mais um pouco a ladeira, há a já mencionada Lotrščak Tower, construída no século XIII com o objetivo de defender a cidade. Ao meio dia em ponto, um tiro de canhão é dado de sua janela mais alta, assustando os desavisados - eu quase enfartei no primeiro dia. Ele simboliza a vitória croata sobre os turcos, que foram vencidos com tiro de canhão exatamente àquela hora. No mesmo horário, há a troca da guarda na frente da igreja de São Marcos, que é bastante bonitas e interessante.
E esses são os destaques da cidade, aqueles que o
turista tem que ver porque são muito típicos e interessantes. Mas não é só. Há
diversas outras igrejas a serem visitadas, incluindo catedrais ortodoxas.
Passei por duas delas, uma na cidade alta e outra na cidade baixa, sendo a
primeira grega e a segunda sérvia, onde estava havendo uma missa, inclusive.
Ainda, entre a Catedral e a Igreja de São Marcos, há uma série de vielas, cheia
de lojinhas, cafés, bares e restaurantes, simplesmente deliciosas. As
escadarias e túneis também valem a atenção. E não percam o mirante em frente à
torre que, além de proporcionar uma vista linda, tem uma porção de mini
barzinhos com drinks, comidinhas e música ao vivo.
Eu ficaria o dia
todo lá pela cidade alta. Mas a cidade baixa também vale atenção, se você tiver
um tempo sobrando. Nesse segundo dia, passei pelo Teatro Municipal, pela sede
do governo e fui andando até o Jardim Botânico, que é uma delícia e uma
excelente fuga para o calor. Tirando esse último, os demais não podem ser
visitados, mas valem a foto. Se interessar, há outros tantos museus espalhados
pela cidade, e cantos escondidos. Se você for do tipo “compras”, a cidade
oferece uma infinidade de lojas nacionais e internacionais para todos os
gostos.
Enfim, Zagreb é uma cidade lindíssima, com jeitinho de interior europeu, mas com todas as comodidades de uma cidade grande. Acho que é uma cidade jovem, mas também acho que, talvez pela própria história, é interessante para pessoas de todas as idades.
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